Opinião
A esquina do Rio
Quando olho para o que se passa à minha volta fico com a sensação que os loucos tomaram conta do manicómio e o fenómeno varre todos os escalões do sistema.
Back to basics
Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Tudo o resto é publicidade.
George Orwell
Paisagem
Quando olho para o que se passa à minha volta fico com a sensação que os loucos tomaram conta do manicómio e o fenómeno varre todos os escalões do sistema. Por exemplo, o Bloco e o PCP, que em Lisboa parecem anjos de Botticelli nas reuniões com o PS, chegam a Estrasburgo, ao Parlamento Europeu, e apresentam propostas conjuntas de rejeição do Tratado Orçamental europeu e de apoios à saída do Euro, enquanto aqui continuam a fazer juras à estabilidade com a maior cara de pau.
Um dos nossos grandes problemas é que, em geral, os políticos que temos dedicam-se com afinco à nobre arte de desenvolver o espírito de seita, defendendo o interesse das respectivas clientelas partidárias e os seus poderzinhos pessoais, acima de qualquer outra coisa. O sistema partidário português sofre dos vícios do futebol - tem clubismo a mais e racionalidade a menos. Exacerba o que divide e evita o que une. Não está habituado a conversar e a dialogar, o Parlamento reduziu-se a um circo que serve apenas para cada um arengar e atacar as outras bancadas. Na política parece só haver bem e mal, como se fosse uma religião maniqueísta. E, consequentemente, há uns que são pecadores e outros que são devotos cumpridores. Da nossa paisagem política e partidária está ausente o pensamento sobre o país e exacerbado o ego de cada grupo rival. Nada disto faz sentido e tudo isto nos levará para dificuldades maiores do que aquelas por onde ainda estamos a passar.
Semanada
• Os juros da dívida pública de Portugal estão a subir em todos os prazos, ao contrário do que se passa com Espanha e Itália • Teixeira dos Santos, ex-ministro das Finanças de Sócrates, alertou Bruxelas para a estagnação de crescimento da zona Euro • há 700 mil pessoas com contratos a prazo • metade das famílias portuguesas vive com menos de mil euros por mês • o Estado deve 170 milhões de euros de IVA às empresas; 16% das exportações nacionais são asseguradas por cinco empresas • o crescimento das empresas exportadoras recuou 70,7% em 2014 • o crédito às famílias, nomeadamente o crédito à habitação, subiu em Setembro, o que já não acontecia desde Abril de 2011 • Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, quer que os lisboetas paguem, no próximo ano, mais 148 euros em taxas e impostos • cada português consome 108 quilos de carne por ano • um terço dos enfermeiros portugueses licenciados em 2013 foi trabalhar para o Reino Unido • no ano passado, houve cerca de 110 mil portugueses que emigraram, o mesmo que em 2013 • Portugal é o 8.º país do mundo com maior número de idosos (+65 anos) por 100 indivíduos em idade activa (dos 15 aos 64 anos) • o acordo do PS com os partidos à sua esquerda continua secreto • António Costa almoçou com Freitas do Amaral na terça-feira passada • Capoulas Santos disse que Cavaco fez mais pela unidade do PS em 24 horas que o próprio PS no último ano.
Dixit
Não há liberdade de expressão sem expressão da liberdade.
Carlos Magno, Presidente da ERC, no Facebook, fotografado ao lado de um cartaz do Correio da Manhã.
Folhear
Só o título já é uma história: "Tinha Tudo Para Correr Mal (memórias de um comunicador acidental)". No livro, Luís Paixão Martins fala da sua vida, da paixão de comunicar desde os bancos do Liceu Camões (onde fomos contemporâneos) até à sua LPM, passando pela escola que foi a Rádio Universidade, a Renascença, as agências de notícias - e aí voltei a cruzar-me com ele. Amigos, cruzámo-nos várias vezes ao longo dos anos, algumas por razões profissionais, outras em escritas para que ele me desafiou. E agora, de novo a seu convite, cruzamo-nos no Newsmuseum, que nascerá em 2016 por sua iniciativa - e este livro faz parte desse projecto. Na história das agências de comunicação em Portugal, há uma época antes do Luís Paixão Martins ter começado a trabalhar no sector e, depois, há uma estratégia e um método de actuação que fazem toda a diferença. Ele é, aliás, o profissional do sector que mais escreveu sobre a actividade que desenvolve, partilhando conhecimentos, relatando experiências, um caso raro no panorama português onde muita gente guarda para si tudo o que pode. Na badana deste "Tinha Tudo para Correr Mal", explica-se que estas são as memórias de um consultor de imagem que aconselhou José Sócrates, Aníbal Cavaco Silva, Ricardo Salgado, Jorge Nuno Pinto da Costa e Isabel dos Santos. Luís Paixão Martins tem um humor cortante e é um contador de histórias. Sabe-se isso da sua actividade profissional, quer como jornalista, quer como consultor de comunicação. E, como este livro mostra, ele é capaz de fazer uma reportagem sobre a sua própria vida sem perder o espírito de observação e humor que o caracteriza.
Gosto
O Museu Nacional de Arte Antiga lançou uma campanha para obter, através de doações, os 600 mil euros necessários para que "A Adoração dos Magos", de Domingos Sequeira, não seja vendida para o estrangeiro e fique naquele museu.
Não gosto
A pedido de Sócrates, através dos seus advogados, a juíza Florbela Moreira Lança proibiu o Correio da Manhã e as outras publicações da Cofina de publicarem informações sobre a investigação da Operação Marquês.
Ver
Há livros que além de lidos merecem ser vistos, apalpados, observados, folheados para a frente e para trás, à procura dos pormenores que podem ter escapado. Eu sou um apaixonado pelo design gráfico, pelas maravilhas que se podem fazer em papel impresso. Manuel S. Fonseca, da Guerra e Paz, é um editor atrevido que aposta em obras especiais e é um apaixonado por Fernando Pessoa. No ano passado, fez uma edição de "As Flores do Mal", com capa em madeira gravada a fogo e fotografias de Pedro Norton. Este ano, surpreende de novo com a edição de "Minha Mulher, A Solidão", uma recolha de 47 textos de Pessoa nos seus diversos heterónimos em que a mulher e o amor são centrais - e que leva por subtítulo o delicioso "Conselhos A Casadas, Malcasadas e Algumas Solteiras". Manuel S. Fonseca faz anteceder a selecção dos textos sobre "o casamento, a intriga amorosa e a desregulação sexual", num prefácio que intitulou "Toda a Volúpia É Mental". Antes vem um poema de Eugénia de Vasconcellos, "Ele Falava Em Voz Baixa", e, antes ainda, logo no início, surge a reprodução de uma obra original de Ana Vidigal, uma técnica mista sobre papel. O livro tem capa dura, lombada solta, três tipos de papel da melhor qualidade, mais outro papel de jornal em seis pequenos cadernos espalhados pela edição, tudo isto mobilizando as artes de três impressoras diferentes - uma delas a fazer o acabamento manual e o encadernamento. O grafismo vem assinado por Ilídio Vasco, que trabalhou com afinco neste projecto com Manuel S. Fonseca. São 1800 exemplares, numerados, com um preço de venda de 55 euros. É preciso abri-lo, para se perceber a obra que aqui está. É preciso vê-lo para se perceber como esta é uma espécie de exposição ilustrada de uma parte da obra de Fernando Pessoa.
Ouvir
Frederico Santiago, que tem feito um notável trabalho nos arquivos de gravações da Valentim de Carvalho, descobriu o registo de um concerto de homenagem a Filipe Pinto, que aconteceu em 28 de Novembro de 1962 no Teatro Tivoli em Lisboa. Filipe Pinto foi fadista, mas foi sobretudo um "mestre de cerimónias do meio fadista", um animador de vários retiros onde o fado era rei, compositor ocasional, amigo de uma geração única de intérpretes e, diz-se, o autor da célebre frase "silêncio, que se vai cantar o fado". O registo, agora editado em CD, recupera esse concerto de 1962, que se diz ter sido organizado pela própria Amália Rodrigues, sua grande amiga. Por aqui passam as vozes de Fernando Farinha, Lucília do Carmo, Alfredo Marceneiro, de Rogério Paulo, do próprio Filipe Pinto e de um mini-recital de Amália com oito interpretações suas, desde o clássico "Estranha Forma de Vida" até "Maria Lisboa". O registo capta o ambiente de festa e amizade que marcou a homenagem e é um documento único para se compreender como era o fado então, em Lisboa.
Arco da velha
A Direcção Geral do Património Cultural abriu novo processo de classificação do Cinema São Jorge porque o anterior, de 1989, se extraviou e não se encontra.
Provar
A Casa de Chá da Boa Nova foi construída entre 1958 e 1963 em Leça da Palmeira, sobre os rochedos, a dois metros do mar. O local foi escolhido por Fernando Távora, que havia ganho o concurso de arquitectura e o projecto foi de Siza Vieira, no início da sua carreira de arquitecto. Depois de anos ao abandono, o chef Rui Paula, que fez fama no DOP, do Douro, recuperou este espaço e inaugurou-o no Verão de 2014. Aqui beneficia da proximidade da lota de Matosinhos e faz uma aposta no peixe e no marisco. Há três menus degustação - o Mar e Terra, o Atlântico e o Boa Nova (mais pequeno) e além disso há três propostas fixas na lista - o arroz caldoso de peixe e lavagante da nossa costa, cataplana de peixe e marisco, e robalo ao sal, todos para duas pessoas e ao preço de 80 euros. Como não sou muito fã de menus degustação, optei pelo arroz caldoso de lavagante e peixe e não nos arrependemos. Simplesmente perfeito. Claro que enquanto não chega o arroz há pequenas entradas, ofertas do chef e um couvert delicado, tudo a fazer as vezes de uma mini degustação. O local é magnífico, a cozinha é superior, a qualidade dos ingredientes é excepcional e o serviço é exemplar. O vinho escolhido para acompanhar foi um Soalheiro, que se portou muito bem. Fecha ao Domingo todo o dia e segunda ao almoço. Fica em Leça da Palmeira, na Avenida da Liberdade, junto ao farol, e tem o telefone 229 940 066.
Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Tudo o resto é publicidade.
George Orwell
Paisagem
Quando olho para o que se passa à minha volta fico com a sensação que os loucos tomaram conta do manicómio e o fenómeno varre todos os escalões do sistema. Por exemplo, o Bloco e o PCP, que em Lisboa parecem anjos de Botticelli nas reuniões com o PS, chegam a Estrasburgo, ao Parlamento Europeu, e apresentam propostas conjuntas de rejeição do Tratado Orçamental europeu e de apoios à saída do Euro, enquanto aqui continuam a fazer juras à estabilidade com a maior cara de pau.
Um dos nossos grandes problemas é que, em geral, os políticos que temos dedicam-se com afinco à nobre arte de desenvolver o espírito de seita, defendendo o interesse das respectivas clientelas partidárias e os seus poderzinhos pessoais, acima de qualquer outra coisa. O sistema partidário português sofre dos vícios do futebol - tem clubismo a mais e racionalidade a menos. Exacerba o que divide e evita o que une. Não está habituado a conversar e a dialogar, o Parlamento reduziu-se a um circo que serve apenas para cada um arengar e atacar as outras bancadas. Na política parece só haver bem e mal, como se fosse uma religião maniqueísta. E, consequentemente, há uns que são pecadores e outros que são devotos cumpridores. Da nossa paisagem política e partidária está ausente o pensamento sobre o país e exacerbado o ego de cada grupo rival. Nada disto faz sentido e tudo isto nos levará para dificuldades maiores do que aquelas por onde ainda estamos a passar.
• Os juros da dívida pública de Portugal estão a subir em todos os prazos, ao contrário do que se passa com Espanha e Itália • Teixeira dos Santos, ex-ministro das Finanças de Sócrates, alertou Bruxelas para a estagnação de crescimento da zona Euro • há 700 mil pessoas com contratos a prazo • metade das famílias portuguesas vive com menos de mil euros por mês • o Estado deve 170 milhões de euros de IVA às empresas; 16% das exportações nacionais são asseguradas por cinco empresas • o crescimento das empresas exportadoras recuou 70,7% em 2014 • o crédito às famílias, nomeadamente o crédito à habitação, subiu em Setembro, o que já não acontecia desde Abril de 2011 • Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, quer que os lisboetas paguem, no próximo ano, mais 148 euros em taxas e impostos • cada português consome 108 quilos de carne por ano • um terço dos enfermeiros portugueses licenciados em 2013 foi trabalhar para o Reino Unido • no ano passado, houve cerca de 110 mil portugueses que emigraram, o mesmo que em 2013 • Portugal é o 8.º país do mundo com maior número de idosos (+65 anos) por 100 indivíduos em idade activa (dos 15 aos 64 anos) • o acordo do PS com os partidos à sua esquerda continua secreto • António Costa almoçou com Freitas do Amaral na terça-feira passada • Capoulas Santos disse que Cavaco fez mais pela unidade do PS em 24 horas que o próprio PS no último ano.
Dixit
Não há liberdade de expressão sem expressão da liberdade.
Carlos Magno, Presidente da ERC, no Facebook, fotografado ao lado de um cartaz do Correio da Manhã.
Folhear
Só o título já é uma história: "Tinha Tudo Para Correr Mal (memórias de um comunicador acidental)". No livro, Luís Paixão Martins fala da sua vida, da paixão de comunicar desde os bancos do Liceu Camões (onde fomos contemporâneos) até à sua LPM, passando pela escola que foi a Rádio Universidade, a Renascença, as agências de notícias - e aí voltei a cruzar-me com ele. Amigos, cruzámo-nos várias vezes ao longo dos anos, algumas por razões profissionais, outras em escritas para que ele me desafiou. E agora, de novo a seu convite, cruzamo-nos no Newsmuseum, que nascerá em 2016 por sua iniciativa - e este livro faz parte desse projecto. Na história das agências de comunicação em Portugal, há uma época antes do Luís Paixão Martins ter começado a trabalhar no sector e, depois, há uma estratégia e um método de actuação que fazem toda a diferença. Ele é, aliás, o profissional do sector que mais escreveu sobre a actividade que desenvolve, partilhando conhecimentos, relatando experiências, um caso raro no panorama português onde muita gente guarda para si tudo o que pode. Na badana deste "Tinha Tudo para Correr Mal", explica-se que estas são as memórias de um consultor de imagem que aconselhou José Sócrates, Aníbal Cavaco Silva, Ricardo Salgado, Jorge Nuno Pinto da Costa e Isabel dos Santos. Luís Paixão Martins tem um humor cortante e é um contador de histórias. Sabe-se isso da sua actividade profissional, quer como jornalista, quer como consultor de comunicação. E, como este livro mostra, ele é capaz de fazer uma reportagem sobre a sua própria vida sem perder o espírito de observação e humor que o caracteriza.
Gosto
O Museu Nacional de Arte Antiga lançou uma campanha para obter, através de doações, os 600 mil euros necessários para que "A Adoração dos Magos", de Domingos Sequeira, não seja vendida para o estrangeiro e fique naquele museu.
Não gosto
A pedido de Sócrates, através dos seus advogados, a juíza Florbela Moreira Lança proibiu o Correio da Manhã e as outras publicações da Cofina de publicarem informações sobre a investigação da Operação Marquês.
Ver
Há livros que além de lidos merecem ser vistos, apalpados, observados, folheados para a frente e para trás, à procura dos pormenores que podem ter escapado. Eu sou um apaixonado pelo design gráfico, pelas maravilhas que se podem fazer em papel impresso. Manuel S. Fonseca, da Guerra e Paz, é um editor atrevido que aposta em obras especiais e é um apaixonado por Fernando Pessoa. No ano passado, fez uma edição de "As Flores do Mal", com capa em madeira gravada a fogo e fotografias de Pedro Norton. Este ano, surpreende de novo com a edição de "Minha Mulher, A Solidão", uma recolha de 47 textos de Pessoa nos seus diversos heterónimos em que a mulher e o amor são centrais - e que leva por subtítulo o delicioso "Conselhos A Casadas, Malcasadas e Algumas Solteiras". Manuel S. Fonseca faz anteceder a selecção dos textos sobre "o casamento, a intriga amorosa e a desregulação sexual", num prefácio que intitulou "Toda a Volúpia É Mental". Antes vem um poema de Eugénia de Vasconcellos, "Ele Falava Em Voz Baixa", e, antes ainda, logo no início, surge a reprodução de uma obra original de Ana Vidigal, uma técnica mista sobre papel. O livro tem capa dura, lombada solta, três tipos de papel da melhor qualidade, mais outro papel de jornal em seis pequenos cadernos espalhados pela edição, tudo isto mobilizando as artes de três impressoras diferentes - uma delas a fazer o acabamento manual e o encadernamento. O grafismo vem assinado por Ilídio Vasco, que trabalhou com afinco neste projecto com Manuel S. Fonseca. São 1800 exemplares, numerados, com um preço de venda de 55 euros. É preciso abri-lo, para se perceber a obra que aqui está. É preciso vê-lo para se perceber como esta é uma espécie de exposição ilustrada de uma parte da obra de Fernando Pessoa.
Ouvir
Frederico Santiago, que tem feito um notável trabalho nos arquivos de gravações da Valentim de Carvalho, descobriu o registo de um concerto de homenagem a Filipe Pinto, que aconteceu em 28 de Novembro de 1962 no Teatro Tivoli em Lisboa. Filipe Pinto foi fadista, mas foi sobretudo um "mestre de cerimónias do meio fadista", um animador de vários retiros onde o fado era rei, compositor ocasional, amigo de uma geração única de intérpretes e, diz-se, o autor da célebre frase "silêncio, que se vai cantar o fado". O registo, agora editado em CD, recupera esse concerto de 1962, que se diz ter sido organizado pela própria Amália Rodrigues, sua grande amiga. Por aqui passam as vozes de Fernando Farinha, Lucília do Carmo, Alfredo Marceneiro, de Rogério Paulo, do próprio Filipe Pinto e de um mini-recital de Amália com oito interpretações suas, desde o clássico "Estranha Forma de Vida" até "Maria Lisboa". O registo capta o ambiente de festa e amizade que marcou a homenagem e é um documento único para se compreender como era o fado então, em Lisboa.
Arco da velha
A Direcção Geral do Património Cultural abriu novo processo de classificação do Cinema São Jorge porque o anterior, de 1989, se extraviou e não se encontra.
Provar
A Casa de Chá da Boa Nova foi construída entre 1958 e 1963 em Leça da Palmeira, sobre os rochedos, a dois metros do mar. O local foi escolhido por Fernando Távora, que havia ganho o concurso de arquitectura e o projecto foi de Siza Vieira, no início da sua carreira de arquitecto. Depois de anos ao abandono, o chef Rui Paula, que fez fama no DOP, do Douro, recuperou este espaço e inaugurou-o no Verão de 2014. Aqui beneficia da proximidade da lota de Matosinhos e faz uma aposta no peixe e no marisco. Há três menus degustação - o Mar e Terra, o Atlântico e o Boa Nova (mais pequeno) e além disso há três propostas fixas na lista - o arroz caldoso de peixe e lavagante da nossa costa, cataplana de peixe e marisco, e robalo ao sal, todos para duas pessoas e ao preço de 80 euros. Como não sou muito fã de menus degustação, optei pelo arroz caldoso de lavagante e peixe e não nos arrependemos. Simplesmente perfeito. Claro que enquanto não chega o arroz há pequenas entradas, ofertas do chef e um couvert delicado, tudo a fazer as vezes de uma mini degustação. O local é magnífico, a cozinha é superior, a qualidade dos ingredientes é excepcional e o serviço é exemplar. O vinho escolhido para acompanhar foi um Soalheiro, que se portou muito bem. Fecha ao Domingo todo o dia e segunda ao almoço. Fica em Leça da Palmeira, na Avenida da Liberdade, junto ao farol, e tem o telefone 229 940 066.
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