Opinião
A esquina do Rio
Aqui está uma coisa que me intriga: porque é que o actual presidente da Câmara de Lisboa, o tal que foi nomeado por António Costa sem ter sido eleito para o cargo, não diz nada sobre o extraordinário projecto de arrasar com a estação de Santa Apolónia
Back to basics
O respeito pelas tradições nunca enfraqueceu uma nação e, na realidade, é algo que a fortalece nos momentos de perigo.
Winston Churchill
Lisboa
Aqui está uma coisa que me intriga: porque é que o actual presidente da Câmara de Lisboa, o tal que foi nomeado por António Costa sem ter sido eleito para o cargo, não diz nada sobre o extraordinário projecto de arrasar com a estação de Santa Apolónia, defendido pelo seu "compagnon de route", Manuel Salgado?
O Sr. Medina anda caladinho que nem um rato, a ver se passa na chuva sem se molhar. Claro que o Sr. Medina devia pôr ordem na Câmara e, quanto mais não fosse, salvar as aparências - o atelier do Sr. Salgado, antes de ele ser vereador, tinha imaginado a estação de Santa Apolónia eliminada, como parte de uma reestruturação que, sob o manto diáfano da proximidade do rio e dos espaços verdes, possibilitasse criar um corredor onde, entre arbustos, nascessem mais uns empreendimentos imobiliários, comerciais ou hoteleiros.
Diga-se, aliás, que o vereador Salgado, familiar do Dr. Ricardo Salgado, na sua anterior encarnação como arquitecto, teve numerosas ocasiões de cruzar negócios com o BES, banco que por acaso estava ligado a esses empreendimentos. A sua preocupação com a jardinagem da frente ribeirinha é tudo menos ecológica ou paisagística. Vamos a ver se o Sr. Medina tem opinião própria ou se segue apenas as conveniências.
Semanada
• Este Verão, metade dos portugueses fica em casa nas férias • o número de apartamentos portugueses no Airbnb é de 26.700, mais 65% que há um ano • a população estrangeira residente em Portugal diminuiu 1,5% em 2014, totalizando 395.195 imigrantes • em 2014, a comunidade estrangeira que mais aumentou foi a chinesa, que passou a ser a quinta mais representativa (21.402), com um crescimento de 14,8% face a 2013, ultrapassando a angolana, que diminuiu 2,3% • mais de cinco mil empresas dependem, em exclusivo, de Angola em matéria de exportações • a taxa de poupança das famílias recuou para 6,8% do rendimento disponível nos primeiros três meses deste ano, a mais baixa desde o último trimestre de 2008 • a exposição de Portugal à Grécia é de 4,6 mil milhões de euros, quase o dobro da Irlanda • as fábricas de conservas portuguesas estão a comprar metade da sardinha que utilizam a Espanha, França e Marrocos, por falta de oferta no mercado nacional • o relatório provisório de incêndios florestais do ICNF indica que, entre 1 de Janeiro e 15 de junho, registaram-se 6.113 fogos, mais 3.578 do que no mesmo período de 2014 • os 6.113 incêndios resultaram em 14.971 hectares de área ardida, mais 9.446 do que no mesmo período de 2014, quando as chamas consumiram 5.525 hectares • 2015 vai ter o arranque de aulas oficial mais tardio da última década • Miguel Relvas comparou-se a Mouzinho da Silveira em matéria de dimensão das reformas autárquicas que ambos fizeram - a de Mouzinho da Silveira foi feita em 1832.
Mundo
Eu fico muito preocupado com a situação grega e europeia, embora ache que quem semeia ventos colhe tempestades. Mas não consigo deixar de achar extraordinário que não haja uma preocupação proporcional com a barbárie das execuções do ISIS esta semana conhecidas - crucificar crianças que foram apanhadas a comer durante o Ramadão, afogar homens em jaulas com gravações subaquáticas dos seus últimos momentos, ou colocar colares explosivos noutros, comandados à distância. E também me incomodo com as limitações e perseguições que existem em países africanos, asiáticos ou da América do Sul. Queria só lembrar que há mais no mundo para além do caos grego e das encenações do Sr. Tsipras.
Dixit
"O problema que neste momento afecta a Segurança Social chama-se, pura e simplesmente, desemprego", disse Manuela Ferreira Leite, notando que a sustentabilidade do sistema depende mais da situação económica do país do que do envelhecimento da população.
Folhear
O disfarce é uma arte, a ilusão é o segredo de qualquer mistério. Ao colocar na capa um transexual, a Vanity Fair mostra como continua a conseguir conciliar o seu lado iconoclasta com o facto de ser uma das bandeiras do melhor grupo editorial de revistas, Condé Nast. Não é por acaso que capas destas nascem - a Vanity Fair tem à frente um dos mais marcantes editores de revistas das últimas décadas, Graydon Carter, e uma das dores de cabeça da Condé Nast vai ser escolher o seu substituto quando ele atingir o limite de idade imposto pela empresa aos seus quadros superiores. Com Carter, a Vanity Fair dedicou-se a explicar o que se passava à sua volta - fosse na finança, na política, na guerra ou nos costumes. Editou investigações, reportagens, perfis de pessoas influentes, contou histórias.
Esta capa, que retrata o ex-atleta olímpico Bruce Jenner, depois de ter operado a sua transformação de género e se ter passado a chamar Caitlyn, é um exemplo de como a Vanity Fair é diferente do resto. Não aborda o tema com sensacionalismo, mas publica uma história muito bem escrita e superiormente fotografada por Annie Leibovitz. Nesta edição, de Julho, há muito mais para ler - dos cenários de guerra aos do ballet, passando pelos das novas séries de televisão.
Gosto
O CCB vai promover, neste Outono, uma mostra sobre o que foi a Exposição do Mundo Português, de Junho de 1940, realizada na zona de Belém, incluindo aquela onde o Centro foi construído.
Não gosto
De ver o centro de Lisboa, seja no Parque Eduardo VII ou noutro sítio, transformado numa feira de gado e de hortaliças ao serviço de uma acção publicitária apoiada pela Câmara Municipal.
Ver
A galeria Mário Sequeira, em Braga, é um caso raro no panorama português da arte contemporânea. Nascida em 1994 no rés-do-chão de uma antiga casa de quinta do final do século XIX, a Galeria tem exibido, ao longo destas duas décadas de vida, nomes como Richard Long, Gerhard Richter, Anselm Kiefer, Sigmar Polke, Georg Baselitz, Andy Warhol e Rachel Whiteread, entre outros. Em 2000, a galeria inaugurou um novo edifício projectado por Carvalho Araújo, rodeado por um jardim onde já foram apresentadas exposições de escultura de exterior de artistas como Anish Kapoor, Richard Long, Rui Chafes, Pedro Cabrita Reis, Serge Spitzer,Gary Webb, Gavin Turk, Aaron Young e Liam Gillick, entre outros. A partir deste sábado, a Galeria acolherá "E Não Havia Nada Que Não Viesse do Olhar", uma exposição individual de Pedro Calapez, a partir das suas pinturas sobre alumínio. Segundo Pedro Calapez, as obras, na sua maioria inéditas, são trabalhos datados de 2013 a 2015, em suporte de alumínio (na imagem) e mostram diferentes séries de trabalhos. A exposição ficará patente até 30 de Agosto na Galeria Mário Sequeira, Quinta da Igreja, Parada de Tibães, Braga. Mais informações sobre a Galeria e suas exposições em www.mariosequeira.com.
Ouvir
Mão amiga fez-me chegar um disco que regista uma das incursões que Keith Jarrett tem feito pelo território da música clássica. Já conhecia as suas incursões pela obra de Bach, confesso que desconhecia estas "Suites For Keyboard", de Handel, que Keith Jarrett gravou, em piano, em Setembro de 1993, e que foram originalmente editadas pela ECM, em 1995. A gravação foi feita em Nova Iorque e o próprio Jarrett explica, nas notas de capa, como considera Handel um dos mais interessantes compositores barrocos, cujas composições para teclas são pouco conhecidas.
Foi, precisamente, para chamar a atenção para esses trabalhos de Handel que Jarrett se dispôs a fazer esta gravação, seleccionando ele próprio o repertório que decidiu interpretar. Originalmente, estas composições foram tocadas pelo próprio Handel num cravo, um instrumento bem diferente do piano em que Jarrett optou por gravá-las. Na época, a opção foi polémica, mas a ideia era mostrar como elas poderiam viver em termos contemporâneos. Os puristas não receberam bem este disco, mas aqueles que gostam de ouvir música sem preconceitos, como acho que é o meu caso, ficam seduzidos pela forma como Keith Jarrett aborda as extravagâncias musicais de Handel. Uma delícia, à venda na FNAC.
Arco da velha
Os serviços de informações enviaram um "e-mail" a 383 candidatos a espiões pedindo--lhes que confirmassem o interesse numa vaga a que tinham concorrido - mas, na mensagem enviada, estavam os endereços de todos os concorrentes que, assim, ficaram expostos numa acção muito pouco secreta dos nossos serviços secretos.
Provar
O nosso ritmo de trabalho e a persistente mania de começar a trabalhar tarde - e acabar ainda mais tarde - impede um dos maiores prazeres destes dias longos que é um "cocktail" ao fim de tarde, tomado com calma em volta de uma boa conversa, de preferência numa esplanada.
Diga-se, em abono da verdade, que em Portugal a tradição de "cocktails" é fraca e as "long drinks" são frequentemente derrotadas pela cerveja. A excepção a isto nasceu da moda do Gin Tónico, que nos últimos anos se enraizou. Por estes dias, tenho-me convertido ao Campari - uma bebida licorosa, com cerca de 24º, feita a partir de toranja, limão, laranja e especiarias, oriunda do noroeste de Itália, onde começou a ser popular por volta de 1860. Pode ser bebido com soda (uma parte de Campari para duas de soda, muito gelo e uma rodela de laranja), ou um Negroni (uma parte de Campari, uma de gin e uma de vermute tinto, uma rodela de laranja e gelo - bebida apreciada por Orson Welles quando estava em Itália), ou ainda o Sbagliato - uma parte de Campari, uma de vermute e outra de prosecco, tudo com gelo e uma rodela de laranja.
Há quem, na versão com soda, inclua também uma medida de vermute - o resultado, uma vez misturada a soda, dá pelo nome de Americano. Em dias quentes, a minha preferência vai para o Campari Soda simples - o sabor ácido da bebida ajuda a refrescar o espírito.
O respeito pelas tradições nunca enfraqueceu uma nação e, na realidade, é algo que a fortalece nos momentos de perigo.
Winston Churchill
Lisboa
Aqui está uma coisa que me intriga: porque é que o actual presidente da Câmara de Lisboa, o tal que foi nomeado por António Costa sem ter sido eleito para o cargo, não diz nada sobre o extraordinário projecto de arrasar com a estação de Santa Apolónia, defendido pelo seu "compagnon de route", Manuel Salgado?
O Sr. Medina anda caladinho que nem um rato, a ver se passa na chuva sem se molhar. Claro que o Sr. Medina devia pôr ordem na Câmara e, quanto mais não fosse, salvar as aparências - o atelier do Sr. Salgado, antes de ele ser vereador, tinha imaginado a estação de Santa Apolónia eliminada, como parte de uma reestruturação que, sob o manto diáfano da proximidade do rio e dos espaços verdes, possibilitasse criar um corredor onde, entre arbustos, nascessem mais uns empreendimentos imobiliários, comerciais ou hoteleiros.
Diga-se, aliás, que o vereador Salgado, familiar do Dr. Ricardo Salgado, na sua anterior encarnação como arquitecto, teve numerosas ocasiões de cruzar negócios com o BES, banco que por acaso estava ligado a esses empreendimentos. A sua preocupação com a jardinagem da frente ribeirinha é tudo menos ecológica ou paisagística. Vamos a ver se o Sr. Medina tem opinião própria ou se segue apenas as conveniências.
• Este Verão, metade dos portugueses fica em casa nas férias • o número de apartamentos portugueses no Airbnb é de 26.700, mais 65% que há um ano • a população estrangeira residente em Portugal diminuiu 1,5% em 2014, totalizando 395.195 imigrantes • em 2014, a comunidade estrangeira que mais aumentou foi a chinesa, que passou a ser a quinta mais representativa (21.402), com um crescimento de 14,8% face a 2013, ultrapassando a angolana, que diminuiu 2,3% • mais de cinco mil empresas dependem, em exclusivo, de Angola em matéria de exportações • a taxa de poupança das famílias recuou para 6,8% do rendimento disponível nos primeiros três meses deste ano, a mais baixa desde o último trimestre de 2008 • a exposição de Portugal à Grécia é de 4,6 mil milhões de euros, quase o dobro da Irlanda • as fábricas de conservas portuguesas estão a comprar metade da sardinha que utilizam a Espanha, França e Marrocos, por falta de oferta no mercado nacional • o relatório provisório de incêndios florestais do ICNF indica que, entre 1 de Janeiro e 15 de junho, registaram-se 6.113 fogos, mais 3.578 do que no mesmo período de 2014 • os 6.113 incêndios resultaram em 14.971 hectares de área ardida, mais 9.446 do que no mesmo período de 2014, quando as chamas consumiram 5.525 hectares • 2015 vai ter o arranque de aulas oficial mais tardio da última década • Miguel Relvas comparou-se a Mouzinho da Silveira em matéria de dimensão das reformas autárquicas que ambos fizeram - a de Mouzinho da Silveira foi feita em 1832.
Mundo
Eu fico muito preocupado com a situação grega e europeia, embora ache que quem semeia ventos colhe tempestades. Mas não consigo deixar de achar extraordinário que não haja uma preocupação proporcional com a barbárie das execuções do ISIS esta semana conhecidas - crucificar crianças que foram apanhadas a comer durante o Ramadão, afogar homens em jaulas com gravações subaquáticas dos seus últimos momentos, ou colocar colares explosivos noutros, comandados à distância. E também me incomodo com as limitações e perseguições que existem em países africanos, asiáticos ou da América do Sul. Queria só lembrar que há mais no mundo para além do caos grego e das encenações do Sr. Tsipras.
Dixit
"O problema que neste momento afecta a Segurança Social chama-se, pura e simplesmente, desemprego", disse Manuela Ferreira Leite, notando que a sustentabilidade do sistema depende mais da situação económica do país do que do envelhecimento da população.
Folhear
O disfarce é uma arte, a ilusão é o segredo de qualquer mistério. Ao colocar na capa um transexual, a Vanity Fair mostra como continua a conseguir conciliar o seu lado iconoclasta com o facto de ser uma das bandeiras do melhor grupo editorial de revistas, Condé Nast. Não é por acaso que capas destas nascem - a Vanity Fair tem à frente um dos mais marcantes editores de revistas das últimas décadas, Graydon Carter, e uma das dores de cabeça da Condé Nast vai ser escolher o seu substituto quando ele atingir o limite de idade imposto pela empresa aos seus quadros superiores. Com Carter, a Vanity Fair dedicou-se a explicar o que se passava à sua volta - fosse na finança, na política, na guerra ou nos costumes. Editou investigações, reportagens, perfis de pessoas influentes, contou histórias.
Esta capa, que retrata o ex-atleta olímpico Bruce Jenner, depois de ter operado a sua transformação de género e se ter passado a chamar Caitlyn, é um exemplo de como a Vanity Fair é diferente do resto. Não aborda o tema com sensacionalismo, mas publica uma história muito bem escrita e superiormente fotografada por Annie Leibovitz. Nesta edição, de Julho, há muito mais para ler - dos cenários de guerra aos do ballet, passando pelos das novas séries de televisão.
Gosto
O CCB vai promover, neste Outono, uma mostra sobre o que foi a Exposição do Mundo Português, de Junho de 1940, realizada na zona de Belém, incluindo aquela onde o Centro foi construído.
Não gosto
De ver o centro de Lisboa, seja no Parque Eduardo VII ou noutro sítio, transformado numa feira de gado e de hortaliças ao serviço de uma acção publicitária apoiada pela Câmara Municipal.
Ver
A galeria Mário Sequeira, em Braga, é um caso raro no panorama português da arte contemporânea. Nascida em 1994 no rés-do-chão de uma antiga casa de quinta do final do século XIX, a Galeria tem exibido, ao longo destas duas décadas de vida, nomes como Richard Long, Gerhard Richter, Anselm Kiefer, Sigmar Polke, Georg Baselitz, Andy Warhol e Rachel Whiteread, entre outros. Em 2000, a galeria inaugurou um novo edifício projectado por Carvalho Araújo, rodeado por um jardim onde já foram apresentadas exposições de escultura de exterior de artistas como Anish Kapoor, Richard Long, Rui Chafes, Pedro Cabrita Reis, Serge Spitzer,Gary Webb, Gavin Turk, Aaron Young e Liam Gillick, entre outros. A partir deste sábado, a Galeria acolherá "E Não Havia Nada Que Não Viesse do Olhar", uma exposição individual de Pedro Calapez, a partir das suas pinturas sobre alumínio. Segundo Pedro Calapez, as obras, na sua maioria inéditas, são trabalhos datados de 2013 a 2015, em suporte de alumínio (na imagem) e mostram diferentes séries de trabalhos. A exposição ficará patente até 30 de Agosto na Galeria Mário Sequeira, Quinta da Igreja, Parada de Tibães, Braga. Mais informações sobre a Galeria e suas exposições em www.mariosequeira.com.
Ouvir
Mão amiga fez-me chegar um disco que regista uma das incursões que Keith Jarrett tem feito pelo território da música clássica. Já conhecia as suas incursões pela obra de Bach, confesso que desconhecia estas "Suites For Keyboard", de Handel, que Keith Jarrett gravou, em piano, em Setembro de 1993, e que foram originalmente editadas pela ECM, em 1995. A gravação foi feita em Nova Iorque e o próprio Jarrett explica, nas notas de capa, como considera Handel um dos mais interessantes compositores barrocos, cujas composições para teclas são pouco conhecidas.
Foi, precisamente, para chamar a atenção para esses trabalhos de Handel que Jarrett se dispôs a fazer esta gravação, seleccionando ele próprio o repertório que decidiu interpretar. Originalmente, estas composições foram tocadas pelo próprio Handel num cravo, um instrumento bem diferente do piano em que Jarrett optou por gravá-las. Na época, a opção foi polémica, mas a ideia era mostrar como elas poderiam viver em termos contemporâneos. Os puristas não receberam bem este disco, mas aqueles que gostam de ouvir música sem preconceitos, como acho que é o meu caso, ficam seduzidos pela forma como Keith Jarrett aborda as extravagâncias musicais de Handel. Uma delícia, à venda na FNAC.
Arco da velha
Os serviços de informações enviaram um "e-mail" a 383 candidatos a espiões pedindo--lhes que confirmassem o interesse numa vaga a que tinham concorrido - mas, na mensagem enviada, estavam os endereços de todos os concorrentes que, assim, ficaram expostos numa acção muito pouco secreta dos nossos serviços secretos.
Provar
O nosso ritmo de trabalho e a persistente mania de começar a trabalhar tarde - e acabar ainda mais tarde - impede um dos maiores prazeres destes dias longos que é um "cocktail" ao fim de tarde, tomado com calma em volta de uma boa conversa, de preferência numa esplanada.
Diga-se, em abono da verdade, que em Portugal a tradição de "cocktails" é fraca e as "long drinks" são frequentemente derrotadas pela cerveja. A excepção a isto nasceu da moda do Gin Tónico, que nos últimos anos se enraizou. Por estes dias, tenho-me convertido ao Campari - uma bebida licorosa, com cerca de 24º, feita a partir de toranja, limão, laranja e especiarias, oriunda do noroeste de Itália, onde começou a ser popular por volta de 1860. Pode ser bebido com soda (uma parte de Campari para duas de soda, muito gelo e uma rodela de laranja), ou um Negroni (uma parte de Campari, uma de gin e uma de vermute tinto, uma rodela de laranja e gelo - bebida apreciada por Orson Welles quando estava em Itália), ou ainda o Sbagliato - uma parte de Campari, uma de vermute e outra de prosecco, tudo com gelo e uma rodela de laranja.
Há quem, na versão com soda, inclua também uma medida de vermute - o resultado, uma vez misturada a soda, dá pelo nome de Americano. Em dias quentes, a minha preferência vai para o Campari Soda simples - o sabor ácido da bebida ajuda a refrescar o espírito.
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