Opinião
Jogos de energia no Médio Oriente
No Médio Oriente estão a nascer novas alianças políticas e, ao mesmo tempo, perspectivam-se novas mutações na área da produção e distribuição de energia.
O Qatar, recorde-se, é o maior acionista da Glencore. Esta é também uma forma de ver como a política do Qatar se tem distinguido pelo pragmatismo desde há muito. A chegada ao poder do emir Tamim bin Hamad Khalifa al-Thani em 2013 levou ao afastamento do então MNE, o poderoso Hamid bin Jassim, que tinha uma política considerada agressiva e que o levou a aproximar-se da Irmandade Muçulmana do Egipto, por exemplo. O Qatar sempre foi um audível oponente do regime de al-Assad na Síria e o Qatar deseja ser uma ponte ente entre os países do Golfo e a Rússia, dentro de uma política cada vez mais pragmática.
Apesar das suas divergências, Rússia e Qatar são dois dos maiores produtores e exportadores de energia. Isto sucede também numa altura em que a Rússia e o Irão chegaram a um acordo preliminar que permitirá usar as suas moedas nas trocas comerciais entre ambos os países. E isto inclui aliança mais forte no sector da energia, já que a Gazprom mostrou interesse em estar envolvida no pipeline entre o Irão e a Índia por baixo de água, entre os dois países e via Omã. Assim tudo se move no Médio Oriente.
China: O fim da febre do futebol?
Nos últimos tempos a China parece o Eldorado do futebol. Estrelas dos relvados europeus têm emigrado para lá em busca do sucesso financeiro, enquanto os chineses vão criando escolas de futebol para virem a ser uma das maiores potências mundiais do chamado desporto-rei. Pelo caminho vão comprando clubes de futebol da Europa. Tudo sob o olhar compreensivo do presidente Xi Jinping, um grande adepto do futebol. Mas agora parece que as autoridades se começam a preocupar com o dinheiro sem fim gasto em compras de jogadores. O país está a pensar cortar o número de estrangeiros que possam alinhar nos clubes chineses, passando-os de cinco para quatro, numa tentativa de atenuar as aquisições milionárias, numa iniciativa da Federação Chinesa de Futebol.
Os clubes da Superliga chinesa já gastaram mais de 400 milhões de dólares em jogadores estrangeiros e chineses nesta época. Segundo a FCF a chegada dos jogadores estrangeiros trouxe talento e energia à liga mas criou estrangulamentos financeiros e impediu a entrada de futebolistas locais nas equipas. As novas regras começa a aplicar-se a uma semana da abertura do mercado de transferências e depois do Xangai SIPG ter confirmado a contratação do brasileiro Óscar por 73 milhões de dólares. Em Julho, Hulk tinha-se transferido para o mesmo SIPG por 58 milhões de dólares. E continuam os rumores: fala-se que Carlos Tevez poderá ir para o Xangai Shenhua após o clube pagar 87 milhões de dólares pelo seu passe.
A "bolha" do futebol chinês parece estar a causar preocupações a nível oficial, algo que o "Diário do Povo" já fez eco, ao pedir aos clubes para controlarem o seu gasto excessivo. Ou seja, poderá estar a acontecer uma mudança estrutural no futebol chinês.
Coreia do Sul: Ban Ki-moon olha para a presidência
Ban Ki-moon, que deixa o cargo de secretário-geral da ONU no final do ano é uma hipótese para a presidência da Coreia do Sul. Durante um encontro com jornalistas sul-coreanos na ONI, disse que iria utilizar os seus 10 anos de experiência na organização para ajudar o seu país - uma clara indicação das suas ambições presidenciais. Ban Ki-moon disse que decidirá a forma da sua contribuição depois de regressar a casa, ouvindo várias opiniões. Ban Ki-moon fará 73 anos em 2017 e a sua declaração surge no meio do escândalo que envolve a actual presidente Park Geun-hye.
Taiwan: S. Tomé escolhe China
O governo de São Tomé e Príncipe decidiu cortar relações diplomáticas com Taiwan e reconhecer a República Popular da China. "O governo, após uma consulta com o Chefe de Estado, decidiu nesta data cortar formalmente as relações diplomáticas estabelecidas com Taiwan", lê-se no comunicado. As relações comerciais entre a China e São Tomé e Príncipe situaram-se em 5108,9 mil dólares de Janeiro a Setembro, com a China a ter exportado bens no valor de 5094 mil dólares e a ter comprado ao arquipélago produtos no montante de 14,9 mil dólares.
China impõe multa à GM
A China multou a General Motors em 29 milhões de dólares por "preços monopolistas" em modelos da Cadillac, Chevy e Buick. A sanção segue a declarações no futuro presidente dos EUA, Donald Trump, que questionavam a existência de "uma China" e a sua nomeação de Peter Navarro como conselheiro do Comércio, um "duro" nas relações comerciais com Pequim. Mas nada garante que a multa é uma forma de retaliação. A multa é a última de uma série de acções iniciadas em 2011 e que incluem sanções à Audi, Daimler AG Mercedes-Benz, Toyota e Nissan.