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05 de Março de 2017 às 18:00

As profissões vão acabar! Invista num mapa de competências 

Hoje deveremos educar e formar jovens e pessoas não para exercer uma profissão, mas sim para as dotar de um mapa de competências transversais.

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Em janeiro de 2012, o The Wall Street Journal informava que a Kodak estaria a preparar-se para iniciar o seu processo de falência, algo que ficou confirmado a 19 de janeiro de 2012, quando a mesma empresa solicitou um pedido de concordata para restruturar os seus negócios num tribunal em Nova Iorque. Em 1998 a Kodak tinha 170.000 colaboradores e era líder mundial na venda de papel fotográfico com uma quota de mercado de 85%.

 

Ainda nesta década tínhamos em Portugal o Banco Espírito Santo que chegou a ser o maior grupo financeiro privado português e líder na satisfação do cliente. O mesmo BES obteve vários galardões internacionais tais como no âmbito da iniciativa "World's Best Banks"  em  que foi considerado o melhor banco português pela revista económica norte-americana Global Finance. A mesma opinião tinha a revista The Banker que considerava o BES como o melhor banco em Portugal.

 

Em 2007, a então famosa marca finlandesa de telemóveis Nokia liderava o fabrico mundial de telemóveis, detinha uma quota de mercado nas telecomunicações de aproximadamente 40%. Quando surgiram os rumores dos primeiros smartphones, os responsáveis da marca finlandesa consideraram que estes seriam telemóveis de nicho e não telemóveis de venda massificada. Este erro de avaliação saiu bem caro à Nokia que acabou por cair no desaparecimento do panorama mundial de telemóveis…

 

O que podemos concluir destes três exemplos é que na atualidade não existem setores imunes à turbulência económica e que o facto de termos sucesso empresarial numa determinada época não garante em nada um futuro próspero…

 

Agora gostava de transportar esta realidade para as profissões do futuro…

 

Se há quatro ou cinco anos perguntássemos aos taxistas qual o impacto da tecnologia na profissão deles, quase posso adivinhar que muitos refeririam que o impacto seria diminuto e talvez alguns mencionassem que as tecnologias os iriam ajudar, a título de exemplo o GPS.

 

O que sabemos hoje é que temos uma indústria de softwares que lentamente está a destronar os taxistas através de aplicações inteligentes… por sua vez o desafio é tão grande que nos próximos anos os condutores que estão ao serviço destas marcas de aplicações poderão ser destronados pelos veículos autónomos que estão próximos de ser uma realidade.

 

O mesmo se passaria se perguntarmos aos advogados portugueses, qual o impacto da tecnologia na sua profissão? Alguns responderão certamente que o avanço tecnológico será um bom complemento, no entanto, negarão que poderá pôr em causa a sua profissão.

No entanto, não acredito que seja assim nos próximos anos…

 

Atualmente a IBM desenvolveu o ROSS, que é o primeiro advogado de inteligência artificial do mundo. Este novo sistema cognitivo de inteligência artificial consegue emanar um parecer em apenas segundos, analisando a legislação, jurisprudência e ainda fontes secundárias. O ROSS obtém uma exatidão nos seus pareceres superiores aos humanos. Enquanto o ser humano obtém 70% de exatidão o sistema de inteligência artificial obtém um eficácia de 90%.

 

O que se está a passar na advocacia está a acontecer na medicina. Hoje temos sistemas de inteligência artificial muito mais eficazes e fiáveis no diagnóstico de doenças do que médicos qualificados para o efeito.

 

Conforme o que explanei, não existem setores nem profissões imutáveis, neste sentido hoje deveremos educar e formar jovens e pessoas não para exercer uma profissão, mas sim para as dotar de um mapa de competências transversais que as ajudem a desenvolver durante a sua vida não um, mas sim vários cargos. Algumas destas competências transversais são: criatividade; flexibilidade; comunicação; gestão de prioridades; resolução de problemas complexos; pensamento crítico; inteligência emocional; negociação; entre outras…

 

Gestor e Professor Universitário

 

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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