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Esta unidade de saúde de Mogadouro realiza, em média, doze mil atendimentos por ano. Contudo, o número de utentes inscritos é inferior, pois ronda os nove mil, pelo que se pode concluir que utentes de outras freguesias vizinhas se deslocam a este centro de saúde e serviço de urgência básica para terem acesso a cuidados de saúde.
Até ao início de 2013, os utentes que fizessem uma radiografia no centro de saúde de Mogadouro poderiam acabar por ser transferidos para o hospital mais próximo. Uma situação comum não fosse a distância a que essa unidade hospitalar se encontra: cerca de 86 quilómetros ou mais de uma hora de viagem. Foi para encurtar distâncias que foi criado um arquivo, onde todas as radiografias e ecografias estão centralizadas. Ganham os utentes, o centro de saúde e até o Serviço Nacional de Saúde.
É a evolução tecnológica que permite que uma radiografia ou uma ecografia realizada em Mogadouro seja vista por um médico no hospital de Mirandela. Contudo, "o que nos distingue não é a tecnologia em si, é o arquivo de imagem integrado com os hospitais de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiro, os dez centros de saúde do distrito e a Plataforma da Saúde", conta Manuel Lobo, responsável pelo serviço de imagiologia. Ao contrário do que acontece nos outros serviços do género, aqui o arquivo centraliza todos os exames que deixaram de estar dispersos.
O arquivo teve um custo inicial entre quatro e cinco mil euros para o qual foram utilizados fundos europeus. Mas, em 27 meses, permitiu já uma poupança de 140 mil euros apenas em deslocações.
0,5%
Encaminhamentos
Até 2013, de todos os utentes que iam às urgências, 10% eram encaminhados para o hospital. Caíram para 0,52%, no ano passado.
Nem sempre foi assim. O início da actividade deste serviço, que serve quer o centro de saúde quer o serviço de urgência básica, remonta a 2006. Só em Fevereiro de 2013 o arquivo passou a centralizar todos os exames.
"A primeira vantagem reside na diminuição da redundância de exames", conta o responsável pelo serviço de imagiologia de Mogadouro. Com todos os benefícios que isso implica para a saúde dos utentes, que não voltam a ser expostos às radiações caso não seja necessário. Além disso, passou a poder ser feita uma comparação temporal entre os exames, o que acaba por facilitar o diagnóstico. Este arquivo "evita deslocações muitas vezes inúteis aos hospitais de referência e evita desperdícios de tempo e dinheiro para os utentes e para o Serviço Nacional de Saúde", conta Rosa Silva, assistente técnica do centro de saúde. "São benefícios que não são facilmente mensuráveis", resume Manuel Lobo.
Mas, além de todas estas vantagens, há outras que podem ser quantificadas: as poupanças justificadas pela diminuição expressiva dos reencaminhamentos para os hospitais do distrito. Se há dois anos, de todos os utentes que aqui chegavam, cerca de 10% eram transferidos para o hospital, actualmente são menos de 1%. Quanto se poupa? Nos últimos 27 meses, 140 mil euros só em deslocações. E, todos os anos, deixarão de ser gastos, em média, 69.911 euros. Uma poupança que supera largamente o investimento inicial de entre quatro a cinco mil euros para o qual foram utilizados fundos europeus.
No fim da linha, até o Serviço Nacional de Saúde sai a ganhar. "Somos quase um serviço de custo zero para o Estado", conta o responsável pelo serviço de imagiologia. Isto porque orçamento resume-se à manutenção dos equipamentos, salários, carros de serviço, gastos convencionados e fornecimento de serviços externos.
E, assim, Mogadouro deixa, por alguns momentos, de estar no interior do país e passa a contar com recursos que só estão disponíveis em cidades como Lisboa, onde aliás está localizada a empresa responsável pelo relato dos exames programados. "Através de toda esta complementaridade, conseguimos esbater o isolamento a que esta zona, por circunstâncias geográficas, está vetada e conseguimos prestar cuidados de maior qualidade e maior especificidade", sublinha Manuel Lobo.
Este arquivo teve como modelo um projecto de telerradiologia levado a cabo no interior da Austrália. E do Mogadouro poderia passar para outras zonas do país, confrontadas com o mesmo isolamento e com poucos recursos humanos e financeiros. "Costumo pensar que se este projecto fosse aplicado em todo o país, o nível de poupança e vantagens que não poderia ser alcançado?"
Até ao início de 2013, os utentes que fizessem uma radiografia no centro de saúde de Mogadouro poderiam acabar por ser transferidos para o hospital mais próximo. Uma situação comum não fosse a distância a que essa unidade hospitalar se encontra: cerca de 86 quilómetros ou mais de uma hora de viagem. Foi para encurtar distâncias que foi criado um arquivo, onde todas as radiografias e ecografias estão centralizadas. Ganham os utentes, o centro de saúde e até o Serviço Nacional de Saúde.
É a evolução tecnológica que permite que uma radiografia ou uma ecografia realizada em Mogadouro seja vista por um médico no hospital de Mirandela. Contudo, "o que nos distingue não é a tecnologia em si, é o arquivo de imagem integrado com os hospitais de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiro, os dez centros de saúde do distrito e a Plataforma da Saúde", conta Manuel Lobo, responsável pelo serviço de imagiologia. Ao contrário do que acontece nos outros serviços do género, aqui o arquivo centraliza todos os exames que deixaram de estar dispersos.
O arquivo teve um custo inicial entre quatro e cinco mil euros para o qual foram utilizados fundos europeus. Mas, em 27 meses, permitiu já uma poupança de 140 mil euros apenas em deslocações.
0,5%
Encaminhamentos
Até 2013, de todos os utentes que iam às urgências, 10% eram encaminhados para o hospital. Caíram para 0,52%, no ano passado.
Nem sempre foi assim. O início da actividade deste serviço, que serve quer o centro de saúde quer o serviço de urgência básica, remonta a 2006. Só em Fevereiro de 2013 o arquivo passou a centralizar todos os exames.
"A primeira vantagem reside na diminuição da redundância de exames", conta o responsável pelo serviço de imagiologia de Mogadouro. Com todos os benefícios que isso implica para a saúde dos utentes, que não voltam a ser expostos às radiações caso não seja necessário. Além disso, passou a poder ser feita uma comparação temporal entre os exames, o que acaba por facilitar o diagnóstico. Este arquivo "evita deslocações muitas vezes inúteis aos hospitais de referência e evita desperdícios de tempo e dinheiro para os utentes e para o Serviço Nacional de Saúde", conta Rosa Silva, assistente técnica do centro de saúde. "São benefícios que não são facilmente mensuráveis", resume Manuel Lobo.
O arquivo evita deslocações muitas vezes inúteis aos hospitais de referência e evita desperdícios de tempo e dinheiro para os utentes e para o Serviço Nacional de Saúde.
Rosa Silva, Assistente técnica do centro de saúde de Mogadouro
Mas, além de todas estas vantagens, há outras que podem ser quantificadas: as poupanças justificadas pela diminuição expressiva dos reencaminhamentos para os hospitais do distrito. Se há dois anos, de todos os utentes que aqui chegavam, cerca de 10% eram transferidos para o hospital, actualmente são menos de 1%. Quanto se poupa? Nos últimos 27 meses, 140 mil euros só em deslocações. E, todos os anos, deixarão de ser gastos, em média, 69.911 euros. Uma poupança que supera largamente o investimento inicial de entre quatro a cinco mil euros para o qual foram utilizados fundos europeus.
No fim da linha, até o Serviço Nacional de Saúde sai a ganhar. "Somos quase um serviço de custo zero para o Estado", conta o responsável pelo serviço de imagiologia. Isto porque orçamento resume-se à manutenção dos equipamentos, salários, carros de serviço, gastos convencionados e fornecimento de serviços externos.
A primeira vantagem reside na diminuição da redundância de exames. São benefícios que não são facilmente mensuráveis.
Através de toda esta complementaridade, conseguimos esbater o isolamento a que esta zona, por circunstâncias geográficas, está vetada e conseguimos prestar cuidados de maior qualidade e maior especificidade aos utentes.
Através de toda esta complementaridade, conseguimos esbater o isolamento a que esta zona, por circunstâncias geográficas, está vetada e conseguimos prestar cuidados de maior qualidade e maior especificidade aos utentes.
Manuel Lobo, Responsável pelo serviço de imagiologia de Mogadouro
E, assim, Mogadouro deixa, por alguns momentos, de estar no interior do país e passa a contar com recursos que só estão disponíveis em cidades como Lisboa, onde aliás está localizada a empresa responsável pelo relato dos exames programados. "Através de toda esta complementaridade, conseguimos esbater o isolamento a que esta zona, por circunstâncias geográficas, está vetada e conseguimos prestar cuidados de maior qualidade e maior especificidade", sublinha Manuel Lobo.
Este arquivo teve como modelo um projecto de telerradiologia levado a cabo no interior da Austrália. E do Mogadouro poderia passar para outras zonas do país, confrontadas com o mesmo isolamento e com poucos recursos humanos e financeiros. "Costumo pensar que se este projecto fosse aplicado em todo o país, o nível de poupança e vantagens que não poderia ser alcançado?"
Como fez mais com menos
Recursos racionalizados e menos viagens
Recursos racionalizados e menos viagens
Há 27 meses que o serviço de imagiologia de Mogadouro conta com um arquivo dos exames radiológicos. Este arquivo representou um investimento inicial entre quatro e cinco mil euros, para o qual foram utilizados fundos europeus. Desde então, poupou 140 mil euros só em deslocações. E a estimativa é de que, todos os anos, se poupem, em média, 69.911 euros em reencaminhamentos desnecessários. Uma poupança que, Manuel Lobo considera ser, ainda assim, "muito conservadora". Com o arquivo SECTRA PACS aumentou também a racionalização de recursos existentes, tendo sido reforçada a complementaridade entre as várias especialidades médicas. Os quatro técnicos de radiologia estão das oito da manhã à meia-noite em presença física no serviço de imagiologia e depois em regime de prevenção diária.
Pontos fortes
Este arquivo de exames radiológicos foi inspirado num projecto de telerradiologia levado a cabo no interior da Austrália. Tem a grande vantagem de evitar repetições e permitir a complementaridade.
Evita repetições de exames
Com a constituição deste arquivo, todos os exames radiológicos ficam centralizados, não sendo necessária a repetição posterior no hospital e podendo também ser feita uma comparação temporal.
Complementaridade da equipa
Com a centralização de todas as radiografias e ecografias realizadas no centro de saúde e serviço de urgência básica de Mogadouro, a equipa médica pode agir de forma mais célere e complementar permitindo um diagnóstico mais atempado para os doentes.
Pontos fortes
Este arquivo de exames radiológicos foi inspirado num projecto de telerradiologia levado a cabo no interior da Austrália. Tem a grande vantagem de evitar repetições e permitir a complementaridade.
Evita repetições de exames
Com a constituição deste arquivo, todos os exames radiológicos ficam centralizados, não sendo necessária a repetição posterior no hospital e podendo também ser feita uma comparação temporal.
Complementaridade da equipa
Com a centralização de todas as radiografias e ecografias realizadas no centro de saúde e serviço de urgência básica de Mogadouro, a equipa médica pode agir de forma mais célere e complementar permitindo um diagnóstico mais atempado para os doentes.