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Notícia

Prémio Saúde Sustentável: os sinais da excelência nos centros prestadores de saúde

São conhecidos hoje os vencedores da sétima edição do Prémio Saúde Sustentável, uma iniciativa do Negócios e da farmacêutica Sanofi Portugal. A selecção foi feita a partir de um lote de 22 finalistas apurados entre cerca de uma centena de candidaturas. 

03 de Outubro de 2018 às 09:00
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Os vencedores do Prémio Saúde Sustentável são revelados hoje na cerimónia que se vai realizar a partir da 16:30, no Museu do Oriente em Lisboa, na presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. Foram seleccionados 22 projectos entre 95 candidatos. "Um número recorde de candidaturas, que duplicaram em comparação com os anos anteriores", como referiu Francisco del Val, director-geral da Sanofi Portugal.

 

O responsável sublinhou que "são iniciativas que se distinguem em termos de qualidade clínica, tecnologia, satisfação do utente e boas práticas ambientais, mas que, frequentemente, são pouco divulgadas". "É uma honra reconhecer pessoas e iniciativas claramente orientadas para o bem da população e para a sustentabilidade da saúde em Portugal", afirmou, acrescentando que "são verdadeiramente diferenciadores e com impacto mensurável e de melhoria de qualidade de vida nas despesas em saúde".

 

"Tem havido excelentes candidaturas em todos os anos", considera Abel Mateus, professor de Economia da Universidade Nova de Lisboa e da University College de Londres e membro do júri. Mas o que mais o surpreendeu foi o aparecimento de "excelentes candidaturas não só de Lisboa, mas mesmo fora de Lisboa, Porto e Coimbra. A experiência mostra que há centros de excelência de prestadores de saúde, que fogem bastante à média das diferentes categorias consideradas".

 

José Ribeiro Mendes, membro do Conselho Estratégico do Centro Académico Clínico de Coimbra, sente que "há uma enorme criatividade e disponibilidade por parte das instituições de saúde, seja no domínio dos cuidados primários, hospitalares e cuidados continuados, para a inovação e para focar cada vez mais a atenção nos seus 'clientes' que somos todos nós quando acedemos à prestação de cuidados de saúde".

 

A voz da prevenção

 

O ex-Presidente da República Jorge Sampaio presidiu ao júri que seleccionou os finalistas e os vencedores dos prémios por cinco categorias. Às tradicionais categorias, Cuidados Primários, Cuidados Hospitalares, Cuidados Continuados e Projectos Especiais Integrados, acrescentou-se a Prevenção e Promoção da Saúde, para entidades que tenham realizado acções com vista à promoção da saúde e prevenção da doença, com resultados demonstrados.

 

Tem havido, como refere o membro do júri José Ribeiro Mendes, "alguns acertos na evolução nas categorias em face daquilo que temos observado ao longo dos vários anos deste Prémio". Mas sublinha que "o ADN deste Prémio é permitir destacar os melhores contributos para uma saúde sustentável, e, por vezes, há abordagens muito transversais, o que é natural, dificultando a classificação de alguns projectos em certas categorias".

 

Para Abel Mateus, estas categorias permitem captar o que de melhor se faz nas várias áreas da saúde. No entanto, "o problema é que mesmo dentro de grandes hospitais há equipas que trabalham muito melhor do que outras, o que obrigaria a uma desagregação micro que não tem sido feita".

 

Entre os critérios de avaliação estão os resultados em saúde, a experiência do cidadão, a sustentabilidade económico-financeira, a responsabilidade ambiental e as novas práticas inovadoras. Este ano, o Prémio Saúde Sustentável conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República.



3 perguntas a Francisco Vel Val, director-geral da Sanofi Portugal

"É essencial aumentar o investimento na saúde"

Há três meses que Francisco del Val é o director-geral da Sanofi Portugal. O seu objectivo passa por manter o nível de investimento que em 2018 vai atingir os 9,5 milhões de euros.

 

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem vivido, nos últimos tempos, alguma instabilidade. Que reflexo tem na saúde e, em particular, na política do medicamento?

 

Os indicadores de saúde em Portugal apresentam resultados muito positivos face à média europeia, no entanto, verifica-se de facto alguma instabilidade no sector que afecta a satisfação dos profissionais de saúde e pode dificultar o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde.

 

Na área da política do medicamento enfrentamos a constante pressão para a redução dos preços, os prazos de aprovação de terapêuticas inovadoras e o aumento crescente da dívida hospitalar. Criam alguma imprevisibilidade que dificulta um planeamento estratégico a médio, longo prazo e diminui a atractividade do mercado português na captação de investimento.

 

É verdade que a saúde consome uma fatia importante dos gastos do sector público, no entanto estes continuam cerca de 30% abaixo da média europeia. É essencial aumentar o investimento na saúde e continuar a trabalhar num plano de reformas estruturais para a sustentabilidade do sistema.

 

Quais são os principais objectivos e os planos da Sanofi para o mercado português nos próximos anos? Preparam-se novos investimentos?

 

A unidade de ensaios clínicos da Sanofi estima investir mais de 7,5 milhões de euros em Portugal nos próximos anos (ensaios clínicos actualmente confirmados para o país). Nos últimos anos, também triplicámos o número de ensaios clínicos e fomos considerados país prioritário para a realização de ensaios clínicos na área de oncologia. Em 2018 conseguimos atrair para a filial portuguesa os primeiros ensaios clínicos de fase 1 em cancro da mama e linfoma, tornando Portugal numa plataforma com elevado reconhecimento na condução de ensaios clínicos. Estabelecemos uma parceria com o IBET para acelerar a disponibilização dos nossos medicamentos o que corresponde a um investimento de 2 milhões de euros.

 

Queremos manter a liderança nas áreas terapêuticas onde já somos fortes como as vacinas, doenças raras, esclerose múltipla e consumer healthcare. Acabámos de lançar no mercado um medicamento muito inovador na esclerose múltipla, que vem mudar o paradigma no tratamento e mudar a vida das pessoas com esta patologia.

 

A curto, médio prazo, esperamos novos lançamentos na área de vacinas, artrite reumatóide, doença de gaucher e dermatite atópica moderada a grave, e esperamos continuar o desenvolvimento de mais de dez moléculas muito promissoras em oncologia, hematologia e doenças raras do sangue.

 

O Orçamento para 2019 vai ser discutido em breve. O que é que poderia ser melhorado no sector da saúde?

Segundo as mais recentes indicações, o SNS será reforçado com verbas no Orçamento do Estado de 2019, o que é uma boa notícia, para garantir o acesso dos portugueses a cuidados de saúde com qualidade e a sustentabilidade do SNS a longo prazo. Esta passa pelo estabelecimento e o reforço de parcerias, assentes na confiança, no debate, e em cenários win-win, como no investimento em programas de prevenção da doença e promoção da saúde.

 

Proporcionar condições de trabalho e acompanhamento técnico aos profissionais, principalmente aos recém-formados, por exemplo, pode ser um dos principais passos para aumentar a cobertura nas áreas do território português mais desprovidas de unidades de saúde.

 



Os membros do júri

O ex-presidente da República, Jorge Sampaio, preside a um júri que conta com mais de 20 personalidades relevantes no domínio da Saúde.

 

Presidente do Júri

Jorge Sampaio, Ex-Presidente da República

 

Membros

Abel Mateus, Professor de Economia, Universidade Nova de Lisboa e University College de Londres

Alexandre Lourenço, Presidente Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares

Ana Paula Martins, Bastonária Ordem dos Farmacêuticos

André Veríssimo, Director Jornal de Negócios

António Couto dos Santos, Vice-Presidente Comissão de Saúde

Diogo Lucena, Professor Universidade Nova de Lisboa

Francisco Del Val, Director-Geral Sanofi Portugal

Francisco Ramos, Presidente IPO

Graça Freitas, Directora Geral da Saúde

Heitor Costa, Director Executivo Apifarma

José Carlos Caiado, Presidente Administração Central do Sistema de Saúde

José Luís Biscaia, Membro Coordenação Nacional para a Reforma Cuidados Saúde Primários

José Mendes Ribeiro, Conselho Estratégico Centro Académico Clínico de Coimbra

Manuel Lemos, Presidente União das Misericórdias Portuguesas

Maria Antónia Almeida Santos, Vice-Presidente Comissão de Saúde

Maria de Belém Roseira, Ex-Ministra da Saúde

Maria do Céu Machado, Presidente INFARMED

Marta Temido, Subdirectora Instituto de Higiene e Medicina Tropical

Miguel Guimarães, Bastonário Ordem dos Médicos

Paulo Duarte, Presidente Associação Nacional das Farmácias

Teresa Caeiro, Deputada da Assembleia da República

As categorias e os candidatos

Este ano o Prémio Saúde Sustentável aumentou para cinco as categorias premiadas. É ainda atribuído o prémio Personalidade.

 

Cuidados Primários

• ACES Grande Porto II Gondomar/ Centro Hospitalar do Porto, EPE

• ACES Grande Porto IV Póvoa de Varzim/Vila do Conde

• ACES Cávado III - Barcelos/Esposende

• Multicare - Seguros de Saúde, S.A

• Associação de Investigação e Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO)

 

Cuidados Hospitalares

• Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho Centro de Diagnóstico Pré-Natal

• Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE

• Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho Unidade Neurorradiologia de Intervenção/Unidade de AVC

• 2 projectos do Hospital Vila Franca de Xira (O seu farmacêutico e Assistente do Utente)

 

Cuidados Continuados

• Encontrar+se - Associação para a Promoção da Saúde Mental

• Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande

 

Prevenção e Promoção da Saúde

• Centro Hospitalar de VN Gaia/Espinho

• Praxair Portugal Gases S.A

• ANDO Portugal- Associação Nacional de Displasias Ósseas

• Escola Nacional de Saúde Pública

• Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso

 

Projectos Integrados Especiais

• Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano

• ACES Cávado III -Barcelos/Esposende

• ANEM- Associação Nacional de Esclerose Múltipla

• Hospital Garcia da Orta, EPE- Centro de Responsabilidade de Oftalmologia

• Hospital de Braga




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