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Maria de Belém Roseira: “Enquanto tiver razão e consciência, vou indignar-me”

Na homenagem que a organização fez a Maria de Belém Roseira, esta disse: “Já tenho muitos anos e continuo a indignar-me porque todos os dias sou confrontada com coisas que não deviam acontecer.”

28 de Outubro de 2022 às 17:00
Maria de Belém Roseira recebe o prémio junto a Adalberto Campos Fernandes Mariline Alves
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"É uma mulher de causas, é uma mulher que honra a República e a democracia, porque tem uma ética de comportamento e uma estética da sua vida própria ao nível pessoal, porque preza os amigos, mas não tem medo de afrontar os adversários. É uma mulher corajosa que desde muito nova se dedicou à causa pública, sem temor, sem reverência, sem subserviência e sem entregas fáceis. É uma mulher de combate", disse Adalberto Campos Fernandes no elogio a Maria de Belém Roseira, presidente do júri do Prémio Saúde Sustentável, que foi homenageada na 11.ª conferência do Prémio Saúde Sustentável, uma iniciativa da Sanofi e do Jornal de Negócios, tendo como knowledge partner a NTT DATA.

Adalberto Campos Fernandes referiu ainda que "Maria de Belém Roseira não é uma pessoa fácil. É uma pessoa que confronta a crueldade, o cinismo, a falsidade. É uma pessoa que nos desafia, nos interpela, nos provoca, às vezes com algumas diferenças no caminho, mas quase sempre com muitas convergências", concluindo que, "como dizia Mário Soares, referência política de nós os dois, só é derrotado quem desiste de lutar. Se há pessoa que nunca desiste de lutar ela chama-se Maria de Belém Roseira".

Interesse público e bem comum

Maria de Belém Roseira, ministra da Saúde entre 1995 e 1999 e ministra para a Igualdade, de 1999 a 2000, candidata à presidência da República em 2015, alguns dos cargos e compromissos da sua intensa carreira na administração pública, sobretudo na saúde, e na política, respondeu, na sua réplica de agradecimento, com uma citação de André Gide: "Quando deixar de me indignar, então começo a envelhecer."

Nasceu no Porto em 28 de julho de 1949, e acabou a sua licenciatura em Direito na cidade Coimbra há cinquenta anos, por isso diz: "Já tenho muitos anos e continuo a indignar-me porque todos os dias sou confrontada com coisas que não deviam acontecer." Prosseguiu que "continuamos a ter muitas razões para nos indignarmos e, cada de um de nós, só cumpre verdadeiramente se ajudar a que tudo funcione ao serviço do interesse público, na causa pública, e ao serviço do bem comum em todas as outras atividades".
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