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"Nos outros hospitais , o médico de Anatomia Patológica está uma ou duas salas depois dos laboratórios. Na Covilhã não. Está do outro lado de uma ligação web, através de uma câmara de vídeo-conferência", conta Rosa Tomé.
O Centro Hospitalar Cova da Beira conta apenas com a colaboração de técnicos de Anatomia Patológica. Então, como são feitos exames como as biópsias? Através de um serviço de Anatomia Patológica Digital. As amostras são recolhidas e processadas até que, no Porto, o médico, por teleconferência, faz o diagnóstico.
Foi o hospital da Covilhã que, em 2012, respondeu afirmativamente ao desafio lançado pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e pela empresa zmway. O projecto "Anatomia Patológica Digital" foi apresentado a outras unidades hospitalares, mas terá sido a presença no interior do país, bem como o forte incentivo da equipa do serviço de Anatomia Patológica, a ditar este desfecho. Por não contarem com médicos desta especialidade, os técnicos recolhiam as amostras, que resultavam de cirurgias ou outro tipo de intervenções, e acabavam por enviá-las para um laboratório em Coimbra. Era aqui que todo o processo tinha continuidade.
Uma realidade que esbarrava na frustração da equipa liderada por Rosa Tomé. "Já tínhamos saberes adquiridos que não estávamos a pôr em prática, também nos desmotivava muito saber que tínhamos capacidades que, se não forem trabalhadas, são esquecidas", conta a responsável por este serviço.
A equipa do serviço de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar Cova da Beira, na Covilhã, é constituída por cinco técnicos, dois assistentes técnicos no secretariado e uma assistente operacional. Além de ter colocado os equipamentos e reagentes, a zmway é responsável também pela colocação de uma técnica com especialização em macroscopia.
Agora já não é assim. Desde 2012, quando o projecto começou a ser colocado em marcha, a equipa deste serviço transformou radicalmente as suas rotinas. Continuam a trabalhar de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, mas desenvolvem uma gama mais alargada de operações. "As análises são colhidas pelos clínicos, podem vir de consultas, de bloco operatório, de exames especiais, chegam-nos ao serviço acompanhadas de uma requisição que é feita num software que já está interligado com o programa informático", explica Rosa Tomé. Depois de feito o registo, é criado um número de amostra que vai acompanhar todo o processo e dar origem a um código de barras que depois todos os equipamentos vão ler. Segue-se a macroscopia, processamento, inclusão, corte, coloração, montagem, controlo de qualidade e, por fim, a digitalização.
Menos tempo de espera
Uma das grandes vantagens deste sistema é o facto de toda a informação relativa ao doente ficar centralizada informaticamente no seu processo único. O que acaba por minimizar a margem de erros. "Não há necessidade de estarmos a transcrever dados, quando havia coisas manuscritas nos papéis que andavam a circular, essa informação podia perder-se em algum local e alguma era difícil de transcrever", frisa a responsável pelo serviço.
A articulação de todas as fases do projecto de análise permitiu, segundo as estimativas do hospital, poupanças no custo unitário por amostra de 29,5 euros. Um corte superior a 50% por desenvolver todo o processo ali e não enviar nada para o exterior. Mas "há benefícios que não se traduzem só em euros", considera Rosa Tomé. "O facto de, por exemplo, uma análise chegar em sete dias e não em 16 fez com os clínicos conseguissem agendar uma cirurgia muito mais rapidamente e o doente passou a estar menos tempo à espera", frisa a responsável.
Covilhã como exemplo
Depois de mais de dois anos de trabalho, foi realizado um estudo para validar que não havia diferenças entre as peças trabalhadas pelo médico à distância ou em presença física. "Desse estudo resultou que entre a Covilhã e o IPATIMUP, que é com quem nós trabalhamos, não há diferenças, há 100% de coincidências", explicou Rosa Tomé.
Este era o passo que faltava para que o sistema pudesse ser reproduzido nos outros hospitais. Um aspecto "extremamente positivo é a possibilidade de utilizar esta mesma solução noutras unidades, designadamente temos já potencial interesse manifestado por parte das unidades locais de saúde da Guarda e Castelo Branco", explicou Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração deste centro hospitalar. Este é, assim, um projecto inovador que poderá sair do interior para outros hospitais do país.
O Centro Hospitalar Cova da Beira conta apenas com a colaboração de técnicos de Anatomia Patológica. Então, como são feitos exames como as biópsias? Através de um serviço de Anatomia Patológica Digital. As amostras são recolhidas e processadas até que, no Porto, o médico, por teleconferência, faz o diagnóstico.
Foi o hospital da Covilhã que, em 2012, respondeu afirmativamente ao desafio lançado pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e pela empresa zmway. O projecto "Anatomia Patológica Digital" foi apresentado a outras unidades hospitalares, mas terá sido a presença no interior do país, bem como o forte incentivo da equipa do serviço de Anatomia Patológica, a ditar este desfecho. Por não contarem com médicos desta especialidade, os técnicos recolhiam as amostras, que resultavam de cirurgias ou outro tipo de intervenções, e acabavam por enviá-las para um laboratório em Coimbra. Era aqui que todo o processo tinha continuidade.
Uma realidade que esbarrava na frustração da equipa liderada por Rosa Tomé. "Já tínhamos saberes adquiridos que não estávamos a pôr em prática, também nos desmotivava muito saber que tínhamos capacidades que, se não forem trabalhadas, são esquecidas", conta a responsável por este serviço.
A equipa do serviço de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar Cova da Beira, na Covilhã, é constituída por cinco técnicos, dois assistentes técnicos no secretariado e uma assistente operacional. Além de ter colocado os equipamentos e reagentes, a zmway é responsável também pela colocação de uma técnica com especialização em macroscopia.
Agora já não é assim. Desde 2012, quando o projecto começou a ser colocado em marcha, a equipa deste serviço transformou radicalmente as suas rotinas. Continuam a trabalhar de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, mas desenvolvem uma gama mais alargada de operações. "As análises são colhidas pelos clínicos, podem vir de consultas, de bloco operatório, de exames especiais, chegam-nos ao serviço acompanhadas de uma requisição que é feita num software que já está interligado com o programa informático", explica Rosa Tomé. Depois de feito o registo, é criado um número de amostra que vai acompanhar todo o processo e dar origem a um código de barras que depois todos os equipamentos vão ler. Segue-se a macroscopia, processamento, inclusão, corte, coloração, montagem, controlo de qualidade e, por fim, a digitalização.
Menos tempo de espera
Uma das grandes vantagens deste sistema é o facto de toda a informação relativa ao doente ficar centralizada informaticamente no seu processo único. O que acaba por minimizar a margem de erros. "Não há necessidade de estarmos a transcrever dados, quando havia coisas manuscritas nos papéis que andavam a circular, essa informação podia perder-se em algum local e alguma era difícil de transcrever", frisa a responsável pelo serviço.
A articulação de todas as fases do projecto de análise permitiu, segundo as estimativas do hospital, poupanças no custo unitário por amostra de 29,5 euros. Um corte superior a 50% por desenvolver todo o processo ali e não enviar nada para o exterior. Mas "há benefícios que não se traduzem só em euros", considera Rosa Tomé. "O facto de, por exemplo, uma análise chegar em sete dias e não em 16 fez com os clínicos conseguissem agendar uma cirurgia muito mais rapidamente e o doente passou a estar menos tempo à espera", frisa a responsável.
Covilhã como exemplo
Depois de mais de dois anos de trabalho, foi realizado um estudo para validar que não havia diferenças entre as peças trabalhadas pelo médico à distância ou em presença física. "Desse estudo resultou que entre a Covilhã e o IPATIMUP, que é com quem nós trabalhamos, não há diferenças, há 100% de coincidências", explicou Rosa Tomé.
Este era o passo que faltava para que o sistema pudesse ser reproduzido nos outros hospitais. Um aspecto "extremamente positivo é a possibilidade de utilizar esta mesma solução noutras unidades, designadamente temos já potencial interesse manifestado por parte das unidades locais de saúde da Guarda e Castelo Branco", explicou Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração deste centro hospitalar. Este é, assim, um projecto inovador que poderá sair do interior para outros hospitais do país.