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O diretor-geral da Sanofi em Portugal faz um balanço muito positivo do Prémio Saúde Sustentável e espera "continuar a inspirar todos os profissionais e entidades que trabalham em saúde, a ultrapassar barreiras e a dar o seu melhor em todas as áreas".
Que balanço é que faz dos projetos finalistas da 8ª edição do Prémio Saúde Sustentável? Houve algum ou alguns que lhe tenha(m) chamado mais à atenção?
Gostaria de destacar e elogiar os 15 projetos finalistas, pela dedicação, esforço e energia que colocam em cada uma das iniciativas, verdadeiros exemplos daquilo que de melhor se faz pela saúde em Portugal. Este ano tivemos uma novidade: pela primeira vez, os 15 finalistas, vindos de todo o país, apresentaram presencialmente ao júri as suas iniciativas. Este foi sem dúvida um dos pontos altos, ver a energia, a entrega e a emoção das equipas e perceber a mais-valia de cada iniciativa, que se traduz num esforço que beneficia os doentes que diariamente recorrem aos serviços de saúde e da sociedade como um todo. Agradeço também às mais de 100 entidades que participaram nesta 8.ª edição do Prémio: o Prémio Saúde Sustentável tem vindo a ganhar um reconhecimento e uma visibilidade crescentes ao longo das várias edições. Todos os projetos candidatos permitem alavancar a essência do Prémio, o de contribuir para a Sustentabilidade da Saúde, através da partilha de boas práticas.
Esta iniciativa já vai na oitava edição. Que balanço é que faz em termos globais?
O balanço é muito positivo. Como já mencionei, o número de candidaturas e o interesse pelo prémio tem vindo a aumentar de ano para ano. Enquanto promotores do Prémio Saúde Sustentável, também nos esforçamos por inovar e por acomodar em cada edição as várias sugestões que vamos recebendo e o feedback do júri. Nesta edição, a introdução da apresentação presencial em forma de pitch foi uma novidade muito valorizada por todos e em particular pelos membros do júri, que tiveram assim a oportunidade de um contacto mais personalizado com os candidatos. Também no que diz respeito à cerimónia de entrega de prémios, procurámos identificar um tema central para o debate sobre a sustentabilidade do sistema de saúde, e promover uma conferência para debater a "eHealth Revolution" e os desafios e oportunidades que lhe são inerentes, contando com um painel de excelentes oradores.
Estes projetos não são a prova de que, apesar da falta de dinheiro, há equipas motivadas para implementar medidas com impacto na vida das pessoas?
Sem dúvida. Aliás, desde que cheguei a Portugal, percebi que a resiliência, a criatividade e a determinação fazem parte das características dos portugueses, independentemente dos fatores externos, mais ou menos adversos. As iniciativas submetidas ao Prémio e as suas equipas são a prova viva de que continua a haver um enorme compromisso por parte dos profissionais de saúde e de todas as entidades que trabalham nesta área para com o sistema de saúde e para com o bem-estar dos doentes. A gestão e a liderança destas entidades têm um papel fundamental, pelo seu propósito, visão e compromisso que os guia no dia a dia: proporcionar saúde de forma equitativa aos portugueses. Este prémio permite reconhecer e partilhar projetos que se destacam pela inovação, otimização de custos, melhoria do serviço prestado ao utente e reflexo tangível na sociedade. Ao premiar trabalhos desta natureza, esperamos continuar a inspirar todos os profissionais e entidades que trabalham em saúde, a ultrapassar barreiras e dar o seu melhor em todas as áreas: serviços, investigação, prevenção, tratamentos e gestão da saúde ao longo da vida.
E não são a prova também de que às vezes não é assim tão difícil congregar sinergias e concretizar medidas que levam a ganhos e a poupanças no SNS?
A sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde começa nas pessoas que o compõem. É, por isso, fundamental que todos os intervenientes tenham a boa vontade de trabalhar em conjunto para um propósito comum, uma saúde equitativa e sustentável no tempo para os portugueses.
O que espera do próximo orçamento da saúde no Orçamento do Estado para 2020?
É fundamental continuar a lutar para que os doentes tenham acesso célere e equitativo a medicamentos e vacinas. É urgente que Portugal evolua para uma medicina preventiva, mediante uma gestão eficiente dos recursos humanos e técnicos disponíveis. O desafio consiste em passar de um paradigma centrado nas intervenções urgentes e nos custos para uma decisão centrada na prevenção, no valor da inovação, nos resultados em saúde e, acima de tudo, no cidadão. O próximo orçamento para a saúde deve olhar para o futuro e criar condições para a sustentabilidade do SNS. O envelhecimento da população e as doenças crónicas serão dos maiores desafios e, como tal, a aposta deverá passar pela promoção da saúde pública através de programas que tenham em linha de conta a evolução demográfica, o peso da doença crónica, o papel crescente da inovação terapêutica e tecnológica, bem como a qualificação profissional.
Como se resolve o crónico subfinanciamento da saúde?
O subfinanciamento crónico, a falta de previsibilidade nas políticas de saúde e a gestão das dívidas hospitalares têm sido grandes obstáculos para a evolução saudável do SNS, afetando os diversos intervenientes do mercado. Este cenário é fruto de uma visão imediatista da saúde, que tem sido encarada nos últimos anos como uma despesa e não como um investimento que pode impulsionar a economia do país. No entanto, acreditamos que o Governo está ciente do quão urgente é encontrar uma resposta estrutural e definitiva para resolver algumas fragilidades do SNS como a suborçamentação e a dívida crónica e crescente para com a indústria farmacêutica.
Além disso, a suborçamentação prejudica seriamente a gestão das entidades do SNS, tanto a nível operacional como a nível estratégico e impacta negativamente a relação do Estado com os seus parceiros. É necessário olhar para o orçamento da saúde e contabilizar os ganhos transversais (saúde, economia, sociedade).
O estudo "O Valor do Medicamento em Portugal", divulgado pela Apifarma, e realizado pela consultora McKinsey, demonstrou que o setor do medicamento apresenta um elevado valor acrescentado, aproximadamente o dobro dos restantes setores, emprega cerca de 40.000 pessoas e tem um impacto na economia de 4,3 mil milhões de euros, o que corresponde a 2,3% do PIB. Isto sem falar nos ganhos em saúde e em anos de vida saudável para a população.
Que balanço é que faz dos projetos finalistas da 8ª edição do Prémio Saúde Sustentável? Houve algum ou alguns que lhe tenha(m) chamado mais à atenção?
Gostaria de destacar e elogiar os 15 projetos finalistas, pela dedicação, esforço e energia que colocam em cada uma das iniciativas, verdadeiros exemplos daquilo que de melhor se faz pela saúde em Portugal. Este ano tivemos uma novidade: pela primeira vez, os 15 finalistas, vindos de todo o país, apresentaram presencialmente ao júri as suas iniciativas. Este foi sem dúvida um dos pontos altos, ver a energia, a entrega e a emoção das equipas e perceber a mais-valia de cada iniciativa, que se traduz num esforço que beneficia os doentes que diariamente recorrem aos serviços de saúde e da sociedade como um todo. Agradeço também às mais de 100 entidades que participaram nesta 8.ª edição do Prémio: o Prémio Saúde Sustentável tem vindo a ganhar um reconhecimento e uma visibilidade crescentes ao longo das várias edições. Todos os projetos candidatos permitem alavancar a essência do Prémio, o de contribuir para a Sustentabilidade da Saúde, através da partilha de boas práticas.
Esta iniciativa já vai na oitava edição. Que balanço é que faz em termos globais?
O balanço é muito positivo. Como já mencionei, o número de candidaturas e o interesse pelo prémio tem vindo a aumentar de ano para ano. Enquanto promotores do Prémio Saúde Sustentável, também nos esforçamos por inovar e por acomodar em cada edição as várias sugestões que vamos recebendo e o feedback do júri. Nesta edição, a introdução da apresentação presencial em forma de pitch foi uma novidade muito valorizada por todos e em particular pelos membros do júri, que tiveram assim a oportunidade de um contacto mais personalizado com os candidatos. Também no que diz respeito à cerimónia de entrega de prémios, procurámos identificar um tema central para o debate sobre a sustentabilidade do sistema de saúde, e promover uma conferência para debater a "eHealth Revolution" e os desafios e oportunidades que lhe são inerentes, contando com um painel de excelentes oradores.
Estes projetos não são a prova de que, apesar da falta de dinheiro, há equipas motivadas para implementar medidas com impacto na vida das pessoas?
Sem dúvida. Aliás, desde que cheguei a Portugal, percebi que a resiliência, a criatividade e a determinação fazem parte das características dos portugueses, independentemente dos fatores externos, mais ou menos adversos. As iniciativas submetidas ao Prémio e as suas equipas são a prova viva de que continua a haver um enorme compromisso por parte dos profissionais de saúde e de todas as entidades que trabalham nesta área para com o sistema de saúde e para com o bem-estar dos doentes. A gestão e a liderança destas entidades têm um papel fundamental, pelo seu propósito, visão e compromisso que os guia no dia a dia: proporcionar saúde de forma equitativa aos portugueses. Este prémio permite reconhecer e partilhar projetos que se destacam pela inovação, otimização de custos, melhoria do serviço prestado ao utente e reflexo tangível na sociedade. Ao premiar trabalhos desta natureza, esperamos continuar a inspirar todos os profissionais e entidades que trabalham em saúde, a ultrapassar barreiras e dar o seu melhor em todas as áreas: serviços, investigação, prevenção, tratamentos e gestão da saúde ao longo da vida.
E não são a prova também de que às vezes não é assim tão difícil congregar sinergias e concretizar medidas que levam a ganhos e a poupanças no SNS?
A sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde começa nas pessoas que o compõem. É, por isso, fundamental que todos os intervenientes tenham a boa vontade de trabalhar em conjunto para um propósito comum, uma saúde equitativa e sustentável no tempo para os portugueses.
O que espera do próximo orçamento da saúde no Orçamento do Estado para 2020?
É fundamental continuar a lutar para que os doentes tenham acesso célere e equitativo a medicamentos e vacinas. É urgente que Portugal evolua para uma medicina preventiva, mediante uma gestão eficiente dos recursos humanos e técnicos disponíveis. O desafio consiste em passar de um paradigma centrado nas intervenções urgentes e nos custos para uma decisão centrada na prevenção, no valor da inovação, nos resultados em saúde e, acima de tudo, no cidadão. O próximo orçamento para a saúde deve olhar para o futuro e criar condições para a sustentabilidade do SNS. O envelhecimento da população e as doenças crónicas serão dos maiores desafios e, como tal, a aposta deverá passar pela promoção da saúde pública através de programas que tenham em linha de conta a evolução demográfica, o peso da doença crónica, o papel crescente da inovação terapêutica e tecnológica, bem como a qualificação profissional.
Como se resolve o crónico subfinanciamento da saúde?
O subfinanciamento crónico, a falta de previsibilidade nas políticas de saúde e a gestão das dívidas hospitalares têm sido grandes obstáculos para a evolução saudável do SNS, afetando os diversos intervenientes do mercado. Este cenário é fruto de uma visão imediatista da saúde, que tem sido encarada nos últimos anos como uma despesa e não como um investimento que pode impulsionar a economia do país. No entanto, acreditamos que o Governo está ciente do quão urgente é encontrar uma resposta estrutural e definitiva para resolver algumas fragilidades do SNS como a suborçamentação e a dívida crónica e crescente para com a indústria farmacêutica.
Além disso, a suborçamentação prejudica seriamente a gestão das entidades do SNS, tanto a nível operacional como a nível estratégico e impacta negativamente a relação do Estado com os seus parceiros. É necessário olhar para o orçamento da saúde e contabilizar os ganhos transversais (saúde, economia, sociedade).
O estudo "O Valor do Medicamento em Portugal", divulgado pela Apifarma, e realizado pela consultora McKinsey, demonstrou que o setor do medicamento apresenta um elevado valor acrescentado, aproximadamente o dobro dos restantes setores, emprega cerca de 40.000 pessoas e tem um impacto na economia de 4,3 mil milhões de euros, o que corresponde a 2,3% do PIB. Isto sem falar nos ganhos em saúde e em anos de vida saudável para a população.