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A visão prospetiva do futuro, a construção sustentável para os desafios do pós-pandemia, são os conceitos-chave que enformam este ano o Prémio Saúde Sustentável, uma iniciativa do Negócios e da Sanofi, que conta com metodologia de avaliação desenvolvida pela Everis. "Se algo aprendemos nos últimos 20 anos, e se existissem dúvidas no último ano, foi a necessidade de a saúde e a segurança social trabalharem em conjunto, adotando novas tecnologias com foco nas necessidades dos cidadãos", afirmou Alexandre Lourenço, presidente da APAH - Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
O gestor hospitalar, que tem sido uma voz ativa na reforma do sistema de saúde, sublinhou que "o tempo e os desafios que enfrentamos não são comuns, e não podem ser apenas as mesmas soluções do passado que nos preparam para o futuro. Mesmo antes da pandemia, pedíamos demasiado aos doentes e às suas famílias".
O Prémio Saúde Sustentável reconhece de forma distintiva os resultados alcançados por instituições ao longo do ano. "Por outro lado, a atribuição de um prémio individual valoriza a liderança e inspira diferentes profissionais a darem o melhor de si", refere Alexandre Lourenço. "Recordarei sempre com maior carinho a primeira edição do prémio. Essa edição marcou de forma definitiva o reconhecimento da excelência nos serviços de saúde em Portugal", confessa Alexandre Lourenço.
Por sua vez, Eurico Castro Alves, presidente da Comissão Organizadora da Convenção Nacional da Saúde, afirma que o balanço de nove edições "é amplamente positivo e a maior prova disso é a capacidade de premiar projetos e personalidades de forma ampla e transversal".
Equidade e grandeza
Na sua opinião, mais do que destacar ou elencar um projeto ou uma instituição das mais de seis dezenas que já foram premiadas, interessa salientar o papel de Prémio Saúde Sustentável. "Na última década, distinguiu instituições e organizações independentemente da sua natureza pública, privada e social, associações de doentes, profissionais de saúde, sociedades médicas, personalidades do universo da saúde de variados e distintos quadrantes. Esta é uma característica única, prova não só do sucesso do Prémio, mas sobretudo da equidade e grandeza da iniciativa. É um prémio criado para a saúde pensado na ótica do cidadão", acentuou Eurico Castro Alves.
A Convenção Nacional da Saúde nasceu em abril de 2018 como uma plataforma permanente de diálogo entre os cidadãos e parceiros da saúde que atuam nesta área em Portugal. Hoje reúne quase 160 entidades do setor público, privado e social, que atuam na área da saúde em Portugal.
"Somos um fórum alinhado com os anseios dos cidadãos e damos voz aos cidadãos e aos portugueses. É esta é a nossa maior força. A representatividade, a capacidade de agregar e aglomerar, a capacidade de encontrar consensos e, sobretudo, de responder assertivamente e afirmativamente às grandes questões da saúde do nosso país", explica Eurico Castro Alves.
Acrescenta que "a opinião pública, as pessoas, são a razão de ser de qualquer sistema de saúde e o Prémio Saúde Sustentável procura, assumidamente, falar para fora do universo da saúde, ambiciona falar para as pessoas, para o cidadão. Esse é um posicionamento diferenciador e que valoriza imenso a iniciativa".
Inovadores e disruptivos
"O esforço, a dedicação e o mérito das equipas de saúde devem ser sempre reconhecidos. Todos os dias, milhares de profissionais de saúde vão muito além das suas funções, procurando melhorar serviços e processos, e assim proporcionar melhores cuidados a quem deles necessita", defende Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.
Ana Paula Martins considera que o Prémio de Saúde Sustentável possibilitou o conhecimento de projetos inovadores, disruptivos, custo-efetivos e a participação na escolha e distinção deste trabalho "magnífico que é feito todos os dias nos nossos hospitais, nos nossos centros de saúde, nas nossas farmácias e nas organizações do setor, de um modo geral".
Acrescentou que chegar às dez edições "deve ser um motivo de orgulho e felicitação", que demonstra a maturidade do projeto, "o espaço que conquistou no panorama nacional da saúde e a referência que se tornou para todos aqueles que desenvolvem, participam ou integram projetos na área da saúde no nosso país".
Ana Paula Martins revela que, na lista de vencedores anteriores, "encontramos projetos que estão hoje perfeitamente sedimentados e que reconhecem o impulso que esta distinção lhes proporcionou. Mais do que um valor monetário, este prémio confere notoriedade, projeção pública e um ‘selo’ de qualidade que ajuda ao desenvolvimento". E não se esquece de citar os prémios que reconheceram o trabalho de farmacêuticos e das suas organizações como os prémios para a Operação Luz Verde, a Preparação Individualizada da Medicação nas farmácias comunitárias, as ações de solidariedade da Associação Cura+, ou até o prémio Personalidade que em 2013 distinguiu Maria Odette Santos Ferreira.