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Elvira Fortunato: “Sem ciência nem investigação, não chegamos a lado nenhum”

Há muita investigação na área das ciências da vida, mas chega pouco ao outro lado. É necessário ter mais médicos a fazer doutoramentos, a fazer investigação.

Filipe S. Fernandes 14 de Novembro de 2023 às 15:30
Pedro Catarino
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"Tudo o que seja realçar o mérito, premiar, contem comigo, porque é importante premiar a meritocracia, passe o pleonasmo", começou por afirmar Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, na cerimónia de entrega da 12ª edição do Prémio Saúde Sustentável, uma iniciativa do Negócios e da Sanofi, que conta com a NTT Data como parceiro técnico. Manifestou a sua vontade de que o seu ministério passe a apoiar também esta iniciativa.

A ciência é transversal a todas as outras áreas governativas, como é a saúde. Elvira Fortunato referiu que, durante estes dois anos, tem estado "a trabalhar com os outros ministros e com as suas áreas, para que em tudo o que seja ciência relacionada com a sua área possa existir sinergias, porque assim rentabilizamos parte do nosso orçamento, com parte do orçamento do outro lado".

Como exemplo da colaboração entre a ciência e a saúde foi lançado um programa na área da saúde mental para os estudantes do ensino superior, um pacote de 12 milhões de euros para os próximos três anos. Um outro pacote que será anunciado no Dia Nacional da Ciência a 24 de Novembro e que se chama Saúde+Ciência, que junta os dois ministérios e a Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Médicos e agrários

"Há muita investigação na área das ciências da vida, mas chega pouco ao outro lado, existe um hiato. Queremos mais médicos a fazer doutoramentos, a fazer investigação, queremos que a AICIB (Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica) receba muitos pedidos e que possa trabalhar muito nestas áreas."

O que queremos fazer nos cursos de Medicina é mais digitalização, mais tecnologia. Elvira Fortunato
Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior salientou a escolha de "duas áreas prioritárias, a que quero dar um olhar especial, para esta governação da investigação científica, embora toda ela seja importante, que são a área da saúde e a área das ciências agrárias".

No caso do ensino superior, na área da medicina, existe muita concorrência e muitos candidatos, mas "o que queremos fazer nos cursos de Medicina é mais digitalização, mais tecnologia. Acabámos de lançar no âmbito da reprogramação do PRR, com um pacote de 30 milhões de euros, um programa destinado à área da medicina com novas metodologias, laboratórios com mais tecnologia, mais simuladores, para dar uma outra vertente a esta área."

Nas áreas das ciências agrárias, que é uma área fundamental para o país, pretende-se aumentar a sua capacidade de atração através também de um pacote do PRR.

Referiu-se ainda ao facto de haver muitos doutorados em ambiente académico, mas poucos em ambiente empresarial, por isso este ano 400 das 1.500 bolsas de doutoramento que a Fundação para a Ciência e Tecnologia atribui serão para doutoramentos em ambiente não académico. "Temos de trabalhar junto das empresas e do tecido empresarial para que saibam o que temos nas universidades e nos institutos politécnicos", concluiu Elvira Fortunato.
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