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"A maior parte dos candidatos melhoraram"

Perguntas a João Carapeto, Director da a.t kearney e coordenador da metodologia de avaliação das instituições

Negócios 23 de Abril de 2013 às 14:53
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Em que se baseou para construir as métricas de avaliação de cada uma das candidaturas?
Os princípios que nos regeram na elaboração da metodologia foram os de rigor e comparabilidade, utilizando mais de 50 indicadores objectivos de avaliação e de flexibilidade com atenção às especificidades de cada prestador de cuidados de saúde. Muito dos indicadores utilizados são semelhantes aos dos contratos-programa o que permite uma maior qualidade e comparabilidade da informação recolhida. Cremos numa abordagem holística à sustentabilidade na saúde nas suas várias dimensões: governação clínica e segurança do doente; integração de cuidados de saúde e enfoque no doente; responsabilidade ambiental; gestão de tecnologias na saúde; e sustentabilidade económico-financeira. As métricas escolhidas reflectem isso mesmo.


Quanto tempo demorou a desenhá-las? Houve alguma alteração da primeira para a segunda edição do prémio?
A definição da metodologia foi realizada num período de três meses em interlocução constante com os membros do júri, cuja sabedoria e conhecimento do nosso Serviço Nacional de Saúde foi fundamental para chegarmos a uma metodologia muito robusta. Nesta segunda edição dos prémios realizámos alguns ajustes à metodologia para simplificar a mesma sem perder rigor nem robustez. A experiência da primeira edição permitiu-nos priorizar métricas e simplificar o questionário de candidatura. A alteração mais relevante nesta edição foi a de termos aberto as candidaturas a projectos na área da inovação que cremos serem fundamentais para a melhoria da sustentabilidade do sistema.


Qual a maior dificuldade na elaboração das métricas?
Os dois maiores desafios na definição deste tipo de metodologias foram: encontrar o equilíbrio entre as métricas objectivas, que são importantes para garantir comparabilidade entre os candidatos, e a capacidade para ter em conta as especificidades de cada candidato seja em termos das suas características assistenciais seja em termos do contexto socioeconómico em que estão inseridos; e ter a capacidade de avaliar os candidatos para além do papel da candidatura e ter um conhecimento no terreno do seu desempenho de forma a ter sentido crítico na avaliação dos mesmos.


Qual o aspecto que mais o surpreendeu nesta segunda edição do "Prémio Saúde Sustentável"?
Para além da alta qualidade em geral das candidaturas, verifiquei com muito agrado que uma vez mais se comprova que a melhoria de qualidade e acesso aos cuidados de saúde não é incompatível com a sustentabilidade económica e financeira. A maior parte dos candidatos melhoraram em ambas as perspectivas, num contexto de financiamento muito desafiante.

 

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