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O Hospital de São João começou a traçar a sua estratégia contra a covid-19 no início de fevereiro de 2020 com a criação de um gabinete de crise e os seus resultados acabaram por ser a referência para muitas decisões centrais e o modelo de organização para outras estruturas hospitalares. Também no Porto, a Santa Casa da Misericórdia, com mais de 500 anos de história respondeu a mais um desafio através de um conjunto de boas práticas para criar proximidade social na distância física, evitando, assim, o isolamento total dos idosos dos seus lares. Por sua vez o Grupo Germano Sousa reagiu e colocou os testes no centro como armas para combater a pandemia e articulou-se com várias parcerias para uma rede de 169 postos de recolha.
A estratégia do São João na primeira vaga
Projeto: São João Covid-19
Entidade: Centro Hospitalar Universitário São João
A pandemia começou no Norte e o Hospital de São João foi a unidade que recebeu mais doentes e os mais graves de covid-19 durante a primeira vaga de pandemia. As vertentes mais relevantes do projeto foram garantir a resposta clínica a doentes com infeção por SARS-CoV-2 e manter a atividade programada para doentes urgentes; dotar o CHUSJ de circuitos dedicados, meios adequados e capacidade técnica diferenciada; envolver os profissionais e formar equipas específicas; e assegurar a dimensão da informação e da gestão, como fundamentais na plasticidade da resposta.
No centro da estratégia esteve o gabinete de crise que foi constituído no início de fevereiro, composto pela estrutura dirigente do CHUSJ, dos serviços clínicos e não clínicos, considerados prioritários na resposta imediata à covid-19. Em reuniões diárias, foi definindo e ajustando estratégias, de acordo com o conhecimento progressivo da doença, da dinâmica da epidemia e da variação das necessidades clínicas, estruturais e logísticas.
Como refere Fernando Araújo, presidente do Centro Hospitalar Universitário São João, "a dimensão da gestão, muito próxima do processo, ao nível das lideranças e com grande autonomia e flexibilidade, permitiu um controlo adequado às necessidades e uma adaptação única à evolução imprevisível da epidemia, mantendo o CHUSJ sempre adiantado em relação às complexas exigências deste processo".
A que se acrescentou o planeamento atempado e a utilização dos sistemas de informação que garantiram previsibilidade e alarmística, e foram determinantes na resposta e a divulgação da informação, interna e externa, o que permitiu manter uma ligação e envolvimento das pessoas, com clareza e transparência, transmitindo confiança aos profissionais e envolvimento nas prioridades estabelecidas.
Fernando Araújo sublinha que a área da logística, num quadro de insuficiência internacional de equipamentos e dispositivos médicos, "constituiu-se como um dos maiores desafios que tivemos de enfrentar e que poderia ter posto em causa toda a resposta da instituição. Mas foi sem dúvida a forma como os profissionais lidaram com este evento, com elevado profissionalismo e humanismo, com dedicação e generosidade, alinhados nas decisões e medidas adotadas e com enorme orgulho em pertencer ao CHUSJ, que fez realmente a diferença".
"Os resultados obtidos com a implementação deste projeto traduziram o desempenho global do CHUSJ, que foi referência para muitas decisões centrais e o modelo de organização para outras estruturas hospitalares", concluiu Fernando Araújo.
Escalabilidade
Criar proximidade social mantendo a distância física
Projeto: Medicina Social Scmp: 50 Tips de Saúde Sustentável em Situação de Pandemia nos Lares
Entidade: Santa Casa da Misericórdia do Porto
Álvaro Ferreira da Silva recebeu o prémio em nome da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Foi criada uma equipa multidisciplinar que envolveu a medicina social e nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, profissionais de apoio operacional que através de um conjunto de boas práticas tornou-se possível criar proximidade social na distância física, evitando, assim, o isolamento total dos idosos e manter a sua proteção e prevenção aos efeitos pandémicos.
"O projeto destaca-se pela sua equipa multi e interdisciplinar, com recurso à utilização de canais fluidos de comunicação, interna e externa, que permitiram garantir a ampla implementação dos procedimentos definidos, com vista à concretização de um plano de ação sustentável, compreendido por todos os envolvidos, e promotor de elevados níveis de segurança", refere a Santa Casa da Misericórdia do Porto. Com 512 anos, esta instituição tem um colégio com 600 alunos, dois hospitais, um cirúrgico e um de foro psiquiátrico, quatro lares, uma quinta de Barca d’Alva e é o segundo senhorio da cidade do Porto.
Os resultados obtidos têm sido positivos, e, "estas práticas são, potencialmente, diferenciadoras e otimizadoras dos recursos existentes nas organizações, em contextos como o atual. Uma das características diferenciadoras deste projeto é a possibilidade de replicação por outras estruturas, internas e externas". Atualmente o projeto encontra-se implementado nas três estruturas residenciais para idosos da Misericórdia do Porto e no Lar Residencial para Pessoas com Deficiência/ Incapacidade.
"Os resultados felizmente têm vindo no sentido de proteger os nossos idosos e manter longe surtos e momentos de grande dificuldade no domínio do combate do covid-19. Várias equipas que se juntam para levarem conforto aos nossos idosos. Procurar, dar a conhecer ao país e aos profissionais de saúde e de outros equipamentos sociais que existe um caminho e que esse caminho é possível", disse António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Impacto Populacional
Uma rede nacional que já fez mais de meio milhão de testes
Projeto: Respostas do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa à pandemia de covid-19
Entidade: Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa (Grupo Germano de Sousa)
Germano de Sousa lidera um grupo que já fez 550 mil testes de covid-19.
"O nosso projeto deveu-se à necessidade de lutar contra a pandemia e como somos médicos temos um dever ético de estar à disposição da população para combater esta tragédia que caiu em cima dos portugueses e do mundo", afirmou Germano de Sousa, presidente do Grupo Germano de Sousa, grupo de medicina laboratorial de capital totalmente nacional e constituído exclusivamente por médicos.
Acrescentou que "era fundamental criar condições com a maior rapidez, pôr o nosso laboratório a trabalhar para ter uma boa colaboração com todas as autoridades da saúde. As armas para combater a pandemia são os testes, como disse o diretor-geral da OMS, há que testar, testar, testar para combater o vírus".
Em termos práticos o grupo implementou respostas imediatas nas várias fases da pandemia desde a participação, em grande escala, na testagem da população, desde as fases iniciais da pandemia, a reestruturação e adaptação dos laboratórios através do investimento em novos equipamentos e reorganização dos seus recursos humanos, passando pelo acompanhamento dos doentes desde uma fase inicial da pandemia até ao trabalho com múltiplos parceiros na identificação de cadeias de transmissão e para o sucesso da resposta.
Ao mesmo tempo que garantia a rapidez e a qualidade dos métodos de testagem e a articulação com as autoridades de saúde, sem esquecer a preocupação e manutenção de todos os postos de trabalho do laboratório, apesar do fecho de parte significativa dos postos de colheita.
Atualmente tem centros de teste covid-19 em 78 concelhos do país, com 169 postos de colheita. Até à primeira semana de novembro tinham sido feitos mais de 550 mil testes, dez mil dos quais em lares de idosos, que representam 14,43% da testagem nacional e com um tempo de resposta para os testes: 21h34m. A taxa de positividade cumulativa desde início de pandemia é de 7,68%, representando 22,10% de todos os positivos detetados a nível nacional. A taxa de positividade de semana atual é 13,91%, a taxa de positividade desde início de novembro atinge os 14,43% e a taxa de positividade desde início de outubro foi de 11,81%.
A dimensão da gestão, muito próxima do processo, permitiu um controlo adequado às necessidades. Fernando Araújo
Presidente do Centro Hospitalar Universitário São João
Resultados em Saúde Presidente do Centro Hospitalar Universitário São João
A estratégia do São João na primeira vaga
Projeto: São João Covid-19
Entidade: Centro Hospitalar Universitário São João
A pandemia começou no Norte e o Hospital de São João foi a unidade que recebeu mais doentes e os mais graves de covid-19 durante a primeira vaga de pandemia. As vertentes mais relevantes do projeto foram garantir a resposta clínica a doentes com infeção por SARS-CoV-2 e manter a atividade programada para doentes urgentes; dotar o CHUSJ de circuitos dedicados, meios adequados e capacidade técnica diferenciada; envolver os profissionais e formar equipas específicas; e assegurar a dimensão da informação e da gestão, como fundamentais na plasticidade da resposta.
No centro da estratégia esteve o gabinete de crise que foi constituído no início de fevereiro, composto pela estrutura dirigente do CHUSJ, dos serviços clínicos e não clínicos, considerados prioritários na resposta imediata à covid-19. Em reuniões diárias, foi definindo e ajustando estratégias, de acordo com o conhecimento progressivo da doença, da dinâmica da epidemia e da variação das necessidades clínicas, estruturais e logísticas.
Como refere Fernando Araújo, presidente do Centro Hospitalar Universitário São João, "a dimensão da gestão, muito próxima do processo, ao nível das lideranças e com grande autonomia e flexibilidade, permitiu um controlo adequado às necessidades e uma adaptação única à evolução imprevisível da epidemia, mantendo o CHUSJ sempre adiantado em relação às complexas exigências deste processo".
A que se acrescentou o planeamento atempado e a utilização dos sistemas de informação que garantiram previsibilidade e alarmística, e foram determinantes na resposta e a divulgação da informação, interna e externa, o que permitiu manter uma ligação e envolvimento das pessoas, com clareza e transparência, transmitindo confiança aos profissionais e envolvimento nas prioridades estabelecidas.
Fernando Araújo sublinha que a área da logística, num quadro de insuficiência internacional de equipamentos e dispositivos médicos, "constituiu-se como um dos maiores desafios que tivemos de enfrentar e que poderia ter posto em causa toda a resposta da instituição. Mas foi sem dúvida a forma como os profissionais lidaram com este evento, com elevado profissionalismo e humanismo, com dedicação e generosidade, alinhados nas decisões e medidas adotadas e com enorme orgulho em pertencer ao CHUSJ, que fez realmente a diferença".
"Os resultados obtidos com a implementação deste projeto traduziram o desempenho global do CHUSJ, que foi referência para muitas decisões centrais e o modelo de organização para outras estruturas hospitalares", concluiu Fernando Araújo.
Escalabilidade
Criar proximidade social mantendo a distância física
Projeto: Medicina Social Scmp: 50 Tips de Saúde Sustentável em Situação de Pandemia nos Lares
Entidade: Santa Casa da Misericórdia do Porto
Álvaro Ferreira da Silva recebeu o prémio em nome da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Foi criada uma equipa multidisciplinar que envolveu a medicina social e nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, profissionais de apoio operacional que através de um conjunto de boas práticas tornou-se possível criar proximidade social na distância física, evitando, assim, o isolamento total dos idosos e manter a sua proteção e prevenção aos efeitos pandémicos.
"O projeto destaca-se pela sua equipa multi e interdisciplinar, com recurso à utilização de canais fluidos de comunicação, interna e externa, que permitiram garantir a ampla implementação dos procedimentos definidos, com vista à concretização de um plano de ação sustentável, compreendido por todos os envolvidos, e promotor de elevados níveis de segurança", refere a Santa Casa da Misericórdia do Porto. Com 512 anos, esta instituição tem um colégio com 600 alunos, dois hospitais, um cirúrgico e um de foro psiquiátrico, quatro lares, uma quinta de Barca d’Alva e é o segundo senhorio da cidade do Porto.
Os resultados obtidos têm sido positivos, e, "estas práticas são, potencialmente, diferenciadoras e otimizadoras dos recursos existentes nas organizações, em contextos como o atual. Uma das características diferenciadoras deste projeto é a possibilidade de replicação por outras estruturas, internas e externas". Atualmente o projeto encontra-se implementado nas três estruturas residenciais para idosos da Misericórdia do Porto e no Lar Residencial para Pessoas com Deficiência/ Incapacidade.
"Os resultados felizmente têm vindo no sentido de proteger os nossos idosos e manter longe surtos e momentos de grande dificuldade no domínio do combate do covid-19. Várias equipas que se juntam para levarem conforto aos nossos idosos. Procurar, dar a conhecer ao país e aos profissionais de saúde e de outros equipamentos sociais que existe um caminho e que esse caminho é possível", disse António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Impacto Populacional
Uma rede nacional que já fez mais de meio milhão de testes
Projeto: Respostas do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa à pandemia de covid-19
Entidade: Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa (Grupo Germano de Sousa)
Germano de Sousa lidera um grupo que já fez 550 mil testes de covid-19.
"O nosso projeto deveu-se à necessidade de lutar contra a pandemia e como somos médicos temos um dever ético de estar à disposição da população para combater esta tragédia que caiu em cima dos portugueses e do mundo", afirmou Germano de Sousa, presidente do Grupo Germano de Sousa, grupo de medicina laboratorial de capital totalmente nacional e constituído exclusivamente por médicos.
Acrescentou que "era fundamental criar condições com a maior rapidez, pôr o nosso laboratório a trabalhar para ter uma boa colaboração com todas as autoridades da saúde. As armas para combater a pandemia são os testes, como disse o diretor-geral da OMS, há que testar, testar, testar para combater o vírus".
Em termos práticos o grupo implementou respostas imediatas nas várias fases da pandemia desde a participação, em grande escala, na testagem da população, desde as fases iniciais da pandemia, a reestruturação e adaptação dos laboratórios através do investimento em novos equipamentos e reorganização dos seus recursos humanos, passando pelo acompanhamento dos doentes desde uma fase inicial da pandemia até ao trabalho com múltiplos parceiros na identificação de cadeias de transmissão e para o sucesso da resposta.
Ao mesmo tempo que garantia a rapidez e a qualidade dos métodos de testagem e a articulação com as autoridades de saúde, sem esquecer a preocupação e manutenção de todos os postos de trabalho do laboratório, apesar do fecho de parte significativa dos postos de colheita.
Atualmente tem centros de teste covid-19 em 78 concelhos do país, com 169 postos de colheita. Até à primeira semana de novembro tinham sido feitos mais de 550 mil testes, dez mil dos quais em lares de idosos, que representam 14,43% da testagem nacional e com um tempo de resposta para os testes: 21h34m. A taxa de positividade cumulativa desde início de pandemia é de 7,68%, representando 22,10% de todos os positivos detetados a nível nacional. A taxa de positividade de semana atual é 13,91%, a taxa de positividade desde início de novembro atinge os 14,43% e a taxa de positividade desde início de outubro foi de 11,81%.