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Revista do Ano: China, Grécia e Novo Banco agitam Agosto

A China agita os mercados mundiais em Agosto, com a desvalorização do yuan e o colapso da bolsa; enquanto a Grécia consegue negociar um novo resgate, mas marca novas eleições. Em Portugal, o Banco de Portugal negoceia a venda do Novo Banco.

Negócios 18 de Dezembro de 2015 às 09:00
Bloomberg
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ACONTECIMENTOS NACIONAIS
 

3 de Agosto. Juros das grandes empresas pela primeira vez abaixo de 3%. A taxa média a que os bancos portugueses concedem crédito às grandes empresas nacionais cai para 2,99%, o juro mais baixo alguma vez registado nos empréstimos de maiores valores. Nos financiamentos mais pequenos os custos também mantêm a tendência de queda.

10 de Agosto.Emigrantes lesados dos BES protestam. Enquanto decorre o processo da negociação da venda do Novo Banco, os lesados do papel comercial do BES, em particular os emigrantes, realizam protestos pelo país. A 10 de Agosto, cerca de 500 lesados protestaram em Lisboa, numa manifestação marcada por confrontos. Apesar do Movimento dos Emigrantes Lesados (MEL) apelar à recusa, no final do mês, mais de 3.500 dos 7.000 clientes não residentes do Novo Banco tinham aceitado a proposta do Novo Banco.

17 de Agosto.Maria de Belém avança. Maria de Belém confirma a candidatura a Presidente da República. "Apresentarei a minha candidatura após as eleições legislativas de 4 de Outubro", disse a ex-presidente do PS.

19 de Agosto. BPI põe BFA à venda. O Goldman Sachs, banco de investimento contratado pelo BPI, sonda potenciais interessados na compra da participação de 50,0% que o banco liderado por Fernando Ulrich detém no Banco de Fomento Angola (BFA). A venda da operação angolana é uma das soluções para a redução da exposição do grupo de Fernando Ulrich ao mercado angolano, exigida pelo Banco Central Europeu.

19 de Agosto. Política na Polónia afecta cotadas em Lisboa. As sondagens na Polónia dão a vitória ao partido Lei e Justiça, que promete aplicar novos impostos na banca e retalho, penalizando as cotações do BCP e Jerónimo Martins, na bolsa de Lisboa. Os avanços e recuos na proposta para a conversão dos créditos à habitação de francos suíços para zloty também influenciam a cotação do BCP.

21 de Agosto. Investimentos de Álvaro Sobrinho no Sporting investigados. O regulador informa o Parlamento que os investimentos de Álvaro Sobrinho, o maior accionista da SAD do Sporting estão a ser investigados pela CMVM e pelo Banco de Portugal.

25 de Agosto. Concessão do metro do Porto e STCP. O Governo relança o processo de privatização por ajuste directo do metro do Porto e da STCP, depois de a TCC, constituída pelo consórcio TMB/Moventis, falhar a entrega da caução de um valor de cerca de 20 milhões de euros para assegurar a adjudicação.

31 de Agosto. BdP negoceia venda do Novo Banco. O último dia do mês de Agosto é o dia D na venda do Novo Banco. O Banco de Portugal (BdP) espera até à última hora da data limite que a Anbang deixe cair os aspectos mais complexos da sua proposta, designadamente aqueles que deixavam incertezas para o Fundo de Resolução. A alienação, que era prioridade para o Governo de Passos Coelho, não fica concluída.


 

ACONTECIMENTOS INTERNACIONAIS

2 de Agosto - Microsoft investe na Uber. A Microsoft anuncia um investimento de 100 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de euros) na Uber Technologies, num financiamento que avalia a empresa em 50 mil milhões de dólares (45,5 mil milhões de euros), logo no início do mês. A 20 de Agosto, a Uber recebe outro financiamento de 100 milhões de dólares, desta vez de um fundo de capitais privado indiano. Entretanto, os EUA apresentam uma queixa contra a Uber Technologies a 18 de Agosto, argumentando que existem "falhas sistemáticas no processo de verificação de antecedentes criminais". As autoridades chinesas lançam uma operação de busca aos escritórios da Uber em Hong Kong, a 11 de Agosto, prendendo três funcionários da empresa e detendo cinco condutores. Em Portugal, a Uber continuou a operar alegando que a empresa integra a holandesa Uber BV e não a americana Uber Technologies abrangida pela providência cautelar movida pela ANTRAL.

4 de Agosto - António Simões nomeado CEO do HSBC para a Europa. O HSBC nomeia o português António Simões CEO do HSBC Bank e para presidente executivo da unidade europeia, cargos que passa a acumular com a liderança da unidade britânica.

10 de Agosto - Google passa a Alphabet. A Google anuncia um plano de reestruturação, criando a Alphabet, que a substitui como cotada em bolsa.

10 de Agosto – Europa procura lidar com crise dos refugiados. A Comissão Europeia aprova a 10 de Agosto um programa para atribuir fundos de 2,4 mil milhões de euros para o acolhimento de refugiados. Uma medida insuficiente para controlar a crise, que continua a provocar a morte de centenas de pessoas no mar, que tentam chegar à Europa, levando os líderes europeus a desdobrar-se em declarações e reuniões.

11 de Agosto - China abala mercados mundiais. Depois do abanão em Julho, a China provoca um terramoto nos mercados mundiais, em Agosto. A 11 de Agosto, o Banco Popular da China desvaloriza o yuan em 1,9%, a maior depreciação da moeda em 20 anos. A medida alerta os investidores para o abrandamento da segunda maior economia do mundo e, a 24 de Agosto, a bolsa de Xangai dá o mote para uma "segunda-feira negra" nos mercados accionistas. Cai 8,56%, a maior queda desde 2007, contagiando os índices europeus e norte-americanos e também as matérias-primas. Provoca uma onda de resgates histórica nos fundos de acções mundiais. Na sessão seguinte, os investidores tiram 19 mil milhões de dólares destes produtos, apesar do Governo chinês anunciar novos cortes na taxa de juro, para acalmar os investidores.

14 de Agosto - EUA e Cuba aproximam-se. John Kerry, secretário de Estado norte-americano, realiza uma visita diplomática a Havana, celebrando o retomar das relações entre os dois países depois de 54 anos de costas voltadas.

20 de Agosto - Grécia negoceia terceiro resgate e Tsipras demite-se. Depois de uma maratona negocial de 23 horas, a 11 de Agosto, o governo grego e as instituições credoras chegam a acordo sobre o terceiro resgate ao país, no valor de 86 mil milhões de euros. A 19 de Agosto, o empréstimo é aprovado pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, desbloqueando a primeira tranche de cerca de 26 mil milhões de euros, o que permite à Grécia cumprir o prazo de pagamento ao BCE. Reconhecendo que as medidas acordadas não eram as que pretendia, Alexis Tsipras apresenta a demissão. O país marca eleições antecipadas para Setembro. 

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