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"Há o hábito de perguntar coisas a mais ao Governo"

A experiência de José Silva Rodrigues enquanto gestor de uma empresa detida pelo Estado permitiu-lhe aprender algumas lições na relação com o poder político.

30 de Dezembro de 2011 às 15:34
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(Entrevista publicada na edição em papel a 11 de Agosto)

A experiência de José Silva Rodrigues enquanto gestor de uma empresa detida pelo Estado permitiu-lhe aprender algumas lições na relação com o poder político.

A primeira condição para conseguir separar a intervenção política da vida quotidiana da empresa "é não perguntar aquilo que não temos que perguntar", aconselha o presidente da Carris. "Às vezes, há o hábito nestas empresas [do Estado] de perguntar coisas a mais ao Governo.

E, no momento em que eu pergunto ao meu chefe qualquer coisa, sobretudo se ele não me diz aquilo que eu gostaria que dissesse, depois não posso fingir que não perguntei. Portanto o melhor é não perguntar", remata Silva Rodrigues.

"Claro está que não podemos tomar decisões estratégicas sem estarem devidamente validadas pelo accionista. Mas temos um contrato de gestão e as orientações estão definidas. Portanto, eu não tenho nada que estar todos os dias a perguntar ao secretário de Estado ou ao ministro se acha bem que eu faça isto ou aquilo, porque a probabilidade de ele ter uma ideia diferente da minha é alta. O melhor é não perguntar coisas a mais" sublinha o gestor.

Talvez por aplicar esta táctica, o presidente da Carris não perca a oportunidade para sublinhar que está há oito anos na Carris, "o que é um longo período. Não é normal um gestor estar tanto tempo à frente de uma empresa pública".

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