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(Entrevista publicada na edição em papel a 8 de Setembro)
"É uma vergonha para a justiça", considera o bastonário da Ordem dos Advogados. E porquê? "É reduzir os investigadores criminais a funcionários das Finanças. É um exemplo acabado da perversão que orienta e de que está imbuído o nosso sistema judicial, sobretudo ao nível da investigação criminal".
A Operação Furacão foi um "grande espectáculo". "Foram filmados camiões a carregar dossiês imensos de bancos, e onde estão?", interroga Marinho e Pinto. "O nosso modelo de investigação criminal é um modelo perverso.
O Ministério Público tem todos os poderes do mundo, todo o tempo do mundo, faz sempre o espectáculo, e depois, no fim, é como dizia um colega meu de Aveiro: é a bola de neve ao contrário. Sobe a montanha e quando chega lá a cima é um pingo de água". Por isso, o bastonário diz ser defensor do modelo de investigação criminal norte--americano, "não do direito penal, porque desde logo tem a pena de morte. E como bom exemplo cita o caso de Bernard Madoff, o autor de uma gigante fraude financeira que agora se encontra preso.
"Ele foi preso, julgado e condenado em menos de meio ano. Sabem porquê? Porque a polícia andou a investigá-lo durante quase oito anos. No maior sigilo, com a maior discrição, com a maior eficácia. Quando concluiu a investigação, prendeu-o, mostrou-lhe as provas e ele não podia dizer que não. Eram óbvias, evidentes. Teve de confessar. Em Portugal, quando a polícia apanha alguma coisa, sai logo em manchete no dia seguinte no "Correio da Manhã". Não se faz investigação, faz-se espectáculo para a comunicação social".
E mais: "Os nossos investigadores criminais fogem para a frente. Não fazem uma investigação criminal para demonstrar as suas próprias verdades prévias, mas não capazes de dar o passo atrás que a humildade os devia fazer dar".
"É uma vergonha para a justiça", considera o bastonário da Ordem dos Advogados. E porquê? "É reduzir os investigadores criminais a funcionários das Finanças. É um exemplo acabado da perversão que orienta e de que está imbuído o nosso sistema judicial, sobretudo ao nível da investigação criminal".
A Operação Furacão foi um "grande espectáculo". "Foram filmados camiões a carregar dossiês imensos de bancos, e onde estão?", interroga Marinho e Pinto. "O nosso modelo de investigação criminal é um modelo perverso.
O Ministério Público tem todos os poderes do mundo, todo o tempo do mundo, faz sempre o espectáculo, e depois, no fim, é como dizia um colega meu de Aveiro: é a bola de neve ao contrário. Sobe a montanha e quando chega lá a cima é um pingo de água". Por isso, o bastonário diz ser defensor do modelo de investigação criminal norte--americano, "não do direito penal, porque desde logo tem a pena de morte. E como bom exemplo cita o caso de Bernard Madoff, o autor de uma gigante fraude financeira que agora se encontra preso.
"Ele foi preso, julgado e condenado em menos de meio ano. Sabem porquê? Porque a polícia andou a investigá-lo durante quase oito anos. No maior sigilo, com a maior discrição, com a maior eficácia. Quando concluiu a investigação, prendeu-o, mostrou-lhe as provas e ele não podia dizer que não. Eram óbvias, evidentes. Teve de confessar. Em Portugal, quando a polícia apanha alguma coisa, sai logo em manchete no dia seguinte no "Correio da Manhã". Não se faz investigação, faz-se espectáculo para a comunicação social".
E mais: "Os nossos investigadores criminais fogem para a frente. Não fazem uma investigação criminal para demonstrar as suas próprias verdades prévias, mas não capazes de dar o passo atrás que a humildade os devia fazer dar".