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Maria do Céu Antunes : “O prémio pode ser um bom estímulo para novos agricultores”

Aumentar a produção agrícola em pelo menos 15%, assentar metade do território agrícola em modelos de produção sustentável e aumentar em 20% a adesão à dieta mediterrânica são metas do ministério da Agricultura até 2030.

Filipe S. Fernandes 25 de Setembro de 2023 às 15:30
Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura e da Alimentação Mariline Alves
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"Durante os quatro anos em que ocupo estas funções tenho acompanhado com proximidade este prémio e considero-o uma das excelentes iniciativas para promover o melhor que se faz na agricultura em Portugal", disse Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura e da Alimentação, durante a apresentação da 12ª edição do Prémio Nacional da Agricultura.

O prémio oferece relevância ao setor agrícola e pecuário, "pode ser um estímulo para mais agricultores" e um fator de atração para que "outros jovens possam se ligar e desenvolver a agricultura".

Maria do Céu Antunes referiu-se depois ao desempenho do setor, salientando que, nos últimos dez anos, "as exportações têm aumentado a um ritmo de 5% ao ano, enquanto as importações têm crescido a um ritmo inferior, de 3% ao ano." Significa que o nosso nível de autoaprovisionamento mantém-se semelhante nos 86% desde há alguns anos a esta parte", sublinhou a ministra da Agricultura e Alimentação.

Acentuou ainda que a produção agrícola está a ser feita de uma forma mais sustentável. "Somos mais eficientes no uso da água, não só por causa dos investimentos públicos mas também pelo investimento das explorações agrícolas. Hoje regamos com menos 48% da água, com uma poupança efetiva", disse Maria do Céu Antunes.

Dieta mediterrânica

"O desenvolvimento da agricultura passa pelas dimensões tecnológica e de inovação, e é por isso que o ministério da Agricultura está a aumentar o investimento nesta rubrica em cerca de 60% até 2030." Algumas das metas da política agrícola nacional são, segundo Maria do Céu Antunes, aumentar a produção agrícola em pelo menos 15%, assentar metade do território agrícola em modelos de produção sustentável. Vinca a importância da sustentabilidade na utilização eficiente do solo e dos outros recursos naturais para que haja um futuro agrícola para as próximas gerações.

Somos todos parte do nosso futuro coletivo e é com base nisso que temos que perceber que somos o que comemos, diz o povo e é verdade. Maria do Céu Antunes
Ministra da Agricultura e da Alimentação
Outra das metas da política nacional na agricultura e alimentação é o aumento em 20% da adesão à dieta mediterrânica, o que passa pela educação e pela sensibilização. "Temos a responsabilidade de educar mais e melhor os cidadãos para que façam as suas escolhas alimentares tendo por base o que é o nosso modelo de desenvolvimento económico, atendendo aquilo que somos capazes de produzir, a escolha de produtos de época, as nossas raças autóctones, as nossas variedades regionais. Mas também o que é o nosso modelo social e respeitar a diversidade dos agricultores em Portugal. Depois, do ponto de vista ambiental, utilizar menos água, menos adubos, menos pesticidas", disse Maria do Céu Antunes.

No final da sua intervenção referiu-se ao conceito de One Health (Uma Só Saúde) da Organização Mundial da Saúde. Este reconhece que a saúde humana está relacionada com a saúde dos animais e do ambiente, ou seja, que a alimentação humana, a alimentação animal, a saúde humana e animal e a contaminação ambiental estão intimamente ligadas. "Somos todos parte do nosso futuro coletivo e é com base nisso que temos que perceber que somos o que comemos, diz o povo e é verdade", resumiu para Maria do Céu Antunes. Concluiu que "precisamos de ter uma agricultura mais preparada para todos estes desafios e para poder ser suporte de uma atividade económica e social e um desenvolvimento ambiental".
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