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Ter sempre um fundo de emergência
É difícil prever o que o futuro lhe reserva. Muitas vezes, as famílias são confrontadas com situações indesejadas e inesperadas que podem deixar marcas no
seu orçamento. Por isso, o ideal é que constitua um pé-de-meia que lhe dê alguma margem para contornar uma situação de desemprego, de quebra de rendimentos, de mudança da estrutura familiar ou até cuidados de saúde especiais.
"A poupança não deve ser apenas aquilo que sobra ao fim do mês. Se assim for nunca conseguiremos poupar. Poupar tem de ser verdadeiramente um objectivo e entrar em pé de igualdade com as despesas mensais da água, luz e gás", defende Natália Nunes, responsável do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado.
Ao constituir esta poupança poderá mitigar o impacto que teria na sua vida uma situação de desemprego inesperado, corte salarial, divórcio ou uma doença grave. Além disso, deste modo, conseguirá evitar recorrer ao endividamento e ao pagamento de juros para fazer face a situações desagradáveis inesperadas, não comprometendo a saúde das suas finanças familiares.
O montante do fundo de emergência deve variar de acordo com os rendimentos das famílias e a sua capacidade de poupança. No entanto, o recomendável é que as famílias consigam ter de parte cinco a seis vezes o seu orçamento mensal, alerta Natália Nunes. Por isso, é importante que faça contas, que tenha noção do seu orçamento mensal, de quanto ganha e qual o valor das despesas fixas, bem como daquelas que podem surgir pontualmente. E seja disciplinado a poupar.
Pode também ponderar a possibilidade de aplicar o dinheiro que foi deixando de parte para funcionar como fundo de emergência, de modo a conseguir obter algum rendimento. Mas defina uma estratégia. É importante que aplique este dinheiro em produtos que garantam o capital investido. E que, além disso, lhe dêem flexibilidade em termos de mobilização do património, uma vez que poderá ter de resgatar parte do dinheiro de forma inesperada.
Poupar para a entrada da casa e pedir menos crédito
Ter casa própria é o sonho de muitas pessoas. E é, possivelmente, o maior investimento que muitas famílias farão ao longo da vida. A mensalidade do crédito à habitação representa um compromisso significativo nas despesas mensais, pelo que dar uma boa entrada é importante para diminuir a factura do empréstimo. Comece a poupar para a entrada e reduza o encargo com o crédito no futuro.
O empréstimo para comprar casa começa pela entrada, condição necessária para obter um melhor financiamento do banco. A entrega de uma parte do valor do imóvel à cabeça permite diminuir o montante total que vai pedir emprestado, reduzir a prestação e obter uma taxa de juro mais favorável. Por isso, antes de pedir o crédito, prepare-se juntando uma boa entrada.
"Os sonhos são muito importantes. E uma família da classe média tem possibilidade de poupar para dar entrada para uma casa ou um carro", diz Natália Nunes. "Poupar um café ou um bolo por dia pode permitir realizar alguns sonhos mais tarde", lembra a responsável do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco.
O primeiro passo é definir objectivos, para saber quanto tem que poupar. Deverá ser rigoroso, por isso defina um objectivo realista. Depois terá que escolher os produtos para aplicar a poupança. Compare as propostas existentes, tendo em conta o seu perfil. Pode optar por uma poupança com entregas mensais programadas para garantir maior disciplina. Por outro lado, um produto com capitalização de juros ajuda-o a acelerar o retorno da poupança.
Tenha cuidado com o risco e não se deixe seduzir por propostas com possibilidade de perda de capital, que lhe possam trazer perdas no momento em que precisar de dar a entrada.
A mesma lógica aplica-se à entrada para a aquisição de um carro. Se tiver um montante maior para dar a entrada no crédito automóvel, poderá conseguir condições mais vantajosas.
Estas poupanças têm ainda outra vantagem. Quando for obrigado a pagar a prestação todos os meses ao banco, já estará treinado para juntar o montante necessário.
Pensar na universidade dos filhos desde o berço
O saber não ocupa lugar. Mas a educação, ainda que tendencialmente gratuita, custa dinheiro. Uma conta que vai crescendo à medida que a escolaridade aumenta. Se tem filhos, comece a poupar para a universidade com antecedência, para o esforço ser menor quando chegar a altura de ir para a universidade.
Os manuais e materiais escolares são caros, mas geralmente é aos 18 anos que surgem as maiores despesas, o que lhe dá tempo para criar uma poupança para os seus filhos. A propina máxima no ensino superior público ronda actualmente os 1.000 euros, mas tem vindo a aumentar e, numa universidade privada, o custo sobe significativamente. Provavelmente terá que alugar um quarto e há ainda a possibilidade de o seu filho querer fazer parte dos estudos no estrangeiro. Com tantos gastos, para não ser apanhado de surpresa, o melhor é começar a poupar desde o berço. E, assim, pode evitar o recurso ao crédito para estudantes que, apesar das condições mais vantajosos, será sempre um encargo no início da carreira profissional do seu filho.
Quanto mais cedo começar o plano de poupança, menor será o esforço mensal que terá que fazer. Estabeleça um objectivo mensal, não coloque de lado apenas o dinheiro que sobra no final do mês, recomenda Natália Nunes. Mas seja realista, defina um montante que consiga cumprir. "É muito importante ser disciplinado", diz a responsável pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco. O que significa também respeitar o objectivo da poupança. Em caso de outras necessidades, recorra a um fundo de emergência, que deverá constituir em paralelo.
Como está a realizar um plano a longo prazo, a capitalização da poupança irá dar-lhe uma grande ajuda para aumentar o montante final. Escolha atentamente os produtos e realize uma gestão activa. Procure soluções de maior rendimento no início e quando começar a aproximar-se a maioridade, escolha produtos de menor risco, para se precaver. Entretanto, ensine o seu filho a poupar, para que saiba gerir o orçamento quando chegar à universidade.
Adequar a estratégia à proximidade da reforma
Pode parecer que está muito longe, mas poupar para a reforma deve ser um objectivo desde cedo. É consensual que o fim da idade activa significará uma quebra dos rendimentos. Por isso, um complemento para a reforma deve ser uma preocupação de todos. E quanto mais cedo começar a poupar com esta finalidade, menor será o esforço de poupança. E maior será a margem para se adaptar a eventuais contratempos.
A reforma não é a principal prioridade de poupança dos portugueses. Antes dela vem o carro, a casa, a educação dos filhos, etc. Mas é importante que tenha noção de que a Segurança Social não vai conseguir garantir uma pensão equivalente ao último salário que vai receber. Por isso, se quer assegurar o mesmo nível de vida quando terminar a vida activa, deve começar a poupar cedo. O ideal é que se comece a pensar nisso logo que se entra na vida activa.
Começar atempadamente a pensar neste tema vai também permitir aos consumidores ajustarem a sua estratégia de investimento de modo a proteger a poupança de factores externos que não conseguem controlar. Quando definir a estratégia de poupança para a reforma, deve ter em conta as necessidades de liquidez que poderá ter ao longo da vida e as despesas em que pode incorrer.
E tenha também em consideração a sua idade e perfil de risco, não "colocando todos os ovos no mesmo cesto". Quanto mais tempo faltar para a reforma, mais risco pode assumir nos seus investimentos, aumentando a margem de ganhos. Mas, à medida que se aproxima do fim da idade activa, deve ter a preocupação de assumir uma posição mais conservadora. Ainda que esta estratégia possa representar retornos inferiores, também reduz a possibilidade de incorrer em perdas das quais terá já pouco tempo para recuperar.
Muito importante é não apostar em activos que não conhece bem ou sobre os quais não recolheu informação suficiente. E mesmo depois de chegar à reforma, continue a gerir o património que foi constituindo.
É difícil prever o que o futuro lhe reserva. Muitas vezes, as famílias são confrontadas com situações indesejadas e inesperadas que podem deixar marcas no
Capitalize
o pé-de-meia
o pé-de-meia
Na poupança para o fundo de emergência pode considerar a capitalização. Ao aplicar o dinheiro, em vez de ir recebendo gradualmente os proveitos, com a capitalização os juros são automaticamente somados ao valor que colocou na aplicação. Uma estratégia que deverá fazer crescer a sua poupança.
"A poupança não deve ser apenas aquilo que sobra ao fim do mês. Se assim for nunca conseguiremos poupar. Poupar tem de ser verdadeiramente um objectivo e entrar em pé de igualdade com as despesas mensais da água, luz e gás", defende Natália Nunes, responsável do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado.
Ao constituir esta poupança poderá mitigar o impacto que teria na sua vida uma situação de desemprego inesperado, corte salarial, divórcio ou uma doença grave. Além disso, deste modo, conseguirá evitar recorrer ao endividamento e ao pagamento de juros para fazer face a situações desagradáveis inesperadas, não comprometendo a saúde das suas finanças familiares.
O montante do fundo de emergência deve variar de acordo com os rendimentos das famílias e a sua capacidade de poupança. No entanto, o recomendável é que as famílias consigam ter de parte cinco a seis vezes o seu orçamento mensal, alerta Natália Nunes. Por isso, é importante que faça contas, que tenha noção do seu orçamento mensal, de quanto ganha e qual o valor das despesas fixas, bem como daquelas que podem surgir pontualmente. E seja disciplinado a poupar.
Pode também ponderar a possibilidade de aplicar o dinheiro que foi deixando de parte para funcionar como fundo de emergência, de modo a conseguir obter algum rendimento. Mas defina uma estratégia. É importante que aplique este dinheiro em produtos que garantam o capital investido. E que, além disso, lhe dêem flexibilidade em termos de mobilização do património, uma vez que poderá ter de resgatar parte do dinheiro de forma inesperada.
Poupar para a entrada da casa e pedir menos crédito
Ter casa própria é o sonho de muitas pessoas. E é, possivelmente, o maior investimento que muitas famílias farão ao longo da vida. A mensalidade do crédito à habitação representa um compromisso significativo nas despesas mensais, pelo que dar uma boa entrada é importante para diminuir a factura do empréstimo. Comece a poupar para a entrada e reduza o encargo com o crédito no futuro.
Escolha Planos com
entregas mensais
entregas mensais
A disciplina é essencial. Se tem maior dificuldade em cumprir o objectivo, pode optar por um plano de poupança com entregas mensais programadas. Os juros não são tão atractivos, mas pode ser uma forma de garantir que cumpre o plano. Pode também escolher outro produto, mas retirar o dinheiro da conta logo no início do mês, para evitar a tentação de o gastar.
O empréstimo para comprar casa começa pela entrada, condição necessária para obter um melhor financiamento do banco. A entrega de uma parte do valor do imóvel à cabeça permite diminuir o montante total que vai pedir emprestado, reduzir a prestação e obter uma taxa de juro mais favorável. Por isso, antes de pedir o crédito, prepare-se juntando uma boa entrada.
"Os sonhos são muito importantes. E uma família da classe média tem possibilidade de poupar para dar entrada para uma casa ou um carro", diz Natália Nunes. "Poupar um café ou um bolo por dia pode permitir realizar alguns sonhos mais tarde", lembra a responsável do Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco.
O primeiro passo é definir objectivos, para saber quanto tem que poupar. Deverá ser rigoroso, por isso defina um objectivo realista. Depois terá que escolher os produtos para aplicar a poupança. Compare as propostas existentes, tendo em conta o seu perfil. Pode optar por uma poupança com entregas mensais programadas para garantir maior disciplina. Por outro lado, um produto com capitalização de juros ajuda-o a acelerar o retorno da poupança.
Tenha cuidado com o risco e não se deixe seduzir por propostas com possibilidade de perda de capital, que lhe possam trazer perdas no momento em que precisar de dar a entrada.
A mesma lógica aplica-se à entrada para a aquisição de um carro. Se tiver um montante maior para dar a entrada no crédito automóvel, poderá conseguir condições mais vantajosas.
Estas poupanças têm ainda outra vantagem. Quando for obrigado a pagar a prestação todos os meses ao banco, já estará treinado para juntar o montante necessário.
Pensar na universidade dos filhos desde o berço
O saber não ocupa lugar. Mas a educação, ainda que tendencialmente gratuita, custa dinheiro. Uma conta que vai crescendo à medida que a escolaridade aumenta. Se tem filhos, comece a poupar para a universidade com antecedência, para o esforço ser menor quando chegar a altura de ir para a universidade.
Faça uma gestão
Activa da Poupança
Activa da Poupança
Uma vez que se trata de um período longo, deverá fazer uma gestão activa da poupança, para obter uma soma final mais elevada. Inicialmente os pais devem investir em produtos de maior rendimento. Quando se aproxima a idade de entrar na faculdade, a escolha deve recair em activos de baixo risco, como os depósitos.
Os manuais e materiais escolares são caros, mas geralmente é aos 18 anos que surgem as maiores despesas, o que lhe dá tempo para criar uma poupança para os seus filhos. A propina máxima no ensino superior público ronda actualmente os 1.000 euros, mas tem vindo a aumentar e, numa universidade privada, o custo sobe significativamente. Provavelmente terá que alugar um quarto e há ainda a possibilidade de o seu filho querer fazer parte dos estudos no estrangeiro. Com tantos gastos, para não ser apanhado de surpresa, o melhor é começar a poupar desde o berço. E, assim, pode evitar o recurso ao crédito para estudantes que, apesar das condições mais vantajosos, será sempre um encargo no início da carreira profissional do seu filho.
Quanto mais cedo começar o plano de poupança, menor será o esforço mensal que terá que fazer. Estabeleça um objectivo mensal, não coloque de lado apenas o dinheiro que sobra no final do mês, recomenda Natália Nunes. Mas seja realista, defina um montante que consiga cumprir. "É muito importante ser disciplinado", diz a responsável pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado da Deco. O que significa também respeitar o objectivo da poupança. Em caso de outras necessidades, recorra a um fundo de emergência, que deverá constituir em paralelo.
Como está a realizar um plano a longo prazo, a capitalização da poupança irá dar-lhe uma grande ajuda para aumentar o montante final. Escolha atentamente os produtos e realize uma gestão activa. Procure soluções de maior rendimento no início e quando começar a aproximar-se a maioridade, escolha produtos de menor risco, para se precaver. Entretanto, ensine o seu filho a poupar, para que saiba gerir o orçamento quando chegar à universidade.
Adequar a estratégia à proximidade da reforma
Pode parecer que está muito longe, mas poupar para a reforma deve ser um objectivo desde cedo. É consensual que o fim da idade activa significará uma quebra dos rendimentos. Por isso, um complemento para a reforma deve ser uma preocupação de todos. E quanto mais cedo começar a poupar com esta finalidade, menor será o esforço de poupança. E maior será a margem para se adaptar a eventuais contratempos.
ESTIME O VALOR QUE VAI PRECISAR DE POUPAR
Uma vez que deve começar a poupar para a reforma o quanto antes, provavelmente terá dificuldades em estimar que valores vai precisar quando terminar a sua vida activa e, portanto, quanto terá de poupar por mês. Alguns sites, como o da Optimize, podem ajudá-lo a prever o montante que deverá aforrar ao longo da vida activa. Faça simulações.
A reforma não é a principal prioridade de poupança dos portugueses. Antes dela vem o carro, a casa, a educação dos filhos, etc. Mas é importante que tenha noção de que a Segurança Social não vai conseguir garantir uma pensão equivalente ao último salário que vai receber. Por isso, se quer assegurar o mesmo nível de vida quando terminar a vida activa, deve começar a poupar cedo. O ideal é que se comece a pensar nisso logo que se entra na vida activa.
Começar atempadamente a pensar neste tema vai também permitir aos consumidores ajustarem a sua estratégia de investimento de modo a proteger a poupança de factores externos que não conseguem controlar. Quando definir a estratégia de poupança para a reforma, deve ter em conta as necessidades de liquidez que poderá ter ao longo da vida e as despesas em que pode incorrer.
E tenha também em consideração a sua idade e perfil de risco, não "colocando todos os ovos no mesmo cesto". Quanto mais tempo faltar para a reforma, mais risco pode assumir nos seus investimentos, aumentando a margem de ganhos. Mas, à medida que se aproxima do fim da idade activa, deve ter a preocupação de assumir uma posição mais conservadora. Ainda que esta estratégia possa representar retornos inferiores, também reduz a possibilidade de incorrer em perdas das quais terá já pouco tempo para recuperar.
Muito importante é não apostar em activos que não conhece bem ou sobre os quais não recolheu informação suficiente. E mesmo depois de chegar à reforma, continue a gerir o património que foi constituindo.