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A importância de diversificar

Diversificar é uma das mais poderosas armas para preservar o capital. Demonstrá-lo, já valeu vários prémios Nobel.

31 de Outubro de 2013 às 00:10
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A diversificação é um conceito básico. Mas nem por isso menos valioso na preservação do capital. Demonstrá-lo valeu já vários prémios Nobel da economia. Motivo suficiente para que nunca despreze este princípio na altura de aplicar as poupanças, distribuindo-as por vários tipos de activos, regiões e até bancos. Pode poupar-lhe dissabores.

A diversificação permite reduzir o risco de uma carteira através do investimento em vários activos diferentes. A ideia é que ao apresentarem comportamentos diferentes face à mesma condição do mercado, esses activos permitam baixar a probabilidade de perdas. Isto é, as subidas de uns compensam as perdas de outros. Em teoria, as acções tendem a movimentar-se em sentido contrário às obrigações. Embora o passado recente tenha demonstrado que é possível as duas classes de activo moverem-se em uníssono. Mas saiba que a diversificação reduz o risco mesmo numa carteira de activos correlacionados.

Harry Markowitz, prémio Nobel da economia em 1990, foi um dos primeiros a debruçar-se sobre o tema da diversificação, sendo considerado o pai da teoria moderna de construção de portefólios de investimento, usada ainda na gestão de fundos. Segundo a teoria é possível construir matematicamente uma carteira diversificada em que a volatilidade do conjunto dos investimentos é inferior à do activo com menor risco. Na prática o modelo pode ser usado para encontrar os activos que, com o menor nível de risco, permitem atingir o retorno esperado.

A teoria de construção de portefólios foi aperfeiçoada por quatro académicos americanos, entre eles William Sharpe, que também recebeu o Nobel em 1990. Juntos criaram o "Modelo de Equilíbrio de Activos Financeiros", que distingue entre o chamado risco específico dos activos (intrínseco às suas características e não diversificável) e o risco de mercado (diversificável). Sharpe é ainda o pai do rácio com o seu nome, usado na indústria de fundos para identificar o produto que com o mesmo nível de risco proporciona os retornos mais elevados. Ou seja, quanto mais elevado o indicador, mais eficiente e bem gerido é o fundo.

O princípio da diversificação também é indissociável do prémio Nobel atribuído este ano a Eugene Fama, pela teoria dos mercados eficientes, segundo a qual o preço de um activo reflecte de forma correcta toda a informação que existe sobre ele no mercado. Razão porque, defende Fama, no longo prazo é impossível um fundo bater de forma consistente o mercado. Um princípio que esteve na base do desenvolvimento dos fundos índice e ETF, hoje em dias os mais populares.

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