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A Unidade de Cardiologia do Cluster de Lisboa do Grupo Lusíadas Saúde (GLS) está na vanguarda das técnicas mais inovadoras e criou um conceito pioneiro: o primeiro Cardio Lounge do país. Mais um contributo para a mudança do setor da Saúde nacional, a grande missão do Portugal Health Summit, uma iniciativa da SÁBADO, Jornal de Negócios, em parceria com a Lusíadas Saúde.
"O Cardio Lounge é um espaço que veio transformar e revolucionar o tradicional conceito de recobro, apostando no conforto e na mobilidade precoce dos doentes após determinados procedimentos no âmbito da cardiologia de intervenção", explica à SÁBADO Diogo Torres, cardiologista e coordenador desta Unidade de Cardiologia do GLS.
Neste novo espaço de prevenção, diagnóstico e tratamento, inaugurado no final de 2021, estão concentrados todos os procedimentos mais recentes nas áreas da cardiologia e da cardiologia de intervenção. "O Centro de Cardiologia de Lisboa agrega as áreas de ambulatório e hemodinâmica, com técnicas de elevado padrão de qualidade", refere o responsável, acrescentando que "é também oferecida toda a diferenciação de uma equipa clínica capaz de responder aos desafios mais complexos".
As soluções tecnológicas que a saúde cardiovascular tem vindo a adotar são cada vez mais uma constante a nível nacional. "O país está também na vanguarda europeia" nesse aspeto, sublinhou Diogo Torres. "A inteligência artificial e os algoritmos de aprendizagem automática são, por exemplo, ferramentas cada vez mais utilizadas na investigação e na prática clínica no domínio da saúde cardiovascular, tecnologias que conseguem analisar grandes conjuntos de dados, identificar padrões e ajudar na previsão de riscos, no diagnóstico precoce e na otimização do tratamento, melhorando assim os resultados para os doentes", realça o cardiologista.
O País precisa de mudar o paradigma. Como lembra Diogo Torres, "em Portugal, segundo a Direção-Geral da Saúde, três em cada 10 mortes têm origem nas doenças cardiovasculares, revelando também a Organização Mundial de Saúde que estas patologias representam cerca de 40% do total de mortes na Europa".
Felizmente, "as taxas de mortalidade têm vindo a registar um declínio consistente na última década, o que pode ser atribuído aos mais diversos avanços nesta área de especialidade, ao aumento da consciencialização e à melhoria da gestão dos fatores de risco". Ainda assim, "os progressos continuam a ser desiguais entre países e regiões".
Saúde do coração
As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em Portugal (cerca de 30% das mortes). Para reverter isto, "é fundamental aumentar a consciencialização da população para este tema, incentivar mudanças de comportamento e fomentar ações mais articuladas e coordenadas por parte de todos os intervenientes do sistema", alerta Diogo Torres. Até porque as doenças cardiovasculares estão associadas a um conjunto de fatores de risco que são modificáveis, como "a hipertensão arterial, a diabetes, o tabagismo, a dislipidemia, a obesidade e o sedentarismo".
Também é preciso "sensibilizar a população para o controlo do colesterol, já que 74% dos portugueses desconhecem os seus níveis, segundo o estudo ‘Os portugueses e o Colesterol 2023’, da Fundação Portuguesa de Cardiologia, lançado este mês, no âmbito de Maio, Mês do Coração".
Melhorar a saúde do coração depende da " prevenção individual, a chave-mestra para diminuir estes fatores de risco modificáveis". Mas, num ângulo mais macro, "é fundamental reforçar a rede de acesso aos cuidados de saúde primários, a primeira linha de contacto, através da qual a identificação das populações de risco é crucial, sobretudo na referenciação atempada para os centros de elevada diferenciação", sublinha o cardiologista.
Depois, "uma abordagem mais holística tem, naturalmente, benefícios para o sistema, atuando no combate à redução das listas de espera" e, por último, "uma maior articulação entre o Serviço Nacional de Saúde, os grupos privados e os players do setor social é também desejável para entregar uma resposta única e atempada às necessidades e interesses da população".
Literacia, prevenção e acesso
Diogo Torres, cardiologista e coordenador da Unidade de Cardiologia do Cluster de Lisboa do GLS, aponta três eixos de ação críticos para melhorar os indicadores cardiovasculares: A literacia em saúde, a prevenção e o acesso. "Cinco em cada 10 portugueses tem níveis reduzidos de literacia em saúde. A sua promoção deve derrubar as fronteiras entre os setores público e privado". Na prevenção, importa ter uma visão mais holística da saúde, com o foco "para a qualidade de vida e bem-estar, mais do que para a ausência de doença". Já o acesso, "é um pilar fundamental das políticas de saúde, indissociável da questão da equidade do sistema".