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Jorge Oliveira: “As tecnologias vão dar suporte em doenças-chave”

O CEO da Siemens Healthineers Portugal, Jorge Oliveira, destaca a necessidade de repensar o modelo de prestação de cuidados de saúde e de ter soluções inovadoras. A entrevista marca o lançamento da segunda Conferência Portugal Health Summit.

Teresa Alves Mendes 18 de Outubro de 2023 às 14:00
Jorge Oliveira, CEO da Siemens Healthineers Portugal, garante que a empresa está na vanguarda da transformação tecnológica do setor. DR
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Como se coloca o paciente no centro da prestação de cuidados de saúde? A chave está nas novas ferramentas ao dispor das equipas clínicas. Sob o tema "A tecnologia na humanização do cuidado" realiza-se amanhã, no Pestana Pousada de Lisboa, a Conferência Siemens Healthineers Portugal, inserida no projeto global Portugal Health Summit, uma iniciativa do Jornal de Negócios, revista Sábado e Lusíadas Saúde.

Em entrevista, o CEO da Simens Healthineers Portugal, Jorge Oliveira, garante que a empresa "está na vanguarda desta transformação, desenvolvendo tecnologias que melhoram a precisão dos diagnósticos e aceleram os processos" . Tudo em colaboração interdisciplinar.

Na Siemens acreditamos que o paciente tem de ser o centro de toda a prestação de cuidados.
Qual é a visão da Siemens Healthineers Portugal em relação à humanização dos cuidados de saúde e qual é o papel da tecnologia?
Na Siemens Healthineers, acreditamos que o paciente tem de ser o centro de toda a prestação de cuidados. A tecnologia desempenha um papel fundamental para exames mais confortáveis e rápidos, desde as ferramentas que permitem automatizar passos para libertar o médico para estar mais dedicado ao paciente à digitalização que possibilita a prestação de cuidados fora das fronteiras do hospital e que proporciona ao paciente uma gestão mais ativa da sua saúde, assim como a recolha, monitorização e gestão de dados e a sua transformação em informação útil para uma medicina mais preditiva e personalizada.

Com o último algoritmo que lançámos para o cancro da mama, o diagnóstico fica 30% mais preciso e mais rápido, melhorando também a experiência do doente pela maior rapidez do exame.
Nesta conferência, vai apresentar uma comunicação intitulada "A Nova Era da Experiência do Paciente". Quais são os principais desafios e oportunidades nesta nova era?
O envelhecimento da população, a gestão de doenças crónicas e o impacto das chamadas doenças do século XXI, a falta de recursos e a pressão orçamental são apenas alguns dos desafios que enfrentamos. Torna-se imperativo repensar o modelo de prestação de cuidados de saúde, procurando soluções inovadoras. Tais como os avanços tecnológicos para diagnósticos e tratamentos mais precisos, seguros e confortáveis, a reestruturação de workflows clínicos e operacionais, a digitalização com algoritmos preditivos e o "gémeo digital" para personalizar a prevenção, diagnosticar doenças, e até mesmo prever o resultado de várias abordagens de tratamento.

O evento abordará também a questão de os dados salvarem vidas. Estão a trabalhar nessa área?
Na Siemens Healthineers, trabalhamos em soluções que permitem agregar os dados e transformá-los em informação útil. Temos lançado diferentes algoritmos que possibilitam um diagnóstico mais eficaz. Por exemplo, com o último que lançámos para o cancro da mama, o diagnóstico fica 30% mais preciso e mais rápido, melhorando também a experiência do doente pela maior rapidez do exame.


Saúde do futuro será "mais digital"

"Colocar a Pessoa no Centro: Os Desafios da Execução" é outro dos painéis em foco. Como é a vossa colaboração com os hospitais e profissionais de saúde, para alcançar esse objetivo?
Acreditamos que o futuro da saúde será mais digital e, simultaneamente, mais humano. Temos vários projetos com hospitais e profissionais de saúde para implementação de tecnologia desenhada à volta do paciente, em que o workflow em sala foi pensado para o menor impacto e maior segurança e conforto. Equipamentos e tecnologias que vão até onde o paciente está, para facilitar percursos clínicos e hospitalares, desde a ambulância até à fase de recuperação.

Existem bons exemplos de colaboração interdisciplinar?
Temos vários exemplos. Projetos como a Cátedra LifeSpan ou o Smart Health 4 All mostram a capacidade para inovação e potencial competitivo e de internacionalização. A Cátedra é uma colaboração com hospitais e universidades que visa a investigação para soluções concretas em alguns dos principais desafios em saúde, como o envelhecimento ativo ou as doenças crónicas. O Smart Health 4 All é um programa em que a indústria, as universidades e as instituições de investigação uniram esforços para desenvolver nove soluções de base tecnológica - da capacitação das pessoas no acesso a cuidados à prevenção da progressão de doenças crónicas até à gestão remota da saúde e ferramentas de apoio à prática hospitalar.

Vejo muito potencial e capacidade de internacionalização do nosso país como hub de inovação diferenciado no cluster da saúde.
Qual é o papel da Siemens Healthineers Portugal na promoção da inovação e avanços tecnológicos na área da saúde?
A Siemens Healthineers Portugal integra uma multinacional com um legado de 170 anos em tecnologias e inovações pioneiras no mercado. Em Portugal, apesar do longo caminho que ainda temos para percorrer, vamos já tendo projetos que nos conduzem ao futuro. Temos vários exemplos como a criação de salas híbridas já a funcionar e que dão suporte a intervenções complexas e delicadas ou a monitorização digital de pacientes cardíacos e o seu acompanhamento fora das paredes físicas do hospital. Sabemos que o acompanhamento de pacientes à distância vem ajudar na gestão hospitalar. Também já temos dado suporte a algumas unidades hospitalares em Portugal para este acompanhamento do doente à distância. Falamos de equipamentos como ecógrafos, mamógrafos ou pequenos dispositivos de point-of-care que conseguem, através de colheitas únicas e rápidas, garantir resultados clínicos em minutos. Um caso de sucesso internacional tem sido a sua utilização em programas de rastreio do cancro (pulmão, mama, entre outros).

Qual é a sua visão pessoal para o futuro da saúde em Portugal e que papel terá a Siemens Healthineers Portugal?
O futuro passará pelo avanço rápido das tecnologias, das soluções e dos equipamentos que darão suporte em doenças-chave como as cardíacas, neurológicas ou as do foro oncológico, no qual a Siemens Healthineers tem investido. Vejo também muito potencial e capacidade de internacionalização do nosso país como hub de inovação diferenciado no cluster da saúde.
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