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GeoForest, a comunidade florestal inteligente

A plataforma GeoForest, lançada em Março deste ano, recolhe informações dos espaços florestais em tempo real, permitindo facilitar a gestão das florestas, incluindo o problema dos incêndios. O projecto conta com a colaboração de três municípios, mas o objectivo é alargar a rede de parceiros.

24 de Outubro de 2017 às 11:02
Pedro Alves, responsável do GeoForest, revela que o projecto "ultrapassou as expectativas inicias, de âmbito regional". Ricardo Castelo
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O ordenamento e gestão dos espaços florestais tem estado no centro dos debates públicos. "Face à complexidade com que a floresta se revestiu nos últimos anos", o acesso à informação geográfica "passou a desempenhar um papel fundamental", explicou Pedro Alves, técnico da Associação Florestal de Entre Douro e Tâmega e responsável do projecto GeoForest - que teve a distinção de Referência Especial nos Portugal Digital Awards.

Foi a partir desta visão que a associação, com o apoio da ESRI Portugal, desenvolveu a plataforma GeoForest, a qual "pretende criar verdadeiras comunidades florestais inteligentes, promovendo a partilha de informação e a colaboração no sector florestal", detalhou Pedro Alves.

Um dos principais motivos que levaram ao desenvolvimento deste projecto "foi a necessidade de concentrar numa única plataforma um vasto conjunto de informação, referente aos espaços florestais, que se encontrava dispersa ou inacessível. Com a sua utilização é possível aceder a esta informação em tempo real, em qualquer lugar e através de vários dispositivos, funcionando como uma ferramenta de apoio à decisão nas diversas acções de gestão florestal, assim como na gestão operacional dos incêndios florestais", sublinhou o responsável.


O projecto actualmente conta com a colaboração dos municípios de Amarante, Cinfães e Marco de Canaveses.


O GeoForest, projecto tornado público em Março de 2017, tem uma componente pública e outra de acesso reservado, onde é possível consultar informações referentes "à ocupação do solo, à perigosidade de incêndio florestal, informação meteorológica, índices de comportamento do fogo, ocorrências em tempo real, assim como informação de gestão operacional", referiu o técnico da associação.

Nesta fase , a plataforma conta com a colaboração dos municípios de Amarante, Cinfães e Marco de Canaveses, enquanto entidades que contribuem com dados para o projecto. Mas o objectivo é expandir a rede a mais parceiros. Um passo que poderá ser impulsionado com a recente distinção no Portugal Digital Awards.

"Com este reconhecimento, o projecto ganhou uma importância acrescida e esperámos que isso contribua para o seu crescimento, possibilitando por essa via o alargamento da sua rede de parceiros", contou Pedro Alves. Além disso, "com esta distinção, o GeoForest encerra a primeira fase de implementação do projecto e ganha um novo alento para encetar as fases seguintes, que vão permitir dotar a plataforma de um conjunto mais vasto de ferramentas permitindo uma maior capacidade de análise, processamento e mobilidade", adiantou.


5.000
Visualizações
Desde que foi tornada pública, a GeoForest já teve cerca de cinco mil visualizações.


Desde a implementação do GeoForest, verificou-se "um aumento da eficiência do trabalho de campo, através da simplificação de processos, assim como uma redução da utilização de informação em papel". Outros dos ganhos obtidos com a utilização da plataforma passaram pela " gestão eficiente dos dados geográficos, assim como a rapidez na avaliação dos danos causados".

De uma forma geral, "o reconhecimento do projecto tem sido bastante positivo e rapidamente ultrapassou as expectativas iniciais, de âmbito regional", concluiu o técnico da Associação Florestal de Entre Douro e Tâmega. 

Da ideia à concretização

A plataforma GeoForest foi desenvolvida pela Associação Florestal de Entre Douro e Tâmega, e contou com o apoio da ESRI Portugal. O objectivo dos projecto é promover a partilha de informação e a colaboração no sector florestal.

O desafio
A necessidade de organizar um vasto conjunto de informação, capaz de mobilizar os diferentes agentes do sector florestal em torno de uma plataforma tecnológica, afigurou-se como o principal desafio do projecto, segundo Pedro Alves, responsável do projecto.

A concepção
O projecto demorou seis meses para ganhar forma e sair do papel, tendo sido lançado em Março deste ano. Na prática, o objectivo da plataforma é simplificar o acesso à informação do espaço florestal, de modo a facilitar a sua leitura através do recurso às novas tecnologias.

O obstáculo
Um dos principais obstáculos na implementação do GeoForest centrou-se nas questões de segurança e protecção dos dados. "Houve a necessidade de definir vários níveis de acesso a um conjunto de informação de divulgação restrita, preservando a titularidade dos dados, sem com isso comprometer o espírito colaborativo do projecto", adiantou Pedro Alves.

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