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É necessário mais talento

"Sofremos um pouco deste problema de talento e, importar talento em Portugal, é uma coisa super-complexa, porque o processo de vistos é muito complicado", diz Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies.

Filipe S. Fernandes 24 de Abril de 2019 às 12:30
Os participantes na conferência Portugal - Os Caminhos do Futuro, uma iniciativa do Bankinter em parceria com o Negócios, apontaram as necessidades mais imperiosas nos setores de atividade onde atuam. Inês Gomes Lourenço
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A WeDo é constituída por 700 pessoas, 98% dos quais licenciadas em matemática, engenharia, economia entre outros cursos e com cerca de 20 nacionalidades. Está em dez países, vende para mais de 100 países e exporta 95%. Feito o BI da empresa, Rui Paiva falou da grande ameaça que paira sobre empresas que operam com massa cinzenta.
Rui Paiva, CEO da WeDo
Rui Paiva, CEO da WeDo Inês Gomes Lourenço
"Sofremos um pouco deste problema de talento e, importar talento em Portugal, é uma coisa super-complexa, porque o processo de vistos é muito complicado", diz Rui Paiva. A WeDo já teve três centros de desenvolvimento, que eram em Florianópolis, Washington e Braga, mas "em determinada altura pela eficiência e pela competência, decidimos relocalizar tudo em Braga, onde temos uma ligação muito forte com a Universidade do Minho", diz Rui Paiva. O gestor explicou que têm o talento espalhado por vários sítios. Por exemplo, têm um escritório do Egito com 50 pessoas, com "engenheiros de alta qualidade, conseguimos importar um que veio agora viver para Portugal".

O incremento do talento vai permitir que haja competências para prosseguir e competir. rui paiva
CEO da WeDo Technologies

Hoje começa a escassear o talento em Portugal, e por Rui Paiva sugeriu os governantes se inspirassem no norte-americano Green Card "para trazer o talento e se crie um conjunto de start-ups baseadas em Portugal". Relembrou que antigamente também veio investimento estrangeiro que se baseou em mão de obra barata e quando saíram não havia competências para prosseguir com os negócios. "O incremento de talento vai permitir que mesmo que esse investimento internacional saia, haja competências para prosseguir e competir", referiu Rui Paiva. Mas o tema do brain é mais vasto e passa por a empresa conseguir desenvolver uma marca que a torne atrativa.

Transparência e abertura

"Na nossa organização que toda a gente sabe tudo desde o ponto zero, sabem como é que está o cash-flow, o EBITDA, as vendas, tudo, desde ao júnior e sénior, por isso decidimos que tínhamos de formar todas as pessoas para perceber estas coisas. Por isso, a cada momento as pessoas podem decidir as suas vidas", refere Rui Paiva. O que levou à decisão de formar as pessoas que entram em competências adjacentes aquilo que têm.

Neste ecossistema de transparência entra o conceito de criatividade aberta, em que se incluem os clientes, e por isso estão sempre abertos a propostas de criatividade nos moldes que se entenda. "Os nossos clientes da Korean Telecom, em que estamos a desenvolver projectos de IA e machine learning em que eles desenvolvem os modelos matemáticos que nos integramos na nossa tecnologia e disponibilizamos a todos os nossos clientes", refere Rui Paiva.

O que é a plataforma empresarial

A Plataforma Empresarial é uma iniciativa do Bankinter em parceria com o Jornal de Negócios, e a 1ª edição teve o seu epílogo a 12 de Abril no Hotel Myriad em Lisboa, com a conferência Portugal- Os Caminhos do Futuro. Contou com a abertura institucional de Pedro Siza Vieira, ministro-adjunto e da Economia, e de Alberto Ramos, CEO do Bankinter Portugal, e ainda com uma mesa redonda em que participaram Amândio Santos, presidente da Portugal Foods, José Luis Vega, diretor de empresas do Bankinter Portugal, José Theotónio, CEO do Grupo Pestana Luís Castro Henriques, presidente da AICEP Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies, e André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios, que fez a moderação.

Dentro em breve arrancará a 2ª edição desta iniciativa:
www.plataformaempresarial.negocios.pt

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