Outros sites Medialivre
Notícia

Consumidores querem mais autenticidade nos alimentos

Qualidade, autenticidade, comodidade. Tudo isto é procurado pelos consumidores nos alimentos que compram, quer sejam frescos, quer sejam transformados. Um desafio para a fileira.

21 de Abril de 2016 às 11:19
Alfredo Muñoz
  • Partilhar artigo
  • ...
O consumo está a mudar e o consumidor também. Em particular os "millennials" (geração Milénio), que estão a trazer novas tendências de consumo na alimentação. A qualidade só já não chega. Agora acrescenta-se a diferenciação.

A investigação é, por isso, na agricultura, mas também na indústria agro-alimentar, crucial. "O mercado está mais desperto para inovações." Se no virar do século o que contava era o preço, agora "a vontade de experimentar coisas novas, as implicações que os alimentos têm na saúde, os produtos funcionais", são argumentos de compra.

Isto é verdade, mas há quem lembre que os estudos de mercado acabam, por vezes, por ser contraditórios. É que se por um lado no local de compra os consumidores optam por dizer que olham mais para o preço, qualidade e origem; quando a pergunta é feita fora do espaço de aquisição a resposta inverte e aponta-se a origem como factor principal de decisão, só se falando do preço em terceiro lugar.

Mas o que se sente, no dia-a-dia, acaba por reforçar a importância do preço baixo em muitos dos casos. E é por isso que surgem no mercado, por exemplo, maçãs a 50 cêntimos/quilo, quando há outras a serem vendidas a 2,49 euros/quilo. Uma diferença que procura consumidores diferentes. Certo é que há consumidores dispostos a dar esse valor superior. "Há produção nas frutas e legumes que pode ser transformada em 'gourmet'." Hoje a fruta é escolhida, no período da campanha, todos os dias, e todos os dias se faz a selecção, incorporando-se qualidade, valorizando o produto. Mas nesta vertente agrícola, o custo da mão-de-obra chega a pesar 40% da produção.

O consumidor é exigente, mas a indústria também. Por isso, quer no fresco quer no produto que segue para transformação, a qualidade é hoje crucial, afirmam quase em uníssono os diferentes agentes que participaram no "think tank" Negócios/Banco Popular sobre a fileira do tomate e da fruta. Os consumidores procuram, em qualquer um desses segmentos, autenticidade. E sabe-se hoje que a geração Milénio é menos leal às marcas, é experimentalista, come de forma menos formal, gosta de petiscar e dos "snacks", olha para as questões ambientais, nomeadamente ao nível da embalagem, quer doses mais pequenas e mais convenientes e práticas, fáceis de transportar e de consumir. E que tenham impacto sobre as suas preocupações de beleza, saúde, bem-estar. Há um trabalho para que "o produto chegue ao consumidor cada vez mais próximo do natural na vertente organoléptica". Daí a procura de menos aditivos, menos processamentos, e mais segurança. A que tem sempre de se juntar a componente preço.

Mais notícias