Outros sites Medialivre
Notícia

Os pintos que vivem com aquecimento central

A Norte Aves aliou o conhecimento empírico à tecnologia para criar 25 milhões de aves por ano. O bem-estar dos pintos é cada vez mais importante para esta empresa, uma das maiores no concelho de Viseu.

15 de Abril de 2015 às 00:01
Bruno Simão/Negócios
  • Partilhar artigo
  • ...

Da ração ao modo de criação, passando pela produção e volume de negócios, a vida nos aviários da Norte Aves, fundada em 1989, é feita com base em rotinas.


A empresa fundada por António Moreira produz cerca de 25 milhões de frangos brancos e frangos do campo todos os anos. É esta a produção média há já 10 anos, contando para tal com perto de 400 pequenos produtores integrados espalhados pela zona centro do país e responsáveis pelo grosso da produção. São cerca de 600 os funcionários indirectos que contribuem para assegurar a produção aviária da Norte Aves, sector em que Portugal é auto-suficiente. A empresa emprega 80 funcionários directos, dos quais 10% são administrativos.


Em relação a planos para o  futuro, o objectivo passa por manter o já habitual patamar de produção.


O Negócios visitou a principal exploração avícola da empresa, em Nelas, que tem capacidade para albergar 375 mil aves. Depois de um investimento de cinco milhões de euros, esta propriedade com três núcleos, de quatro pavilhões cada, garante que este aviário funciona de forma quase autónoma.


Apesar de designados como brancos, estes pintos surgem bem amarelos também graças à tecnologia de uma empresa da região. Temperatura, ventilação, humidade e amoníaco são ajustados automaticamente e em tempo real para assegurar as melhores condições de crescimento e o cada vez mais importante bem-estar animal.


Mas nem tudo é tecnologia e, por exemplo, a alimentação é feita somente com ração feita à base de milho e soja, afiança António Moreira que diz que a soja é toda importada tal como a maior parte do milho. O que "é uma pena porque o milho português é um dos melhores".


O acompanhamento humano não é descurado, até pela necessidade de confirmar se tudo decorre como estipulado. "É o conhecimento empírico associado à tecnologia", resume o fundador.


A vida destes pintos nas instalações de Nelas é curta - entre 32 e 42 dias desde que o pinto do dia (nascido no próprio dia) chega - mas com boas condições. O aquecimento central e a luz artificial, que se desliga as seis horas obrigatórias durante a noite para os pintos dormirem, visam garantir o necessário conforto animal e condições ideais de crescimento. Findo o ciclo de vida, os agora frangos seguem para os centros de abate, e o processo é retomado após 10 dias de intervalo de vazio sanitário para limpeza e desinfecção das instalações.

Mais notícias