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Futebol: “Sem uma estrutura a SAK não ia chegar a lado nenhum”

SAK quer dizer Safety Against Kicking ou não fosse a atividade desta empresa a criação de caneleiras personalizadas e em polímero que protegem os jogadores.

30 de Outubro de 2019 às 13:00
Na SAK, as rédeas estão nas mãos das irmãs Cristina e Madalena Albuquerque.
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O negócio são caneleiras de futebol mas na SAK, desde o verão, quem tem as rédeas naquele que é um mundo tradicionalmente de homens são duas mulheres. Cristina e Madalena Albuquerque são irmãs e estão na SAK desde 2017, altura em que se juntaram ao capital e à gestão. A primeira enquanto CFO (com o pelouro financeiro) e a segunda para gerir a área do marketing. A empresa foi criada em 2012 por Filipe Simões e Rui Pina. Este último já não está no projeto e Filipe Simões permanece acionista. Cristina assumiu em agosto o cargo de CEO. Madalena Albuquerque tem o marketing e as vendas.

No início da conversa com o Negócios, as responsáveis começaram por dizer que, quando chegaram, o essencial do trabalho de inovação estava feito e que tinha chegado o momento "da gestão e vendas, e do desenvolvimento da equipa". Questionadas sobre se a entrada de ambas não tinha, na verdade, acontecido como forma de salvar a empresa, acabam por explicar: "no ano em que entrámos havia um objetivo muito irrealista, não havia controlo de qualidade e capacidade produtiva nem um método de produção escalonável".

"Quando entrámos, houve uma decisão consciente de não crescer e centrar atenções na profissionalização. Sem a atual estrutura, a empresa não ia chegar a lado nenhum", assumem. Feito esse trabalho, a gestão prevê chegar ao ‘break-even’ (equilíbrio financeiro) em 2020.

Nos primeiros anos, as vendas eram reduzidas e com uma grande componente de ofertas a clubes e jogadores, sob a filosofia de que conquistando a elite e conseguindo maior visibilidade, o resto viria. Ou seja, procurando replicar aquilo que fazem as grandes marcas de desporto mundiais. "Há uma parte de ofertas sim. Mas já fizemos mais. Não temos qualquer possibilidade de fazer contratos milionários com clubes e jogadores. Neste momento trabalhamos com os meios que temos", adianta Madalena Albuquerque. Em 2016 deu-se início ao desenvolvimento do produto para o retalho, exatamente igual mas sem personalização. Hoje este canal tem um peso gigante nas vendas.

Assim, o mercado da SAK passa não só pelos clubes (nacionais e estrangeiros) e alguns jogadores, mas muito pela venda em retalhistas, nas lojas dos clubes, nomeadamente os três grandes, nas suas academias e no site da empresa.

Entre os nomes mais sonantes quanto a clubes para os quais fornecem as suas caneleiras estão, para além do Porto, Sporting e Benfica em Portugal, no Manchester United, Wolverhampton, Mónaco, Lille, Atletico de Madrid, Estrasburgo e Manchester City. No último campeonato do mundo, foram os fornecedores da seleção francesa de futebol. Os principais mercados são assim Espanha, Itália, Inglaterra, França. "Dos grandes países, falta-nos a Alemanha. É um mercado grande e com muitos adeptos", diz Madalena.

Tome nota

A venda direta será a grande aposta

Trabalham 12 pessoas na SAK, cinco em Lisboa e sete em Viseu, onde está a sede e ocorre a conceção, a produção e a logística. No escritório de Lisboa está o marketing e a gestão.

Tudo começou há sete anos
A empresa surgiu em 2012, apostada em tirar partido de uma área pouco explorada, a das caneleiras que protegem jogadores de algumas das lesões mais frequentes, considerando não haver então no mercado produtos verdadeiramente resistentes e confortáveis. Por outro lado, os seus criadores desenvolveram uma tecnologia que, através da digitalização das pernas dos jogadores (amadores ou profissionais), permite fazer uma caneleira à medida, usando como material o polímero.

Meio milhão de euros em vendas
A SAK prevê fechar o ano com meio milhão de euros em vendas e tem por objetivo duplicar esse valor em 2020. Para lá chegar, uma das apostas é reforçar o peso das vendas diretas, através do site da própria empresa. "O online pesa 20% e queremos que chegue aos 50%. Com o grande retalho, não temos margem negocial", adiantam. "Em 2018 e 2019 experimentámos os canais todos de vendas para ver o que funciona melhor. Online e retalho são os de eleição".

"Venture capital" na estrutura acionista
Os principais acionistas são a Armilar e a Busy Angels, dois investidores de "venture capital", que, em conjunto, têm 40%. As duas irmãs têm, através de um veículo onde estão mais investidores, 10%. Filipe Simões, um dos cofundadores, tem 12%.


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