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Ename: Quando o problema de uns é o negócio de outros

Se tem um computador da Asus, um projector BenQ ou uma multifunções Brother que se tenha avariado é muito provável que a Ename tenha feito a reparação. Será que encontrou a melhor equipa?

15 de Abril de 2015 às 00:01
Bruno Simão/Negócios
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Encontrou (EN) a (A) melhor (M) equipa (E). Quem o diz é o próprio nome da empresa. Ename. Mara Almeida, uma das fundadoras que, em 2000, se juntou a Rui Silva e a João Rocha para colmatar uma lacuna no mercado português, não esconde que o ano 2004 foi decisivo. A Ename esteve em todos os estádios do Euro a dar assistência técnica aos equipamentos da BenQ, uma das suas primeiras clientes no arranque e que ainda hoje se mantém na carteira.

 

Viseu é um dos melhores locais para florescer,
para crescer
e para construir
uma empresa. 
Mara Almeida, Co-fundador e administradora
da Ename

Aquele 2004 abriu as portas de outros fabricantes de equipamentos electrónicos e tecnológicos, visível no aglomerado de caixas e equipamentos que mãos de técnicos vão reparando em Viseu. Um espaço que contrasta com a câmara limpa, onde se "tratam" componentes electrónicos, de forma mais cirúrgica.


A Asus é um dos grandes clientes da Ename. E entrou, precisamente, em 2004, no rescaldo do Euro. Hoje a Ename conta com cerca de 16 clientes. As ilhas de reparação estão divididas por marcas. E o trabalho é muito. Há picos. Mas a Ename trabalha com um objectivo: "o que entra hoje é para sair hoje". Nem sempre é possível. Os clientes não exigem esses prazos, mas cada vez mais querem contratualizar tempos de reparação mais curtos. E, claro, a preços mais baixos.


Há um ponto que a Ename não passa. Ainda assim Mara Almeida assume que é preciso, todos os dias, "boa gestão e optimização de todos os recursos". Simplifica ainda mais a ideia:  "é preciso boa ginástica para se conseguir obter os resultados". A empresa é rentável. "Atravessámos esta crise forte e, em contra-ciclo, temos tido crescimento do volume de negócios". A Ename tem uma facturação de pouco menos de cinco milhões de euros, sendo quase toda feita no exterior, em particular Espanha. Tem uma empresa já autonomizada em França, onde trabalha com clientes que já conhece do mercado nacional. Mara Almeida não esconde o objectivo de expansão internacional. "Estamos muito optimistas" com os Estados Unidos ou África. Já houve outros mercados em vista, mas quando o momento não é o certo, não se avança.


Em Viseu, no Parque Industrial de Coimbrões, a Ename, sem logótipo na fachada, vai crescendo e tem espaço para expandir. Quando se pergunta sobre o futuro, Mara Almeida revela os desejos: "continuar a ser privilegiados para beneficiar deste tipo de crescimento, termos mais clientes e actuar em mais países".


Haverá também ambição para cativar novas indústrias (não apenas a informática). É isso que está a ser feito numa área que começou a reparar relógios. Um nicho que pode vir a ser explorado. São experiências. Como aquela em que se vê as impressoras a três dimensões que a Ename testa e concebe melhoramentos. São experiências que podem resultar em negócios. "Começa tudo por experiência, aceitamos, avaliamos e deixamos florir passo a passo".

 

 
Tome nota: Componentes electrónicos tratados por tu
A Ename nasceu no ano 2000. Presta assistência pós-venda e faz as reparações. Mais conhecida pela electrónica de consumo e informática, garante que tudo o que tenha electrónica é consigo.
 

Ename nasceu para responder a lacuna
Mara Almeida, Rui Silva e João Rocha trabalharam no ramo da informática. E perceberam que o mercado português tinha uma lacuna: não tinha cá assistência pós-venda. Os fabricantes tinham de enviar os seus equipamentos para fora de Portugal. Os três empreendedores juntaram-se e criaram a Ename, no ano 2000, com um objectivo: ter cobertura nacional.

 

Pensamento internacional
Se o objectivo inicial era o mercado nacional – "não sabíamos se tínhamos pedalada para lá chegar" –, a expansão para o exterior tornou-se clara. O mercado nacional é pequeno, lembra Mara Almeida que recorda numa conferência ter ironizado dizendo que o limite era o planeta Terra. Em 2000 "batemos a algumas portas". Passados uns anos a BenQ e a Brother assinaram contratos com a Ename. Em 2004 a empresa fez a assistência a todos os equipamentos BenQ do Euro, que decorreu em Portugal. E conquistou mais clientes. Um dos maiores – dos cerca de 16 – é a Asus.

 

Trabalhar outros sectores
Se a Ename é mais conhecida pela assistência a equipamentos da electrónica de consumo, Mara Almeida garante que a empresa está preparada para outros voos noutros sectores. Indústria automóvel, indústria médica, sector bancário, "tudo, tudo o que envolva componentes electrónicos. É isto que fazemos. Estamos muito focados na electrónica, porque as parcerias são destes grandes fabricantes. Mas gostaríamos de alargar", assume a fundadora. Expandir está no vocabulário da Ename, quer a nível nacional para outros negócios, quer internacionalmente para outras geografias.

 

 

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