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Comércio traz défice a Loulé face ao exterior

Loulé não é um concelho com forte vocação exportadora e a sua maior empresa é responsável por um grande fluxo importador, o que contribui para o défice comercial do município.

27 de Outubro de 2016 às 00:01
Pedro Elias
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O comércio parece ser o principal responsável pelo saldo  negativo do município de Loulé face ao exterior.  Com uma empresa a destacar-se: a Aviludo importa 33 milhões de euros por ano e exporta apenas dois milhões. 

Os grandes números já davam algumas pistas sobre esta situação do comércio internacional. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, o concelho exportou 15,7 milhões de euros em 2015. Nesse mesmo ano, importou 72,8 milhões. Uma combinação que resulta num défice de 57 milhões.

Quando se olha para as categorias de bens transaccionados, percebe-se que a responsabilidade está essencialmente concentrada numa categoria: produtos de origem animal. Foram vendidos para o exterior menos de três milhões de euros e comprados mais de 30 milhões (saldo negativo de quase 28 milhões). Dentro desta categoria estão, por exemplo, carnes, peixes, crustáceos, lacticínios e ovos. Produtos da indústria alimentar e bebidas são o segundo segmento que mais penaliza o equilíbrio comercial do concelho.

Uma empresa em específico parece ter uma influência importante. A Aviludo é o maior grupo do município, com um volume de negócio de 100 milhões de euros, 32 anos de existência e mais de 250 trabalhadores. Para se ter a ideia do peso que a empresa tem em Loulé, basta referir que as restantes nove empresas do top 10 somadas têm vendas acumuladas de 160 milhões.

A Aviludo está também entre as maiores exportadoras. O que não é dizer muito. A empresa que mais vende ao exterior – a construtora C. V. Sarrea – tem exportações de pouco mais de sete milhões de euros. Segundo os dados da Informa D&B, a Aviludo exportou em 2014 dois milhões e importou 33 milhões. Ou seja, sozinha tem um saldo comercial negativo de mais de 30 milhões de euros.

Porém, apesar de Loulé ter menos exportadoras do que a média do país – 8% vs. 17% das empresas –  as suas exportações cresceram a um ritmo três vezes superior. 


ANÁLISE SWOT

As forças e fraquezas de Loulé

FORÇAS

Clima As variações entre o Inverno e o Verão não são tão acentuadas.
Oferta imobiliária Apartamentos e moradias. Mesmo com foco no luxo, a oferta é ampla.
Proximidade ao aeroporto Loulé ganha com as ligações aéreas de Faro ao centro da Europa.
Golfe O concelho está dotado de vários campos para esta modalidade.

FRAQUEZAS

Tecido industrial Loulé ganha destaque pelo turismo, não pela sua indústria.
Acessos A rede viária é ainda fraca e os acessos pagos podem afastar.
Notoriedade para investimento Nos radares de investimento, o Algarve está longe do seu potencial.

AMEAÇAS

Imposto sobre património O novo imposto poderá afastar compradores no imobiliário.
Sazonalidade Loulé está ainda muito dependente da actividade que existe no Verão.
Qualificação da oferta Fora do circuito de luxo, a qualidade do serviço ainda é reduzida.

OPORTUNIDADES

Novos mercados no turismo Os britânicos já não pesam tanto. Franceses e americanos são reforços.
Conflitos no Médio Oriente Instabilidade política tem trazido novos turistas ao Algarve.
Eventos Permitem atenuar a sazonalidade

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