Nasceu em 2004 numa "lógica de garagem", embora tenha sido, na verdade, na sala da mãe de Marco Cova. O empreendedor, então responsável pela área de informática da CUF Têxteis, em Ansião, decidiu unir-se a dois amigos, Hugo Reis e Telmo Dias, para lançar a marca Void e, juntos, desenvolverem os seus projetos de software.

O sonho ficou entretanto parado até que, em 2007, foi reabilitado de uma forma mais estruturada e profissional, com instalações próprias para o efeito. Entretanto Telmo Dias afastou-se da empresa e a dupla Marco e Hugo agarraram, com unhas e dentes, o projeto em que acreditavam. "Conquistámos um cliente importante para o qual desenvolvíamos software, como, por exemplo, um site que vendia ativos digitais ", relembra Marco Cova, atual CEO da Void. Quando esse cliente vendeu o site, o comprador pediu mais trabalho e o negócio começou a acelerar. A empresa conquista mais clientes europeus e começa a fazer as primeiras contratações e a entrar em áreas novas. Em pouco tempo, conseguem mais um cliente, em França, para o qual ficaram a trabalhar em exclusivo num software específico, o YesAccount, destinado à área da contabilidade e que apenas existia no mercado francês. A equipa necessitou crescer e chegou, então, aos 15 elementos.

A partir de 2017 o negócio reorganizou-se e renasceu como Void Software, dando lugar à entrada de mais um acionista de referência, João Mota, administrador e responsável pela área de desenvolvimento do negócio.

Mudar o foco para ganhar dimensão

"Deixamos de estar dependentes de um só cliente e de um só produto. Mudámos o foco para o desenvolvimento à medida do cliente", explica o CEO. Atualmente a equipa está nos 30 elementos, e já tem presença direta nos Estados Unidos, através de uma start-up americana, a Digital Bedrock (preservação de ativos digitais) fundada por Linda Tadic, e na qual tem uma participação de 5%. "O nosso maior mercado é o norte-americano, onde temos quase 80% do negócio. Mas continuamos atentos às oportunidades na Europa", refere Marco Cova.

No centro de Leiria, as instalações foram desenhadas a pensar na equipa jovem: a mesa de snooker, no centro, convida ao lazer e apela à criatividade. "Os recursos humanos são o nosso maior ativo e é uma preocupação atrair e reter este talento", explica Marco Cova. Para atingir este objetivo, optou por distribuir algum capital pelos colaboradores, ficando os três acionistas principais com 90%, e o restante distribuído por três colaboradores e outros pequenos acionistas. Criar a Academia Void, para formar recursos humanos nas áreas em que são especialistas, como o Java EE, é um projeto futuro, ainda em estudo.