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Ainda às voltas com o processo de instalação da Ecoibéria no concelho, Domingos Bragança orgulha-se da situação financeira da autarquia que lidera há quase três anos, fala dos projectos estratégicos com financiamento europeu e desespera com a falta de ligação ao Avepark.
Foi vice-presidente da autarquia durante os últimos oito dos 24 anos de liderança de António Magalhães. Ainda é cedo para conseguir apagar a sombra do carisma do seu antecessor no cargo?
Não tenho sombra, apanhei sol com ele!
Qual foi a decisão mais difícil que tomou até agora?
Não escondo que o processo mais difícil tem que ver com a instalação da [fábrica de resíduos] Ecoibéria no concelho. É um processo que tem alguma delicadeza, é complicado, que está suspenso à espera de instrução.
Como é que classifica a situação financeira da autarquia?
Equilibrada. Estamos entre os 20 melhores municípios em termos financeiros. A dívida é de cerca de 60 milhões de euros e o orçamento anual ronda os 75 milhões.
Em termos de atracção de investimentos privados para a cidade, que resultados tem para apresentar nestes quase três anos de mandato?
Cerca de 90 milhões de euros, envolvendo perto de 60 empresas, de diversos sectores, sendo que as indústrias têxtil e do calçado continuam a ser as mais fortes.
E qual é o volume de investimentos de projectos empresariais que tem em análise?
Temos muitos investimentos em avaliação, de uma dezena de empresas, que rondam os 40 milhões de euros.
Como vê o chumbo pela AICEP do projecto de investimento da IBM para Guimarães?
O processo está em fase de reclamação. Espero que a IBM tenha razão.
Assinou há três semanas o contrato do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano do concelho, no valor de 18,5 milhões de euros de fundos europeus. Quais são os grandes projectos deste plano, a executar até 2020?
Entre outras obras, a construção do Parque Camões; a criação de uma rede urbana de percursos cicláveis e de ligação às vilas; a reabilitação e refuncionalização do edifício Jordão e da Garagem Avenida, que serão destinados a Escola de Música, Artes Performativas e Artes Plásticas; a conclusão da reabilitação da antiga fábrica Freitas & Fernandes para a instalação da unidade das Nações Unidas, que é a única existente em Portugal, que se dedica à investigação na área da governação electrónica; a reabilitação da área central das Taipas e a recuperação de habitações sociais da Nossa Senhora da Conceição, São Gonçalo, Atouguia e Emboladoura (Gondar); e a requalificação do Parque das Hortas.
Dos problemas concelhios de difícil solução, porque estão para lá da capacidade financeira da autarquia, qual é que destacaria?
A construção da via de ligação ao Parque de Ciência e Tecnologia Avepark. A candidatura aos fundos comunitários está feita. São cerca de cinco quilómetros para um investimento de 12 milhões de euros. Agora é preciso que seja aprovada. O Avepark definha ou desenvolve-se com esta via. Não tenho dúvida absolutamente nenhuma. Como é possível ter lá o Centro de Investigação de Excelência em Medicina Regenerativa e de Precisão quando é preciso estar uma hora na fila de trânsito para chegar do centro da cidade ao Avepark?