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O estrelato das criptos no Jogo da Bolsa

Artigo de Marco António Oliveira Administrador do Caldeirão de Bolsa

Marco António Oliveira marcoantmoliveira@gmail.com 19 de Novembro de 2021 às 11:15
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Na semana passada, notamos aqui como os mercados financeiros e o mundo dos negócios em geral mudaram desde a primeira edição do Jogo da Bolsa (JdB), destacando nessa edição a emergência da Inteligência Artificial (IA) mas apontando também um outro exemplo mais flagrante ainda: a chegada das criptomoedas. E se a IA tem raízes em meados do século passado - o perceptrão, que está na base das actuais redes neuronais artificiais, foi primeiramente implementado em 1958 por exemplo - já o conceito de uma criptomoeda surge apenas na década de 90, em particular com o proposto mas nunca implementado precursor do Bitcoin, o Bit Gold. Mas foi apenas em 2009 com a implementação da rede Bitcoin que a hoje proeminente criptomoeda ganhou finalmente forma e se tornou realidade. Esse marco histórico passou ainda assim largamente despercebido pelas massas, o que de resto se prolongou por mais algum tempo: numa primeira fase, apenas uns tantos curiosos e alguns entusiastas, em particular os denominados "mineradores", se interessaram pelas novas criptomoedas. Seria preciso esperar por 2017 para que a subida explosiva do Bitcoin, que entretanto já teria atraído a atenção de um segundo grupo, os especuladores, fizesse com que as criptos começassem a ser faladas e conhecidas pelo público em geral. Ao que logo se seguiu o primeiro grande crash e subsequente bear market no sector, com início em Dezembro desse ano. O período seguinte foi de amadurecimento, sendo que a resiliência das moedas mais estabelecidas como o Bitcoin e o Ethereum acabaram por lhes emprestar algum capital de credibilidade até. O que nos trás ao momento actual, que é já potencialmente de entrada no mainstream, em que vemos os próprios bancos centrais a abordar o tema e a estudar as suas próprias alternativas digitais. Este sucesso das criptos é relativo e parcial, porém, por quanto a sua adopção como meio de pagamento é limitada. E intermitente também, um pouco ao sabor dos altos e baixos no preço e da enorme volatilidade que é característica das criptos. A volatilidade não será o único obstáculo a uma adopção mais generalizada. Há outros. A esse propósito, recordo aqui dois episódios relativamente recentes que sublinham as consequências da falta de regulamentação, a ingenuidade neste mercado e a facilidade com que se perpetram fraudes no sector. No primeiro exemplo, o banco central sueco Riksbank, anunciou há alguns meses atrás estar a investigar a possibilidade de emitir uma moeda digital (e-krona). Pois não tardaram a surgir websites a tentar vender uma moeda que nem sequer existe, exemplos dos quais ainda podem ser encontrados online, não obstante os alertas daquele banco central. Num outro episódio ainda mais recente, alguém se lembrou de juntar à euforia em torno das criptos, o hype em torno da série sul coreana Squid Game e emitir um tal de Squid Game crypto token. O facto de não ser claro em que é que podia vir a ser utilizado e dos seus adquirentes não os poderem vender (!) não foi suficiente para soar as sinetas de alarme e a cotação do crypto token acabou mesmo por explodir com uma rápida e tremenda valorização. Para rebentar com todo o estrondo possível logo a seguir. Bom, mas nada disto preocupa de sobremaneira os "convertidos" às criptos. E ainda menos aos participantes do JdB que disputam um investimento inteiramente virtual e para quem, aliás, a extraordinária volatilidade das criptos - disponíveis no JdB via Cripto Forex - só pode funcionar como um atractivo.


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