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Jogo da Bolsa: Gestão indexada? Hoje ‘falamos’ para os participantes alunos.

Artigo de Luís Oliveira, Departamento de Finanças ISCTE Business School

17 de Novembro de 2021 às 11:28
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Os fundos indexados são considerados um dos investimentos mais inteligentes que se pode fazer. Em relação aos fundos de gestão ativa, os indexados são mais acessíveis e bem diversificados, e tendem a gerar retornos sólidos ao longo do tempo, superando frequentemente os seus homólogos geridos ativamente.

Trata-se de fundos/carteiras de investimento que acompanham o desempenho de um referencial de mercado. Alguns destes referenciais (benchmarks) são adaptados a sectores específicos, geografias, tipo de ativo ou ‘sustentabilidade’ e integrando, aproximadamente, investimentos nos componentes na mesma proporção que do próprio referencial. Se o fundo seguir um índice ponderado, os seus gestores deverão periodicamente reequilibrar a percentagem de diferentes títulos de modo a refletir o peso da sua presença no benchmark. A ponderação é um método usado para equilibrar a influência de qualquer participação num índice ou portfólio. Nos fundos indexados, a intervenção dos gestores, de um modo geral, cinge-se a este controlo.

Genericamente existem três vantagens chave para investir em fundos indexados: ampla diversificação, baixos custos, e rendimentos sólidos.

Ampla diversificação. O benefício mais óbvio de investir em fundos indexados é que a sua carteira se torna instantaneamente diversificada, mesmo para níveis de investimento relativamente baixos. Por exemplo, um fundo que segue o S&P500 tem os mesmos 500 investimentos no cabaz de ações do índice. A carteira é então composta de maneira proporcional, com base no volume de negociação e no valor de mercado. Quando o seu património é repartido entre tantos activos, os seus altos e baixos tenderão a ser menores.

Custos baixos. A comissão de gestão, geralmente anual, cobrada aos participantes, consiste numa percentagem dos activos investidos, pelo que o custo é proporcional ao investimento, não existindo, de forma geral, custos fixos associados. Dado que estes fundos seguem um referencial específico, a intervenção ativa dos gestores de carteiras é residual, originando custos significativamente inferiores quando comparados com os associados aos fundos de gestão ativa, que, por esta razão, cobram evidentemente comissões superiores. Em média os custos associados à gestão indexada, oscilam entre 0,1% e 0,3%, enquanto na gestão ativa é frequente observarmos custos de gestão bem acima de 1-1,5%.

Rendimentos sólidos. Embora a gestão ativa de carteiras se proponha a bater os benchmarks, a realidade é que nem mesmo os gestores de carteiras mais inteligentes e diligentes conseguem bater consistentemente os fundos indexados. Na realidade, e de forma genérica, podemos dizer que os a gestão passiva tende a ser mais vantajosa no longo prazo. Nos prazos mais curtos, os fundos de investimento ativos saem-se tendencialmente melhor.

Em contexto de (ainda) reduzidas taxas de juro e na busca dos melhores resultados do investimento, particularmente no cenário atual em que a poupança forçada pelo confinamento fez crescer os depósitos dos particulares a níveis record, os fundos indexados podem apresentar-se como uma solução que facilmente melhorará a eficiência global dos seus investimentos, através da maior diversificação, transparência e mitigação dos riscos das suas carteiras.

Independentemente da maior ou menor experiência ou conhecimento dos mercados, um fundo indexado poderá ser um excelente componente a acrescentar a uma carteira de investimento. Pode demorar um pouco de tempo a encontrar o fundo indexado adequado ao perfil de risco de cada investidor, mas, uma vez encontrado, este pode simplesmente sentar-se e deixar o seu dinheiro crescer.


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