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João Queiroz: "Existe espaço para uma recuperação" nas acções

Depois de um Outubro difícil para os principais mercados mundiais, João Queiroz acredita que há espaço para uma recuperação nas acções. Mas não antevê um regresso aos máximos do ano.

05 de Novembro de 2018 às 12:00
João Queiroz director de banca online do Banco Carregosa Joaquim Norte de Sousa
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A edição de 2018 do "Jogo da Bolsa" arranca depois de um mês de Outubro "negro" para as principais bolsas mundiais. João Queiroz, director de banca online do Banco Carregosa, acredita que há agora espaço para uma recuperação das acções. Contudo, não antecipa um regresso aos máximos do ano.

Outubro foi um mês difícil para os mercados accionistas. Nos últimos dois meses do ano, ainda há margem para recuperar destas perdas?
Existe espaço para uma recuperação mas não acredito que se possa renovar os máximos do ano porque os programas de recompras de acções próprias são em menor número e em menor valor. Também a disponibilidade de recursos está a ser afectada a outras actividades, o que limita a valorização dos instrumentos financeiros. Neste calendário de apresentação de resultados houve menos surpresas positivas e mais negativas, pelo que os fundamentais das empresas podem estar numa fase em que se torna mais difícil apresentar crescimentos contínuos das vendas e das margens de receitas.

Ainda vale a pena apostar em acções ou já não há margem para ganhos?
As recentes correcções registadas nos mercados accionistas centraram-se mais nas tecnológicas e em alguns activos de maior risco, com possibilidade de continuarmos a ter elevada volatilidade no último trimestre do ano. As "empresas de valor" que se caracterizam por elevada capacidade de gerar cash-flows (libertarem recursos no decurso da sua actividade), com menores necessidade de recursos financeiros podem ter espaço para se valorizar (por exemplo, o sector dos serviços de comunicações).

Quais são os factores que vão continuar a condicionar o desempenho dos mercados accionistas?
As variáveis económicas como a subida das taxas de juro, a normalização do balanços do bancos centrais (ou "Quantitative Tightening"), o processo de estabilização da economia chinesa, a forma como o Brexit for concretizado, as intercalares nos EUA (Trump necessita de mais ruído com o mundo para reforçar a sua posição) e a evolução das economias emergentes, podem ser temas para os próximos dois trimestres ou transição de ano.

Quais são as classes de activos para as quais está mais optimista?
A dívida a taxa fixa na Europa de curta maturidade / prazo (das economias desenvolvidas) pode voltar a oferecer oportunidades de valor, assim como as empresas globais com várias linhas de negócio, que obtêm receitas em diversas geografias e não concentram a actividade num segmento especifico de clientes. As relacionadas com o sector alimentar e algumas empresas de distribuição de retalho poderiam também oferecer oportunidades.

E mais pessimista?
Menos optimista nas tecnológicas e as empresas de maior crescimento podem agora estar mais susceptíveis a choques ou impactos de abrandamento do ritmo de crescimento global. As mineiras e extractivas estão num ciclo em que recuperam ou aceleram uma recuperação pelo que a cautela é relevante.

Os preços do petróleo ainda têm margem para subir?
O crude (WTI e Brent) quebrou alguns pontos relevantes mas pode efectuar uma recuperação mas sem perspectivas de que recuperasse aos máximos deste ano.

O ouro vai continuar a funcionar como activo de refúgio?
Este mês de Outubro demonstrou que o ouro apenas regista procura quando os investidores estão extremamente nervosos e a aversão ao risco é muito elevada, ou seja, quando também se compra obrigações alemãs e dos EUA. Também é de destacar a sua correlação coma divisa chinesa que deverá ser dos países com maiores posições ou inventários pelo que quando existe apreciação do yuan ou renmimbi os metais preciosos tendem a valorizar. 

Jogo da Bolsa

05 de novembro a 30 de novembro 

As classificações do Jogo da Bolsa são actualizadas diariamente. Em primeiro lugar, um top é publicado no Negócios e às 14 horas a listagem total é publicada no Jornal de Negócios Online (www.negocios.pt). Para o efeito, todos os dias é retirada uma classificação provisória da Classificação Global, a Classificação Universitária e da Classificação Universo ISCTE Business School. Depois, todas as terças-feiras, é divulgado o vencedor semanal. Na primeira semana, o vencedor da classificação é quem ficar à frente na classificação global. Nas semanas seguintes, o vencedor da semana pode não corresponder ao líder do jogo. Saiba quais são os prémios desta edição do Jogo da Bolsa em http://jogodabolsa.negocios.xl.pt/



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