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João Pereira Leite: O eterno dilema entre o curto e o longo prazo

Diversifique selectivamente, mantenha as posições e use alavancagem apenas em empresas baratas. As cíclicas estão mais baratas e as de crescimento "fora-de-moda".

Negócios 21 de Novembro de 2016 às 09:47
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Admite sacrificar o presente para ter ganhos (incertos) futuros ou acha que o futuro a Deus pertence e a vida é o aqui e agora? Não pense que é apenas um tema filosófico ou de carácter mais pessoal, sobre as opções de vida de cada um. Tenho testemunhado as inquietações de muitos investidores particulares que têm investido em imobiliário e mantido o seu dinheiro em depósitos a pagar taxas muito baixas. Porquê? Porque, mal aconselhados, tiveram experiências recentes traumáticas, fruto de pouca diversificação e foco no curto prazo.

Qual o rendimento anual do imobiliário ao longo dos últimos 100 anos? Sensivelmente igual ao da inflação (3%) e inferior ao das obrigações (4,5%). E não será diferente nos próximos 100 anos. Existe uma lógica para que em média um índice accionista tenha entregue 9% de rendimento anual ao longo do mesmo período e essa lógica continuará a prevalecer.

Ou seja, faz sempre sentido manter uma parte da poupança investida em acções, diversificando por sectores, geografias e estilos.

O peso a alocar a acções deve obviamente mudar em função do enquadramento macro, das valorizações e do perfil de risco do investidor. Para definir essa alocação, neste momento, a grande questão a ocupar a mente dos profissionais é saber a que factor se deve dar maior peso: às tendências deflacionistas de longo prazo, como a demografia, o excesso de endividamento ou a desindustrialização, ou se devem centrar-se no presente e decidir com base nos primeiros indícios de inflação, fruto do pleno emprego nalgumas economias e nos estímulos futuros no programa anunciado por Donald Trump para a economia americana?

Se prevalecer o ciclo deflacionista, devem ter mais peso em obrigações. Se a inflação der indicações de subida, então o peso em acções deve aumentar no portefólio dos investidores.

É bem provável que estejamos próximos de iniciar um novo ciclo, mas como o Jogo da Bolsa termina a 9 de dezembro, os concorrentes estão, por agora, dispensados deste dilema. De forma genérica, a nossa recomendação é que diversifiquem selectivamente, mantenham as posições e usem alavancagem apenas em empresas baratas e com um elevado grau de previsibilidade de resultados. Uma dica: as empresas cíclicas estão mais baratas, as empresas com crescimento estão agora "fora-de-moda" e nas financeiras tudo pode acontecer.


JOGO DA BOLSA

Até 9 de Dezembro

As classificações do Jogo da Bolsa são actualizadas diariamente. Em primeiro lugar, um "top" é publicado no Negócios e às 14 horas a listagem total é publicada no Jornal de Negócios Online (www.negocios.pt). Para o efeito, todos os dias é retirada uma classificação provisória da classificação geral, a classificação universitária e da classificação Universo ISCTE Business School. Depois, todas as terças-feiras, é divulgado o vencedor semanal. Na primeira semana, o vencedor da classificação é quem ficar à frente na classificação geral. Nas semanas seguintes, o vencedor da semana pode não corresponder ao líder do jogo. Saiba quais são os prémios desta edição do Jogo da Bolsa em http://jogodabolsa.negocios.xl.pt/index.html.








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