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Luís Oliveira, ISCTE-IUL, Departamento de Finanças
Inês Oliveira, Risk Manager, BBVA Portugal
Investir ativamente no mercado de fundos de investimento significa optar por aqueles fundos cujos ativos são selecionados pelos gestores com base numa avaliação independente do valor de cada investimento, escolhendo os mais atrativos. Genericamente, o objetivo dos gestores ativos é "vencer o mercado", superando padrões de referência. Por oposição, a gestão passiva trata de reproduzir o desempenho de um determinado índice de mercado, esperando-se que um fundo passivo apresente rendibilidades em linha com o índice de mercado que tenta imitar.
No meu trabalho, passo muito tempo a pensar e a ensinar em como construir carteiras de investimento. Hoje em dia, uma grande parte dessa conversa centra-se no papel dos estilos de investimento, um debate contínuo (e por vezes bastante aceso!) na indústria financeira. Esta não é apenas uma conversa académica: tem o potencial de afetar as decisões de investimento de uma forma real e significativa.
Um investidor passivo não se submeteria ao processo de avaliação e/ou à virtude de qualquer investimento específico. O seu objetivo seria igualar o desempenho de certos benchmarks de mercado em vez de tentar ultrapassá-los. Como o investimento ativo é geralmente mais caro (comissões de gestão e outros custos derivados da negociação mais frequente), muitos gestores acabam por não conseguir vencer o investimento passivo.
Apesar de muitos gestores ativos terem anunciado a turbulência como uma oportunidade, não conseguiram ultrapassar os seus homólogos geridos passivamente. Segundo um estudo realizado pela Morningstar, a volatilidade do início de 2020 causada pela pandemia de covid-19 deveria ter sido uma oportunidade única para a concretização de rendibilidades adicionais direcionadas aos investidores com apetência para este tipo de riscos. Os resultados do barómetro ativo/passivo para 2020 (julho) mostraram que, de um modo geral, nos últimos 10 anos e para todas as categorias de fundos analisadas, a taxa de sucesso dos fundos europeus geridos ativamente em relação aos seus pares passivos foi inferior a 25%.
Ativo ou passivo? O debate persiste em aberto. A gestão ativa faz sentido e compensa o nível mais elevado de custos neste tipo de estratégias? A questão é legítima. Talvez seja no meio que reside o equilíbrio. Geralmente, quando o mercado é volátil, os gestores ativos podem ter um desempenho superior. Quando os ativos tendem a estar altamente correlacionados, as estratégias passivas podem ser o melhor caminho a seguir. Os investidores podem beneficiar do melhor de dois mundos aproveitando os atributos mais valiosos de cada um. As condições de mercado estão sempre a mudar, sendo fundamental um olho informado para decidir quando e quanto se deve direcionar a investimentos passivos em oposição a investimentos ativos.
Inês Oliveira, Risk Manager, BBVA Portugal
Investir ativamente no mercado de fundos de investimento significa optar por aqueles fundos cujos ativos são selecionados pelos gestores com base numa avaliação independente do valor de cada investimento, escolhendo os mais atrativos. Genericamente, o objetivo dos gestores ativos é "vencer o mercado", superando padrões de referência. Por oposição, a gestão passiva trata de reproduzir o desempenho de um determinado índice de mercado, esperando-se que um fundo passivo apresente rendibilidades em linha com o índice de mercado que tenta imitar.
No meu trabalho, passo muito tempo a pensar e a ensinar em como construir carteiras de investimento. Hoje em dia, uma grande parte dessa conversa centra-se no papel dos estilos de investimento, um debate contínuo (e por vezes bastante aceso!) na indústria financeira. Esta não é apenas uma conversa académica: tem o potencial de afetar as decisões de investimento de uma forma real e significativa.
Um investidor passivo não se submeteria ao processo de avaliação e/ou à virtude de qualquer investimento específico. O seu objetivo seria igualar o desempenho de certos benchmarks de mercado em vez de tentar ultrapassá-los. Como o investimento ativo é geralmente mais caro (comissões de gestão e outros custos derivados da negociação mais frequente), muitos gestores acabam por não conseguir vencer o investimento passivo.
Apesar de muitos gestores ativos terem anunciado a turbulência como uma oportunidade, não conseguiram ultrapassar os seus homólogos geridos passivamente. Segundo um estudo realizado pela Morningstar, a volatilidade do início de 2020 causada pela pandemia de covid-19 deveria ter sido uma oportunidade única para a concretização de rendibilidades adicionais direcionadas aos investidores com apetência para este tipo de riscos. Os resultados do barómetro ativo/passivo para 2020 (julho) mostraram que, de um modo geral, nos últimos 10 anos e para todas as categorias de fundos analisadas, a taxa de sucesso dos fundos europeus geridos ativamente em relação aos seus pares passivos foi inferior a 25%.
Ativo ou passivo? O debate persiste em aberto. A gestão ativa faz sentido e compensa o nível mais elevado de custos neste tipo de estratégias? A questão é legítima. Talvez seja no meio que reside o equilíbrio. Geralmente, quando o mercado é volátil, os gestores ativos podem ter um desempenho superior. Quando os ativos tendem a estar altamente correlacionados, as estratégias passivas podem ser o melhor caminho a seguir. Os investidores podem beneficiar do melhor de dois mundos aproveitando os atributos mais valiosos de cada um. As condições de mercado estão sempre a mudar, sendo fundamental um olho informado para decidir quando e quanto se deve direcionar a investimentos passivos em oposição a investimentos ativos.