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Ora, a semente para o que viemos a entender como análise técnica clássica, lançou-a Charles Dow (o tal do Dow Jones e fundador do The Wall Street Journal) com a Teoria de Dow. Aparentemente sem o saber, que a Teoria de Dow não é a teoria de Dow: ele propriamente nunca a formulou, foram antes os seus seguidores que postumamente consolidaram os princípios refletidos no conjunto dos seus editoriais. Uma boa parte deles orbitam em torno do conceito de tendência - e de que o mercado se move por tendências - oferecendo a espinha dorsal onde outros conceitos caros à AT virão entretanto encaixar como os suportes, as resistências, os padrões ou os indicadores técnicos.
Este processo incremental prolongou-se por várias décadas, incorporando a dada altura uma técnica centenária de representação do histórico do preço, as velas chinesas, a escolha de eleição dos analistas técnicos. Durante esse período, o escrutínio académico demonstrou um certo desdém generalizado pela abordagem da análise do comportamento do preço. Três aspetos conspiraram para este estado de coisas: a hipótese dos mercados eficientes, a teoria do ‘random walk’ e a dificuldade encontrada em validar de uma forma convincente as técnicas promovidas pelos analistas técnicos, dada a natureza complexa e subjetiva dos critérios propostos. Já nas últimas décadas, o abandono do papel, o aumento do poder computacional e a utilização intensiva e generalizada das tecnologias da informação trouxeram-lhe um novo impulso, quer na perspetiva do utilizador, quer pela validação que a investigação foi começando a permitir, mesmo que discreta no grande plano das coisas. Um marco importante, uma célebre publicação pelo FED em 2000 onde se reconhecia a validade dos suportes e resistências, níveis que oferecem maior oposição à progressão do preço. Mais recentemente, numa amostra de uma centena de estudos, cerca de 60% observavam potencial na AT.
Quanto ao futuro, que novas tendências nos trará? Creio que a aplicação mais generalizada da Inteligência Artificial, particularmente técnicas de ‘machine learning’, adequadas a tarefas de classificação e reconhecimento de padrões e que já vai mostrando os dentes nos mercados financeiros. Será pouco plausível a sua democratização? Bom, a esse respeito, encontramo-nos onde estávamos há um quarto de século com a internet: acessível a poucos, mas com um potencial tremendo e a alastrar-se a uma velocidade alucinante.
JOGO DA BOLSA
18 de Novembro a 13 de Dezembro
As classificações do Jogo da Bolsa são atualizadas diariamente. Em primeiro lugar, um top é publicado no Negócios e às 14 horas a listagem total é publicada no Jornal de Negócios Online. Para o efeito, todos os dias é retirada uma classificação provisória da Classificação Global, a Classificação Universitária e da Classificação Universo ISCTE Business School. Depois, todas as terças-feiras, é divulgado o vencedor semanal.
*Marco António Oliveira, administrador do Caldeirão de Bolsa