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Financiamento climático: uma inovação portuguesa

O Renewable Energy Scale-Up Facility foi uma das três ideias vencedoras no ClimateLab. É uma nova forma de financiamento a projectos de energias renováveis. O primeiro fundo deverá ser lançado em 2019, com cerca de 100 milhões de dólares para a Ásia.

07 de Maio de 2018 às 11:48
Funcionários caminham entre os painéis solares na central de energia solar operada pela Kyocera TCL Solar LLC, na Sakasamaike Pond, em Kasai, no Japão. Esta é a maior central de energia solar flutuante do mundo.
Bloomberg
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Uma das novas apostas da Get2C é o financiamento climático, estando a preparar um fundo Renewable Energy Scale-Up Facility, com a Baker & McKenzie e a Camco Energy, para tentar desenvolver mais rapidamente o acesso a energia. A Get2C já tinha experiência de gestão de dois fundos em Portugal, um de energias renováveis e outro de activos de carbono.

"Para acelerar o acesso à energia nos países em desenvolvimento tem de se resolver uma das principais lacunas dos projectos, que tem a ver com o reduzido investimento nas fases mais arriscadas, que são as fases iniciais dos projectos de energias renováveis", referiu o administrador da Get2C.

Os "developers" dos projectos de energia renováveis representam a grande maioria os investidores em países em desenvolvimento. Fazem-no com fundos próprios, o que implica que no conjunto de "investimentos que têm identificado, só consigam desenvolver um ou dois projectos. O potencial que existe, não é executado à velocidade que deveria", explica Luís Domingues da Costa.

Ideia premiada

Este novo fundo pretende aportar financiamentos através de uma estrutura de opções, em que uma entidade financeira compra uma opção sobre o veículo de investimento do "developer", o que lhe permite, quando o projecto estiver na fase de "financial close", comprar parte do capital. Esta fórmula permite que o investidor tenha um escudo a todos os problemas legais e outros do início do projecto, que é sempre a parte mais complicada, e, por outro lado, mesmo que os custos de implementação aumentem, a opção sobre o valor futuro já está definido.

A estrutura deste fundo foi uma das três ideias vencedoras (em 125) no ClimateLab e está em avaliação pelo Green Climate Fund. Estão em contactos com governos e investidores institucionais para promover um fundo para o Sudeste Asiático, que deverá ser lançado em 2019 com cerca de 100 milhões de dólares, e outro fundo para a América Latina.

Os trabalhos da Get2C

A Get2C tem, como "core business", as alterações climáticas em particular nas áreas do carbono e da energia, em que estão a desenvolver actualmente o Roteiro para a Neutralidade Carbónica, liderando um consórcio em que também entra a Universidade Nova de Lisboa. Nesta área já fizeram trabalhos em Angola, Banco Mundial e muitas outras multilaterais. Trabalham com as empresas, em termos de estratégias de sustentabilidade, nomeadamente com as industriais, que têm obrigações específicas no âmbito do comércio de emissões, e fazem "trade" de carbono.

Para Luís Domingues da Costa, o facto de o SEforALL, um dos maiores eventos mundiais na área da energia e da sustentabilidade, se realizar em Lisboa "deu uma maior exposição às empresas portuguesas, permitiu a apresentação de projectos a parceiros e investidores e a possibilidade de fazer negócios".



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