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A Europa é mais reguladora

Hoje em dia o marketing digital é mais sofisticado, complexo e implica o domínio de múltiplas variáveis, mas o fundamental do marketing é chegar ao coração das pessoas

Filipe S. Fernandes 12 de Dezembro de 2018 às 10:45
David Martins
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A regulação e a regulamentação, em que depois do RGPD, está na linha do horizonte o e-privacy, limitam a capacidade de desenvolvimento e concorrência das empresas europeias em relação às empresas norte-americanas e chinesas, concordaram João Epifânio e Ana Paula Marques. A gestora da Nos referiu que "sempre que temos um ecossistema em que existe muita inovação, é natural que haja muitas coisas que vão à frente da legislação. Nos Estados Unidos a matéria legislativa e regulatória ocorra depois da componente de inovação, na Europa é-se mais preventivo em algumas coisas".

"A infra-estrutura é uma peça fundamental para o mundo digital", considerou João Epifânio da CSO da Altice. Acrescentou ainda que "não haveria Portugal como um centro de negócio, de criação de startups, que promove a deslocalização de serviços, que prestam serviços inshore". "O digital é uma oportunidade para todas as marcas", reforçou Ana Paula Marques "para isto é importante a infra-estrutura, a tecnologia, a IA com que se tratam os dados, os parceiros". "Quando falamos de marketing digital não é possível sem o acesso a mobile", sublinhou Ana Paula Gomes.

João Epifânio falou das estratégias de marketing da Altice. Salientou que privilegia "o maior reach possível no menor espaço de tempo e com menor custo" e que o "online tem vindo a ganhar expressão e permite-nos fazer hoje abordagens completamente diferentes, ser muito mais precisos no targeting ou no retargeting, na forma como capturamos o tráfego para o nosso site, sendo que há um aspecto fundamental que é a relevância".

Referiu que no actual paradigma a televisão continua a ser uma plataforma incontornável, mas que "o plano de meios tem uma lógica de multiplataforma e multidevices e mesmo os próprios conteúdos têm de ser adaptados a vários écrans de diferentes formatos e dimensões e diferentes capacidades, o que implica um exercício mais complexo de adaptação e até de criatividade. Esta maior complexidade traz desafios críticos para quem tem de criar e tem de pensar a publicidade tanto do lado do cliente como da agência". "São muito mais variáveis que um marketter ou um criativo tinha de lidar para se ter rácios de engagement relevantes e que consigam projectar uma campanha".

Coração das pessoas

Hoje em dia o marketing digital tem um grau maior de sofisticação e de complexidade concorda Ana Paula Marques, para quem "o fundamental do marketing continua o mesmo e que é conquistar o coração das pessoas. O meio através do qual o atingimos é crítico, até porque como hoje as pessoas são expostas a muito mais meios e cada meio tem o seu papel. Há outros meios que além do digital têm outro tipo de reach, de velocidade de construção, são propósito muitas vezes distintos, mas são complementares". Alertou que "as pessoas estão muito expostas e o share de atenção é baixo. É um desafio de criatividade para conquistar a atenção das pessoas". 

Digital rules?
Com Ana Paula Marques, administradora executiva da NOS e João Epifânio, CSO da Altice, e moderação Alexandra Machado

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