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O nicho é a nova massa

Lisboa fez-se marca porque é mundialmente conhecida, mas o novo mundo digital permite que novas e tradicionais marcas encontrem o seu espaço e a sua relevância

Filipe S. Fernandes 12 de Dezembro de 2018 às 11:15
Alexandra Machado, Paulo Soeiro de Carvalho, Rodrigo Machaz e Pedro Cardoso. David Martins
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"Não são só os países que competem à escala global mas também as regiões e as cidades", referiu Paulo Soeiro de Carvalho, Director Municipal Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa, referindo-se à questão da marca Portugal e da recém lançada marca Made in Lisboa. "Pegamos numa das poucas marcas globais que Portugal tem, e que é Lisboa, que é uma marca fortíssima. Só há duas marcas globais que são reconhecidas em qualquer lado e que são Lisboa e Cristiano Ronaldo". Em 2012 nasce a Startup Lisboa, que agrupou 6 incubadoras existentes e que hoje é flag project da cidade de Lisboa com mais de 20 incubadoras, mais de 20 programas de aceleração nacionais e internacionais, vários espaços criativos na cidade de Lisboa. É um ecossistema que vale 1,2 mil milhões de euros, diz Paulo Soeiro de Carvalho.

A marca Made in Lisboa é uma plataforma aberta e é uma marca "para projectar para o futuro. É partir daqui que estamos a trabalhar as startups e o sistema universitário, as startups e as grandes empresas. Lisboa é uma espécie de laboratório de inovação aberto. Temos neste momento 25 startups a experimentar soluções e nos oferecemos a cidade de Lisboa e podemos fazer conexões com grandes empresas, com outras cidades como Amesterdão, Telavive, Paris e Londres".

Quando abriu o primeiro hotel memmo, há cerca de dez anos em Sagres, Rodrigo Machaz, já acreditava que "o nicho é a nova massa" e que já se espalhou por Lisboa em Alfama e no Príncipe Real. O modelo de negócio alterou-se com a digitalização sobretudo no processo de reservas, diz que a tecnologia o salvou "porque se não houvesse digital eu não tinha tido o meu negócio".

A salvação pela tecnologia

"Quando renovamos o hotel da Baleeira que era de 1964, fizemos apresentações e o Verão estava vendido mas para o resto do ano as tarifas eram de 25 euros. Com a possibilidade de marcar directamente online foi a minha salvação, seja na distribuição directa do produto, com as online travel agencies como a booking e ou de nicho como black tomato, Mr & Mrs Smith. O meu hotel perdido em Sagres passou a ser conhecido pelo mundo inteiro. Isto sem digital não era possível, pois tinha uma intermediação que levava 40% à cabeça".

Desde 1974 que o Solar dos Presuntos tem a preocupação de que sua marca esteja presente desde o prato, ao copo, e hoje o facebook, o instagram, "estamos sempre atentos a esses media, procuramos criar produtos de merchandising", referiu Pedro Cardoso. Ao almoço a frequência é de 70% de portugueses, ao jantar têm dois horários e no primeiro da 19H30, 90% da clientela é estrangeira. A partir da 21.30H privilegiam o português, "porque é no que nos apostamos hoje em dia, para manter a fidelização e porque não sabemos o dia de amanhã", num total de 600 refeições diárias.

Considera que tripadvisor é uma das melhores ferramentas. "Temos uma classificação péssima mas temos de perceber o que é o tripadvisor, que também serve de livro de reclamações. Ajuda-me a perceber o que se passa no meu restaurante e a retirar o sumo, o que é verdade dos factos e que é preciso corrigir. Os funcionários sabem que todos os dias estão a ser avaliados e vai fazer com que o serviço seja melhor". "O tripadvisor funciona como o cliente mistério que não tenho de pagar. É uma pressão porque sabemos que qualquer pessoa nos pode avaliar e isso é bom", considera Rodrigo Machaz.

Selling Portugal - The mportance of digital marketing
Com Paulo Soeiro de Carvalho, Director Municipal Economia e Inovação, CML, Rodrigo Machaz, Administrador e Director, memmo Hotels e Pedro Cardoso, Director-Geral, Solar dos Presuntos.

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