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Partilha de dados deve incluir todos os operadores

A implementação do Registo de Saúde Eletrónico em Portugal é “um passo fundamental para a modernização do sistema de saúde”, advoga Xavier Barreto.

Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares. D.R.
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“Portugal tem investido em sistemas de dados, como o Registo de Saúde Eletrónico (RSE), o que permitirá integrar informações de saúde e melhorar a interoperabilidade entre instituições de saúde”, assinala Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH). O desafio está em superar a falta de integração completa entre os hospitais do SNS e o sector privado, de infraestrutura tecnológica que nem sempre acompanha o ritmo das necessidades de gestão baseada em dados, e a escassez de profissionais especializados, particularmente no SNS, considera Xavier Barreto.

Sublinha que o Registo de Saúde Eletrónico (RSE) em Portugal será “um passo fundamental para a modernização do sistema de saúde”. Com a integração de dados clínicos do SNS, privados, farmacêuticos, etc., haverá “uma visão mais completa e abrangente sobre o histórico de saúde dos cidadãos, e contribuirá, decisivamente, para o aumento da qualidade e segurança dos cuidados prestados”.

Com esta partilha de dados, a troca de informações clínicas como resultados de exames, história clínica, tratamentos em curso, entre outros, será mais rápida. Haverá uma maior eficiência na prestação de cuidados, com a redução das duplicações de exames/tratamentos, um melhor acompanhamento de doenças crónicas e uma maior capacidade de resposta a emergências. Mas Xavier Barreto, alerta que, se esta partilha “não incluir uma parte dos prestadores, ou um sector do sistema de saúde português, desperdiçaremos uma enorme oportunidade para melhorar os percursos e os resultados dos nossos doentes”.

A Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) determina que os cidadãos têm um papel central no controlo dos seus dados pessoais, em que se incluem os dados de saúde. Para Xavier Barreto, “o ideal é que a partilha de dados esteja nas mãos do cidadão, com o Estado a garantir a infraestrutura e os mecanismos de segurança para que essa partilha seja feita de forma segura e transparente”. Além disso, “o cidadão deverá ter o poder decidir quando e com quem os seus dados são partilhados”.