- Partilhar artigo
- ...
Atualmente 35% dos dados, que no mundo inteiro estão a ser armazenados, são gerados pelo setor da saúde, indica Filipa Costa, managing director da Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal, a propósito da conferência “Investir em Saúde – Mais Tecnologia, Melhores Resultados”, uma iniciativa da Johnson & Johnson Innovative Medicine e do Negócios. Entre os fatores estratégicos para o futuro da ciência e da medicina estão uma melhor infraestrutura tecnológica e uma cultura de dados em saúde. “Hoje falamos de processos, de terapias génicas, terapias celulares, engenharia de tecidos”, acentua Filipa Costa.
Com mais dados e tecnologia haveria menor duplicação de exames e intervenções clínicas, libertaria profissionais de saúde para as atividades de maior valor, simplificaria a vida dos doentes do labirinto do sistema e evitaria milhares de euros perdidos. Segundo Filipa Costa, existem estudos que apontam para um desperdício, entre os 20 e 30% da despesa dos sistemas de saúde.
A União Europeia tenciona criar o Espaço Europeu de Dados em Saúde até 2026 e, segundo Filipa Costa, espera-se que este mecanismo permita à UE poupar cerca de 11?mil milhões de euros em dez anos, graças a um melhor acesso aos cuidados de saúde e à utilização dos dados de saúde na investigação, inovação e elaboração de políticas.
Os dados e os medicamentos
Os dados em saúde também são importantes para o I&D de novos medicamentos mais eficazes e seguros porque “é?possível personalizar terapêuticas para grupos específicos de doentes e ter uma medicina cada vez mais precisa e personalizada em vez do atual ‘one-size-fits-all’”, diz Filipa Costa. E exemplifica com a oncologia em que, “recorrendo aos dados e à Inteligência Artificial, se desenvolvem medicamentos de forma mais ágil e, cada vez mais dirigidos ao tipo específico de tumores, com resultados superiores e menos efeitos secundários”.
Os dados em saúde contribuem para uma maior sustentabilidade dos sistemas de saúde, uma alocação mais eficiente dos recursos, mais transparência e celeridade na comparticipação, e “diferenciam a inovação verdadeiramente transformacional”, salienta Filipa Costa. Com uma melhor monitorização do uso de medicamentos, “o Estado pode otimizar a política do medicamento, para um acesso contínuo e sustentável. Com mais dados, o SNS teria mais recursos”, concluiu Filipa Costa.