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Leiria com dinâmica de crescimento mais forte que o país

Desde 2011 as exportações na região cresceram mais de 100% nos setores tradicionais com destaque para os plásticos, os moldes a borracha e o vidro.

08 de Abril de 2019 às 15:00
Leiria mantém uma tendência de crescimento da sua economia. Ricardo Ponte
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Ao contrário do que afirmou no passado o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia sobre a falta de capacidade competitiva de Portugal nos mercados globais, as empresas portuguesas têm vindo a conquistar espaço e aumentaram as exportações em 35%, desde 2011. Hoje, as vendas de bens e serviços ao exterior correspondem a cerca de 45% do PIB.

Rui Constantino, economista e diretor de Estudos, Planeamento Estratégico e Relação com Investidores no Banco Santander Totta, lançou assim o mote para o debate sobre Setores Estratégicos, no âmbito da Box Santander Advance Empresas, com a presença de gestores de empresas de três das áreas mais competitivos da região de Leiria, nomeadamente moldes, plásticos e resinas.

"Na região de Leiria, a dinâmica de crescimento é ainda mais forte que no país. Desde 2011, as exportações cresceram mais de 100% nos setores tradicionais, com destaque para os plásticos e a borracha, os moldes e o setor dos vidros", sustenta.

Não podemos contratar jovens com 20 anos e deixá-los fazer o mesmo o resto da vida. Rui Brogueira
CEO da Respol

São áreas que, pela sua exposição ao mercado internacional, contrariam a tendência de decréscimo para este ano, segundo o inquérito de empresários do setor industrial ao INE. "Prevê-se uma queda de 6% no setor industrial, mas nos setores mais relevantes na região de Leiria, como as borrachas e plásticos, prevê-se um crescimento de 7%, e para outros químicos, de cerca de 10%".

Além da especialização, da evolução tecnológica e da intensificação do associativo empresarial, os empresários de Leiria defendem a urgência na qualificação de recursos humanos qualificados para poderem continuar na senda do sucesso nos mercados internacionais. Manuel Novo, presidente do Grupo Erofio, que reúne os setores de moldes e plásticos, refere-se a um ensino superior que "não forma, ainda, para as necessidades da indústria" e desafia os jovens "a visitarem mais as empresas" para "tomarem decisões mais conscientes".

Representando um setor que "tem estado em alvoroço", devido ao "alarmismo criado com as ilhas de plástico nos oceanos", Amaro Reis, CEO da Sacos 88, sugere "cursos práticos de três anos nas escolas profissionais", aventando a ideia de um curso de Equipamentos Industriais, transversal aos vários setores de negócios.

Rui Brogueira, CEO da Respol, empresa que opera no mercado dos derivados de resina do pinheiro e que exporta para mais de 40 países, fala do novo paradigma da retenção de talentos e defende que as empresas "devem criar melhores condições de empregabilidade para os seus ativos", ou seja, "não podem contratar jovens com 20 anos e deixá-los fazer o mesmo o resto da vida".