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"Quando se fala do novo talento, eu sou esse novo talento porque tenho 27 anos e entrei no mercado de trabalho há cinco anos", proclamou Mafalda Rebordão, economista, durante o debate, "O que as empresas fazem para reter talento?", no Encontro Fora da Caixa, organizado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Jornal de Negócios, e que se realizou a 30 de abril na Universidade de Coimbra. "A realidade que conheço é muito mais flexível porque as nossas prioridades se inverteram. As empresas têm de ter um olhar menos paternalista sobre os trabalhadores e perceber que estes vão flutuar ao longo da sua carreira, porque hoje em dia os jovens não querem ser só uma coisa mas querem ser várias", disse Mafalda Rebordão.
"As exigências com que nos deparamos hoje são completamente diferentes das que tínhamos há cinco anos. Hoje em dia são os candidatos que nos escolhem. Estamos numa era diferente em que a atenção constante às pessoas será a chave para conseguirmos termos os melhores connosco e, ainda assim, com dificuldades de retenção", disse Mafalda Varanda, diretora de Recursos Humanos do Grupo Bluepharma. Esta empresa tem um elevado número de trabalhadores qualificados, 70% dos trabalhadores têm formação superior. Considera que a empresa beneficia com a proximidade com a Universidade de Coimbra, "que é uma fábrica de talentos".
Marketing do talento
"Se numa primeira fase nos aproximámos das universidades para captar talento, a dada altura percebemos que isso não era suficiente porque não eram apenas as skills tecnológicas que faziam a diferença, mas encontrar as pessoas certas, com a atitude certa", salientou Mónica Sobreira, diretora de Divisão e membro da Comissão Executiva da Critical Software. Estas mudanças implicaram que o departamento de marketing apoiasse não só as vendas como a captação de novos talentos. "Temos de nos vender às pessoas, não podemos ficar à espera que elas venham ter connosco, temos de ter a capacidade de as atrair, mostrar o nosso valor e confiabilidade".
A circulação de cérebros
O paradoxo do talento foi um dos fios condutores da apresentação de Joana Santos Silva, diretora do ISEG MBA e professora de Estratégia e Inovação, com a sua apresentação "Growth Mindset: o Caminho para o Talento Fora da Caixa". "Hoje existe um problema sério de escassez de talento e as organizações têm dificuldades em atrair talento qualificado, mas a UNESCO diz que nos próximos 30 anos vamos formar mais pessoas com formação avançada do que ao longo de toda a história da humanidade", referiu Joana Santos Silva.
Deu o exemplo de como esse paradoxo se reflete em Portugal, onde se estima que se formam 90 mil pessoas na área das engenharias e das ciências, mas 81% das lideranças das empresas em Portugal dizem que têm dificuldade em atrair talento qualificado o que contrasta com 75% a nível global.
A Universidade de Stanford diz que por cada dólar que as organizações investem em tecnologia precisam de investir 9 dólares em talento, pessoas e processos. "O que distingue as empresas bem-sucedidas é o talento", concluiu Joana Santos Silva, mas adiantou que "as competências são mais importantes que o talento porque podem ser desenvolvidas".
Será que temos mesmo uma fuga de cérebros a acontecer, foi a pergunta de partida para a intervenção de Cátia Batista, professora catedrática de Economia e vice-dean da Nova SBE na sua intervenção, "Fuga de Cérebros e Captação de Talentos para Portugal". Metade dos jovens altamente qualificados em Portugal estão de facto a emigrar mas os números do Banco Mundial mostram que "no Mundo não somos especiais ou diferentes".
Nos países em que 50% da emigração são jovens com curso superior constam a Alemanha, o Reino Unido, que "são os países para onde os nossos jovens vão". Para Cátia Batista, "mais do que uma fuga de cérebros, o que há é uma circulação de cérebros". Mostrou que há um lado menos óbvio, e que pode ter consequências positivas, como "os efeitos de incentivo para os que estão no país que querem investir ainda mais em educação e em qualificações, porque sabem que se quiserem podem sair do país e, podem voltar com mais qualificações".
"As exigências com que nos deparamos hoje são completamente diferentes das que tínhamos há cinco anos. Hoje em dia são os candidatos que nos escolhem. Estamos numa era diferente em que a atenção constante às pessoas será a chave para conseguirmos termos os melhores connosco e, ainda assim, com dificuldades de retenção", disse Mafalda Varanda, diretora de Recursos Humanos do Grupo Bluepharma. Esta empresa tem um elevado número de trabalhadores qualificados, 70% dos trabalhadores têm formação superior. Considera que a empresa beneficia com a proximidade com a Universidade de Coimbra, "que é uma fábrica de talentos".
Marketing do talento
"Se numa primeira fase nos aproximámos das universidades para captar talento, a dada altura percebemos que isso não era suficiente porque não eram apenas as skills tecnológicas que faziam a diferença, mas encontrar as pessoas certas, com a atitude certa", salientou Mónica Sobreira, diretora de Divisão e membro da Comissão Executiva da Critical Software. Estas mudanças implicaram que o departamento de marketing apoiasse não só as vendas como a captação de novos talentos. "Temos de nos vender às pessoas, não podemos ficar à espera que elas venham ter connosco, temos de ter a capacidade de as atrair, mostrar o nosso valor e confiabilidade".
A CGD contratou 850 pessoas nos últimos cinco anos, e cerca de 85% são jovens licenciados. Nuno Martins
Administrador Executivo da Caixa Geral de Depósitos
Nesta batalha pelo talento, a "CGD contratou 850 pessoas nos últimos cinco anos, por ano fazemos mil entrevistas a candidatos e cerca de 85% são jovens licenciados", salientou Nuno Martins, administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos. Este plano de atração e retenção contempla a formação "porque é muito importante para estas pessoas, e nós temos mais de 500 mil horas de formação, o que dá cerca de 80 horas por colaborador/ano. Se temos quatro semanas de férias, temos duas semanas de formação, o que tem impacto", disse Nuno Martins, para quem o talento atrai-se quando há talento, "por isso é importante que haja uma cultura de talento", afirmou Nuno Martins. Administrador Executivo da Caixa Geral de Depósitos
A circulação de cérebros
O paradoxo do talento foi um dos fios condutores da apresentação de Joana Santos Silva, diretora do ISEG MBA e professora de Estratégia e Inovação, com a sua apresentação "Growth Mindset: o Caminho para o Talento Fora da Caixa". "Hoje existe um problema sério de escassez de talento e as organizações têm dificuldades em atrair talento qualificado, mas a UNESCO diz que nos próximos 30 anos vamos formar mais pessoas com formação avançada do que ao longo de toda a história da humanidade", referiu Joana Santos Silva.
Deu o exemplo de como esse paradoxo se reflete em Portugal, onde se estima que se formam 90 mil pessoas na área das engenharias e das ciências, mas 81% das lideranças das empresas em Portugal dizem que têm dificuldade em atrair talento qualificado o que contrasta com 75% a nível global.
A Universidade de Stanford diz que por cada dólar que as organizações investem em tecnologia precisam de investir 9 dólares em talento, pessoas e processos. "O que distingue as empresas bem-sucedidas é o talento", concluiu Joana Santos Silva, mas adiantou que "as competências são mais importantes que o talento porque podem ser desenvolvidas".
Será que temos mesmo uma fuga de cérebros a acontecer, foi a pergunta de partida para a intervenção de Cátia Batista, professora catedrática de Economia e vice-dean da Nova SBE na sua intervenção, "Fuga de Cérebros e Captação de Talentos para Portugal". Metade dos jovens altamente qualificados em Portugal estão de facto a emigrar mas os números do Banco Mundial mostram que "no Mundo não somos especiais ou diferentes".
Nos países em que 50% da emigração são jovens com curso superior constam a Alemanha, o Reino Unido, que "são os países para onde os nossos jovens vão". Para Cátia Batista, "mais do que uma fuga de cérebros, o que há é uma circulação de cérebros". Mostrou que há um lado menos óbvio, e que pode ter consequências positivas, como "os efeitos de incentivo para os que estão no país que querem investir ainda mais em educação e em qualificações, porque sabem que se quiserem podem sair do país e, podem voltar com mais qualificações".