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"As verbas do Portugal 2020 no Algarve não se esgotaram, e no Portugal 2030 há um aumento significativo de verbas, mas tenho dúvidas sobre a sua execução porque ainda não temos projetos", afirmou Hélder Martins, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Explicou que o tempo médio de aprovação de uma unidade hoteleira é de cerca de sete anos, por isso, com o timing destas linhas de financiamento tem de se ter o projeto pronto para aceder, caso contrário, quando se for apresentar a candidatura a linha já fechou ou existe outra", disse Hélder Martins. Acrescentou ainda outras razões para o Algarve não utilizar as verbas comunitárias, como o excesso de burocracia, a falta de dinheiro.
Os grandes temas em debate da Millennium Talks Algarve foram a sustentabilidade, o problema de falta de água no Algarve e a escassez de recursos humanos. Reinaldo Teixeira, CEO da Garvetur e do Grupo Enolagest, confessou que "via a sustentabilidade como um custo, hoje vejo-a como um investimento, até porque o cliente hoje olha cada vez mais para o respeito pela economia verde". Na sua opinião, "a sustentabilidade é um complemento à missão e valores das empresas, e atualmente é estratégica e indissociável da gestão das empresas. A sustentabilidade é uma atividade constante e não é para regredir, mas para crescer."
José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, que tem um extenso programa de sustentabilidade baseado nos pilares ESG, considerou que "o financiamento da sustentabilidade não é necessariamente mais caro. Pode ser mais pesado numa fase inicial, mas depois, no dia a dia, o custo para as organizações não é mais elevado, e ainda se conseguem poupanças". Recordou uma emissão de obrigações verdes no mercado ibérico, feita em 2019 pelo Grupo Pestana, para o investimento em três empreendimentos com níveis de sustentabilidade elevados. Inicialmente era de 40 milhões de euros, a procura fez aumentar para 60 milhões de euros e a taxa de juro foi de 2,75% quando se previa 4%. "Hoje para o financiamento verde não há falta de dinheiro para projetos que sejam reconhecidos e viáveis."
Dois braços
Hélder Martins confirmou que hoje o seu critério de contratação é "terem dois braços". A falta de habitação não permite fixar talento e deu como exemplo o Grupo Pestana, que, "nos últimos dois anos, sacrificou o aluguer de unidades de alojamento para ter habitação para os colaboradores". Acrescentou que "o Algarve precisa de mais 100 mil pessoas a viver e a trabalhar no turismo, na saúde, na agricultura, para haver quadros disponíveis e termos mais força". Salientou a necessidade de resolver os problemas dos contratos a prazo, que vigoram por causa da sazonalidade, e deu o exemplo da Andaluzia, com o chamado "contrato fixo descontínuo", em que as remunerações na época baixa têm um apoio público. "O turismo não conseguirá viver sem trabalhadores estrangeiros, mas têm de vir com condições e com políticas de inclusão para que possam ser uma solução e para se poderem desenvolver como pessoas e profissionais, sobretudo para não serem explorados e poderem vir a ser um problema social", alertou José Theotónio.
André Gomes, presidente da Região de Turismo do Algarve, concluiu que "as dificuldades em contratar mão de obra são tais que muitas vezes já nem se trata de contratar mão de obra qualificada. No Algarve, os empresários, nos últimos dois anos, fizeram um esforço adicional para manter as equipas de um ano para o outro, atenuando-se a dispensa de profissionais na época baixa. Os próprios trabalhadores reconheceram este esforço. Mas a habitação é um desafio e há a situações sociais quando se trata de trabalhadores migrantes."
Os grandes temas em debate da Millennium Talks Algarve foram a sustentabilidade, o problema de falta de água no Algarve e a escassez de recursos humanos. Reinaldo Teixeira, CEO da Garvetur e do Grupo Enolagest, confessou que "via a sustentabilidade como um custo, hoje vejo-a como um investimento, até porque o cliente hoje olha cada vez mais para o respeito pela economia verde". Na sua opinião, "a sustentabilidade é um complemento à missão e valores das empresas, e atualmente é estratégica e indissociável da gestão das empresas. A sustentabilidade é uma atividade constante e não é para regredir, mas para crescer."
José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, que tem um extenso programa de sustentabilidade baseado nos pilares ESG, considerou que "o financiamento da sustentabilidade não é necessariamente mais caro. Pode ser mais pesado numa fase inicial, mas depois, no dia a dia, o custo para as organizações não é mais elevado, e ainda se conseguem poupanças". Recordou uma emissão de obrigações verdes no mercado ibérico, feita em 2019 pelo Grupo Pestana, para o investimento em três empreendimentos com níveis de sustentabilidade elevados. Inicialmente era de 40 milhões de euros, a procura fez aumentar para 60 milhões de euros e a taxa de juro foi de 2,75% quando se previa 4%. "Hoje para o financiamento verde não há falta de dinheiro para projetos que sejam reconhecidos e viáveis."
Dois braços
Hélder Martins confirmou que hoje o seu critério de contratação é "terem dois braços". A falta de habitação não permite fixar talento e deu como exemplo o Grupo Pestana, que, "nos últimos dois anos, sacrificou o aluguer de unidades de alojamento para ter habitação para os colaboradores". Acrescentou que "o Algarve precisa de mais 100 mil pessoas a viver e a trabalhar no turismo, na saúde, na agricultura, para haver quadros disponíveis e termos mais força". Salientou a necessidade de resolver os problemas dos contratos a prazo, que vigoram por causa da sazonalidade, e deu o exemplo da Andaluzia, com o chamado "contrato fixo descontínuo", em que as remunerações na época baixa têm um apoio público. "O turismo não conseguirá viver sem trabalhadores estrangeiros, mas têm de vir com condições e com políticas de inclusão para que possam ser uma solução e para se poderem desenvolver como pessoas e profissionais, sobretudo para não serem explorados e poderem vir a ser um problema social", alertou José Theotónio.
André Gomes, presidente da Região de Turismo do Algarve, concluiu que "as dificuldades em contratar mão de obra são tais que muitas vezes já nem se trata de contratar mão de obra qualificada. No Algarve, os empresários, nos últimos dois anos, fizeram um esforço adicional para manter as equipas de um ano para o outro, atenuando-se a dispensa de profissionais na época baixa. Os próprios trabalhadores reconheceram este esforço. Mas a habitação é um desafio e há a situações sociais quando se trata de trabalhadores migrantes."