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"As oportunidades e as necessidades em Portugal do ponto de vista de aliar o conhecimento das universidades à realidade e ao desenvolvimento do país são extraordinárias. Basta pensar em toda a economia azul, o desenvolvimento dos oceanos e a quantidade de investigação que está a acontecer nessa área mas também a própria ligação à descarbonização e à economia verde", referiu Francisco Veloso, reitor do Imperial College Business School.
Na sua opinião há reformas importantes que as universidades portuguesas têm de fazer nos próximos anos e que são críticas para que esta ligação e esta sinergia, entre as oportunidades e as necessidades no contexto societal e aquilo que as universidades podem fazer de conhecimento, se materializem. "A endogamia, o financiamento e a diferenciação na ligação à sociedade e a organização, e a gestão da arquitetura de governação são três elementos que me parecem que são centrais para o futuro da universidade portuguesa", considerou Francisco Veloso.
A primeira reforma tem a ver com a abertura do sistema e o combate muito intenso à endogamia. "O sistema português é ainda muito endogâmico, e é muito importante criar mecanismos institucionais e ao nível político para que isso seja combatido", analisou Francisco Veloso.
O segundo aspeto, que é crítico, seria mudar o modelo de financiamento das universidades. "O sistema universitário não é financiado pela sua intensidade de investigação, pela sua ligação à sociedade nem pela quantidade de projetos com impacto real que são desenvolvidos e postos em marcha no contexto das universidades portuguesas", disse Francisco Veloso. Sugeriu que deve "haver em Portugal uma estrutura de financiamento que possa de facto premiar a qualidade da investigação e o seu impacto no contexto societal".
A questão digital
"O investimento no digital é crítico, é uma coisa que estamos a fazer em muitos setores de atividade e na educação dar estas ferramentas aos alunos logo nos primeiros anos é essencial", defende Pedro Oliveira, membro da Comissão Executiva da Nova SBE, mas acentua que é ainda "mais preparar os docentes para estas tecnologias".
Francisco Veloso chama a atenção para a aceleração da mudança e esta "significa que as competências de hoje poderão não ser exatamente as competências que são necessárias amanhã, por isso é preciso preparar os alunos e os profissionais para que vão continuando a ganhar competências ao longo da vida. É necessário ensinar os alunos a pensar, a refletir, a continuar a aprender".
Na sua opinião há reformas importantes que as universidades portuguesas têm de fazer nos próximos anos e que são críticas para que esta ligação e esta sinergia, entre as oportunidades e as necessidades no contexto societal e aquilo que as universidades podem fazer de conhecimento, se materializem. "A endogamia, o financiamento e a diferenciação na ligação à sociedade e a organização, e a gestão da arquitetura de governação são três elementos que me parecem que são centrais para o futuro da universidade portuguesa", considerou Francisco Veloso.
A primeira reforma tem a ver com a abertura do sistema e o combate muito intenso à endogamia. "O sistema português é ainda muito endogâmico, e é muito importante criar mecanismos institucionais e ao nível político para que isso seja combatido", analisou Francisco Veloso.
O segundo aspeto, que é crítico, seria mudar o modelo de financiamento das universidades. "O sistema universitário não é financiado pela sua intensidade de investigação, pela sua ligação à sociedade nem pela quantidade de projetos com impacto real que são desenvolvidos e postos em marcha no contexto das universidades portuguesas", disse Francisco Veloso. Sugeriu que deve "haver em Portugal uma estrutura de financiamento que possa de facto premiar a qualidade da investigação e o seu impacto no contexto societal".
O investimento no digital é crítico, é uma coisa que estamos a fazer em muitos setores de atividade e, na educação, dar estas ferramentas aos alunos logo nos primeiros anos é essencial. Pedro Oliveira, Membro da Comissão Executiva da Nova SBE
O terceiro aspeto está relacionado com a alteração na estrutura de governação. "As universidades em Portugal ainda são muito geridas em função de eleições internas que levam a situações muito políticas nas decisões dos órgãos dirigentes", destacou Francisco Veloso. As universidades têm de ser organizadas e geridas como uma estrutura mais próxima de outras organizações, em que há uma equipa de gestão, que pode ser mudada se não estiver a fazer o seu trabalho, "mas a nomeação dessas pessoas é feita através de equipas de nomeação, de seleção, procura do mérito, de abertura. Esse aspeto ao nível de equipas de gestão, da estrutura de governação das universidades, é importante", conclui o reitor da do Imperial College Business School.A questão digital
"O investimento no digital é crítico, é uma coisa que estamos a fazer em muitos setores de atividade e na educação dar estas ferramentas aos alunos logo nos primeiros anos é essencial", defende Pedro Oliveira, membro da Comissão Executiva da Nova SBE, mas acentua que é ainda "mais preparar os docentes para estas tecnologias".
A tecnologia é muito importante, é mesmo necessária, mas não é suficiente. Francisco Veloso, Reitor do Imperial College Business School
A realidade híbrida, digital e presencial, já faz parte do nosso contexto e vai-se aprofundar. É uma adaptação que vem de trás mas foi acelerada pelo conjunto de eventos que foram espoletados pela pandemia ao longo do último ano e meio. "Nesse sentido preparar as gerações para habitarem este novo mundo que é ainda mais digital do que era há uns meses torna-se uma condição necessária. Agora não é certamente uma condição suficiente. A tecnologia é muito importante, é mesmo necessária mas não é suficiente. São necessárias ferramentas e outros aspetos para que os jovens possam progredir e ter sucesso na sua carreira", afirma Francisco Veloso, reitor do Imperial College Business School, para quem a tecnologia não é uma panaceia, mas a ausência ou a incapacidade para lidar e beneficiar com a tecnologia cria muitas limitações.Francisco Veloso chama a atenção para a aceleração da mudança e esta "significa que as competências de hoje poderão não ser exatamente as competências que são necessárias amanhã, por isso é preciso preparar os alunos e os profissionais para que vão continuando a ganhar competências ao longo da vida. É necessário ensinar os alunos a pensar, a refletir, a continuar a aprender".
Vamos lá, Educação Esta webtalk do "Vamos Lá Portugal", uma iniciativa do Jornal de Negócios em parceria com o Millennium bcp, teve como tema a "Educação: Presente e Futuro", que é mais um dos pilares do PRR e tinha como objetivo perceber até que ponto os fundos do PRR são determinantes nesta frente e quais os desafios que o setor enfrenta a curto e médio prazo. Contou com uma intervenção de Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e uma conversa, moderada por Diana Ramos, diretora do Jornal de Negócios, entre Pedro Oliveira, membro da Comissão Executiva da Nova SBE, e Francisco Veloso, reitor do Imperial College Business School. As conclusões destas webtalks e os principais desafios para Portugal serão depois debatidos numa grande conferência final com a qual concluiremos esta iniciativa e que terá lugar no final deste ano.