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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, fez, recentemente o ponto de situação do sistema bancário português no final de 2021, depois da pandemia. O rácio de Fundos Próprios Totais do sistema cifrou-se em 18% em 2021, face a 16,9% em 2019. A liquidez reforçou-se com o rácio de transformação, medido pelo crédito em função dos depósitos a reduzir-se de 87,1% em 2019 para 81,2% em 2021, suportados por um rácio de cobertura de liquidez que se situa atualmente em cerca de 260%, face a 218,5% em 2019.
Os rácios de NPL bruto e líquido de imparidades mantiveram a trajetória de redução iniciada em junho de 2016, situando-se em 3,6% e 1,7%, respetivamente, em dezembro de 2021. Mário Centeno recordou que em julho de 2016 "17,9% da carteira de empréstimos do setor bancário estava classificada como non-performing. Os mais de 38 mil milhões de euros de redução dizem bem do extraordinário, mas difícil, caminho que os bancos percorreram. E mesmo durante a pandemia."
A rendibilidade do ativo aumentou 0,41 pontos percentuais face ao ano anterior, tendo-se fixado em 0,46%, ligeiramente acima dos valores pré-pandémicos. Esta evolução refletiu a diminuição das imparidades para crédito e, em menor grau, o aumento dos resultados com operações financeiras.
Os bancos portugueses são mais eficientes do que os seus congéneres europeus. O rácio cost-to-income manteve a tendência de redução iniciada em 2019, situando-se, em 2021, em 53,4%, menos 4,4 pontos percentuais face a 2020 e cerca de menos 8 pontos percentuais face à média europeia. Para esta redução contribuiu o aumento do produto bancário e a redução dos custos operacionais.