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"Estes investimentos significativos na transformação digital exigem que os bancos atinjam a massa crítica necessária para continuarem a ser competitivos. É isso que justifica, por exemplo, uma operação como a fusão do CaixaBank com o Bankia, que transformará o acionista único do BPI no maior banco em Espanha", diz João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo indigitado do BPI. Substituto de Pablo Forero, João Pedro Oliveira e Costa era administrador executivo desde 2014, e está no BPI, que é detido pelo grupo espanhol CaixaBank, há quase três décadas, depois de ter iniciado a sua carreira bancária no BCP.
Qual é o balanço que faz do estado do atual do sistema bancário em Portugal, sobretudo o impacto da crise sanitária, com consequências económicas e financeiras?
Faço um balanço bastante positivo. E nesta matéria destaco todos os profissionais do setor, com a sua coragem, disponibilidade e profissionalismo. Foi possível em todos os momentos manter os bancos a funcionar, proporcionar um serviço a empresas e pessoas sem interrupções e disponibilizar novas funcionalidades e facilidades em tempo record. Só isto seria suficiente para afirmar que os bancos em Portugal foram e serão fundamentais para a estabilidade da nossa sociedade e da nossa economia.
Mas gostava de acrescentar ainda que, o atual contexto encontra os principais bancos portugueses preparados e com capacidade para apoiar a economia. Apesar de uma alteração drástica no cenário macroeconómico, com uma queda do PIB prevista entre 8% e 10%, o setor financeiro tem sido capaz de atenuar o impacto da crise, mesmo com uma combinação de vários efeitos desfavoráveis como as taxas de juro negativas e a enorme pressão sobre as receitas. Os bancos têm constituído imparidades de forma cautelosa, prevenindo a esperada subida do crédito malparado e defendendo a solidez dos seus balanços. Naturalmente, a sua rentabilidade tenderá a reduzir-se.
O BPI está preparado para, com a sua solidez e resiliência, enfrentar o futuro com confiança, e apoiar os clientes nas suas poupanças e financiar todos os bons projetos e empresas viáveis, contribuindo para a recuperação da economia. O banco está muito bem capitalizado, tem uma situação de liquidez muito confortável e apresenta rácios de qualidade dos ativos que se destacam entre os seus pares nacionais e europeus. De referir ainda, como fator muito relevante, a solidez do seu acionista.
Acresce que, o BPI também tem desenvolvido vários programas sociais de apoio aos mais vulneráveis, reforçados com a colaboração da Fundação "La Caixa", que se estende a áreas como a cultura, a ciência e investigação e a educação.
Quais são os principais desafios e as principais tendências na prestação de serviços financeiros?
Resumindo em poucas palavras: agilidade, simplicidade e proximidade do cliente, utilizando a digitalização como ferramenta, mantendo sempre o rigor.
Os bancos têm de ter capacidade de adaptação às necessidades da sociedade, que podem alterar-se de um momento para o outro, como vimos com esta crise, tendo elevada agilidade e rapidez de reação. Assistimos à aceleração das soluções tecnológicas e digitais transversais, e que foram fundamentais para ultrapassar o período de confinamento. Essa tendência vai acentuar-se e permitir uma atividade bancária cada vez mais flexível, mais simples e mais próxima do cliente. Cada vez mais, vamos assistir a uma fusão do serviço prestado na rede de balcões com os canais digitais, aproveitando as melhores capacidades de cada um.
Estes investimentos significativos na transformação digital exigem que os bancos atinjam a massa crítica necessária para continuarem a ser competitivos. É isso que justifica, por exemplo, uma operação como a fusão do CaixaBank com o Bankia, que transformará o acionista único do BPI no maior banco em Espanha. Trata-se de uma operação que garante a capacidade para enfrentar o futuro com confiança e continuar a investir em tecnologia e inovação, para dar resposta às novas necessidades dos clientes.
Qual é o balanço que faz do estado do atual do sistema bancário em Portugal, sobretudo o impacto da crise sanitária, com consequências económicas e financeiras?
Faço um balanço bastante positivo. E nesta matéria destaco todos os profissionais do setor, com a sua coragem, disponibilidade e profissionalismo. Foi possível em todos os momentos manter os bancos a funcionar, proporcionar um serviço a empresas e pessoas sem interrupções e disponibilizar novas funcionalidades e facilidades em tempo record. Só isto seria suficiente para afirmar que os bancos em Portugal foram e serão fundamentais para a estabilidade da nossa sociedade e da nossa economia.
Mas gostava de acrescentar ainda que, o atual contexto encontra os principais bancos portugueses preparados e com capacidade para apoiar a economia. Apesar de uma alteração drástica no cenário macroeconómico, com uma queda do PIB prevista entre 8% e 10%, o setor financeiro tem sido capaz de atenuar o impacto da crise, mesmo com uma combinação de vários efeitos desfavoráveis como as taxas de juro negativas e a enorme pressão sobre as receitas. Os bancos têm constituído imparidades de forma cautelosa, prevenindo a esperada subida do crédito malparado e defendendo a solidez dos seus balanços. Naturalmente, a sua rentabilidade tenderá a reduzir-se.
O BPI está preparado para, com a sua solidez e resiliência, enfrentar o futuro com confiança, e apoiar os clientes nas suas poupanças e financiar todos os bons projetos e empresas viáveis, contribuindo para a recuperação da economia. O banco está muito bem capitalizado, tem uma situação de liquidez muito confortável e apresenta rácios de qualidade dos ativos que se destacam entre os seus pares nacionais e europeus. De referir ainda, como fator muito relevante, a solidez do seu acionista.
Acresce que, o BPI também tem desenvolvido vários programas sociais de apoio aos mais vulneráveis, reforçados com a colaboração da Fundação "La Caixa", que se estende a áreas como a cultura, a ciência e investigação e a educação.
Quais são os principais desafios e as principais tendências na prestação de serviços financeiros?
Resumindo em poucas palavras: agilidade, simplicidade e proximidade do cliente, utilizando a digitalização como ferramenta, mantendo sempre o rigor.
Os bancos têm de ter capacidade de adaptação às necessidades da sociedade, que podem alterar-se de um momento para o outro, como vimos com esta crise, tendo elevada agilidade e rapidez de reação. Assistimos à aceleração das soluções tecnológicas e digitais transversais, e que foram fundamentais para ultrapassar o período de confinamento. Essa tendência vai acentuar-se e permitir uma atividade bancária cada vez mais flexível, mais simples e mais próxima do cliente. Cada vez mais, vamos assistir a uma fusão do serviço prestado na rede de balcões com os canais digitais, aproveitando as melhores capacidades de cada um.
Estes investimentos significativos na transformação digital exigem que os bancos atinjam a massa crítica necessária para continuarem a ser competitivos. É isso que justifica, por exemplo, uma operação como a fusão do CaixaBank com o Bankia, que transformará o acionista único do BPI no maior banco em Espanha. Trata-se de uma operação que garante a capacidade para enfrentar o futuro com confiança e continuar a investir em tecnologia e inovação, para dar resposta às novas necessidades dos clientes.
Bancos precisam de investir mais na sua digitalização Para António Miguel Ferreira, managing partner da Claranet, os principais desafios tendo em conta o contexto com menos margens, mais concorrência, mais regulação, tecnologias disruptivas, passam pela "busca da eficiência, através da digitalização de processos e ferramentas. A utilização da informação para criação de experiências bancárias personalizadas, para maior fidelização dos clientes e consolidação da relação com os mesmos".
Em relação à crise pandémica considera António Miguel Ferreira que, "no que respeita à transformação digital dos bancos e do sistema financeiro, a pandemia do Covid-19 veio acelerar a mesma e tornar mais premente a total digitalização dos serviços bancários e dos processos de negócio inerentes. Os bancos precisam de investir mais na sua própria digitalização, para que as fintech disruptivas não sejam uma ameaça".
Na sua opinião, "os bancos têm ainda o capital mais valioso - a relação com os clientes e os seus dados", e que pode ser uma vantagem competitiva na intensa concorrência que se adivinha. "A pandemia do Covid-19 poderá ser de avalancha para que os bancos ditos "tradicionais" não percam a corrida da economia digital, sem porém deixarem de atender a todo o legado do negócio bancário e às formas de relacionamento mais tradicionais com os clientes, assentes em processos de negócio digital", concluiu António Miguel Ferreira.
Em relação à crise pandémica considera António Miguel Ferreira que, "no que respeita à transformação digital dos bancos e do sistema financeiro, a pandemia do Covid-19 veio acelerar a mesma e tornar mais premente a total digitalização dos serviços bancários e dos processos de negócio inerentes. Os bancos precisam de investir mais na sua própria digitalização, para que as fintech disruptivas não sejam uma ameaça".
Na sua opinião, "os bancos têm ainda o capital mais valioso - a relação com os clientes e os seus dados", e que pode ser uma vantagem competitiva na intensa concorrência que se adivinha. "A pandemia do Covid-19 poderá ser de avalancha para que os bancos ditos "tradicionais" não percam a corrida da economia digital, sem porém deixarem de atender a todo o legado do negócio bancário e às formas de relacionamento mais tradicionais com os clientes, assentes em processos de negócio digital", concluiu António Miguel Ferreira.