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"Com margens esmagadas, custos de regulação quase independentes da dimensão, entrantes por fora com muita pressão, necessidade de ter capital e de poder gerar capital e absorver know-how, que não seja só no mercado interno, parece-me que vamos ter uma competição de dimensão. Por isso a capacidade de gerar parcerias globais, de ter dimensão para competir com margens mais esmagadas é fundamental. É um grande desafio para os bancos que estão sediados em Portugal porque o mercado é bastante estreito. Acho que há espaço para a redução do número de players", afirmou João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI.
Para o CEO do BPI, "os NPL e o crédito malparado são desafios porque as dimensões que existem nos fundos de reestruturação ainda são muito significativos, e a evolução desta situação pandémica pode não ser favorável. Pode haver necessidade de alguma estratégia para o setor em Portugal e ter players com grande capacidade de intervenção, o que será muito importante, até para a concorrência, para que os clientes possam ter a última tecnologia, o que representa muito investimento, sobretudo digital, que exige muito capital".
Forçar as fusões
"A consolidação é uma tendência que vai acontecer e esta crise vai ser um acelerador de consolidação, primeiro nos mercados domésticos e depois nos cross-border, à medida que o enquadramento regulatório seja transversal", analisou Miguel Maya, e acrescentou que "em Portugal, ao contrário o enquadramento regulatório é para forçar a consolidação europeia".
No entanto contrapôs "há seis anos considerava que a dimensão era fundamental para ser eficiente, hoje pergunto-me porque é o BCP é benchmark na Europa em termos de eficiência, e o nosso mercado doméstico tem 10 milhões de clientes. Ao contrário do passado, a minha grande preocupação não é a dimensão mas a qualidade do serviço ao cliente, a automação, a criação de condições para poder ser competitivo no serviço aos clientes".
Sublinhou que Portugal tem contextos de custos específicos que os outros bancos europeus não têm, como o fundo de resolução nacional que é para o BCP um fardo de 47 milhões de euros, equivalente ao seu orçamento informático, e competem com os bancos portugueses. Mostrou-se mais preocupado com os custos em relação às comissões cujo enquadramento regulatório que não está normalizado do que com o aprofundamento da união bancária que é importante, mas onde gostaria que ter um level playing field, que é uma condição indispensável para uma união bancária competitiva e fair.
Baixa rentabilidade
Acrescenta ainda que se a sede do BCP fosse para fora de Portugal tinha uma poupança de 20 milhões só na parte fiscal. Quem passa a sucursal passa a ter mais competitividade em Portugal.
Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander, pôs a tónica no tipo de acionistas, referindo que, " na última crise, de 2010 a 2104, os dois bancos que mais apoiaram a economia portuguesa quando mais ela precisava foram bancos cuja maioria do capital era estrangeira. O Banco Santander dobrou a sua quota de mercado, parte por aquisições, parte por crescimento orgânico".
Salientou também que "na Europa a rentabilidade dos bancos já era baixa no pré-covid-19, estava nos 5% e caminha para zero. Quando um banco transaciona um price to book de 0,3, quer dizer que um banco em que se metei 100 em capital mas só há quem compre por 30, destrói-se 70. Acontece em vários setores ainda há pouco tempo tivemos uma empresa de media que foi posta à venda por 400 e foi vendida por 30".
Para o CEO do BPI, "os NPL e o crédito malparado são desafios porque as dimensões que existem nos fundos de reestruturação ainda são muito significativos, e a evolução desta situação pandémica pode não ser favorável. Pode haver necessidade de alguma estratégia para o setor em Portugal e ter players com grande capacidade de intervenção, o que será muito importante, até para a concorrência, para que os clientes possam ter a última tecnologia, o que representa muito investimento, sobretudo digital, que exige muito capital".
Forçar as fusões
"A consolidação é uma tendência que vai acontecer e esta crise vai ser um acelerador de consolidação, primeiro nos mercados domésticos e depois nos cross-border, à medida que o enquadramento regulatório seja transversal", analisou Miguel Maya, e acrescentou que "em Portugal, ao contrário o enquadramento regulatório é para forçar a consolidação europeia".
No entanto contrapôs "há seis anos considerava que a dimensão era fundamental para ser eficiente, hoje pergunto-me porque é o BCP é benchmark na Europa em termos de eficiência, e o nosso mercado doméstico tem 10 milhões de clientes. Ao contrário do passado, a minha grande preocupação não é a dimensão mas a qualidade do serviço ao cliente, a automação, a criação de condições para poder ser competitivo no serviço aos clientes".
Sublinhou que Portugal tem contextos de custos específicos que os outros bancos europeus não têm, como o fundo de resolução nacional que é para o BCP um fardo de 47 milhões de euros, equivalente ao seu orçamento informático, e competem com os bancos portugueses. Mostrou-se mais preocupado com os custos em relação às comissões cujo enquadramento regulatório que não está normalizado do que com o aprofundamento da união bancária que é importante, mas onde gostaria que ter um level playing field, que é uma condição indispensável para uma união bancária competitiva e fair.
Baixa rentabilidade
Acrescenta ainda que se a sede do BCP fosse para fora de Portugal tinha uma poupança de 20 milhões só na parte fiscal. Quem passa a sucursal passa a ter mais competitividade em Portugal.
Não se justifica ter um banco público sem poder de ação no mercado e capacidade de intervenção. Paulo Macedo
Presidente da comissão executiva da CGD
Paulo Macedo afirmou que não tem "a fixação se somos o primeiro, o segundo ou o terceiro, mas precisamos de ter dimensão para ser um banco público porque não se justifica ter um banco público sem poder de ação no mercado, sem capacidade de intervenção".Presidente da comissão executiva da CGD
Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander, pôs a tónica no tipo de acionistas, referindo que, " na última crise, de 2010 a 2104, os dois bancos que mais apoiaram a economia portuguesa quando mais ela precisava foram bancos cuja maioria do capital era estrangeira. O Banco Santander dobrou a sua quota de mercado, parte por aquisições, parte por crescimento orgânico".
Salientou também que "na Europa a rentabilidade dos bancos já era baixa no pré-covid-19, estava nos 5% e caminha para zero. Quando um banco transaciona um price to book de 0,3, quer dizer que um banco em que se metei 100 em capital mas só há quem compre por 30, destrói-se 70. Acontece em vários setores ainda há pouco tempo tivemos uma empresa de media que foi posta à venda por 400 e foi vendida por 30".