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Chegou a fase da democratização da inteligência artificial

Como compatibilizar esta tecnologia na banca com os parques tecnológicos com vários sistemas legacy é um dos desafios. Assim como tirar o máximo potencial sem criar problemas adicionais na tecnologia.

Filipe S. Fernandes 31 de Outubro de 2023 às 15:00
Nuno Sousa, Financial Services Director da Claranet Portugal e Afonso Fuzeta Eça, diretor executivo do CEINN do BPI. Pedro Catarino
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"Há um entusiasmo grande com a inteligência artificial (IA) há vários anos. Com a generative AI e o ChatGPT passou-se para o momento de democratização da IA", assinalou Afonso Fuzeta Eça, diretor executivo do Centro de Excelência de Inovação e Novos Negócios do BPI, durante o pequeno-almoço/debate "Banca do Futuro: Desafios de Transformação, Inovação e Governance", uma iniciativa do Jornal de Negócios e da Claranet, que se realizou no Pestana Palace. Este tema será um dos debates da conferência "A Banca do Futuro", que se realiza no próximo dia 16 de novembro.

Nuno Sousa, Financial Services director da Claranet Portugal, olha numa ótica de negócio e considera que, a partir de uma infraestrutura, tem de ser segura, nas próximas evoluções de generative AI "acho que há uma tendência diferente de olhar para as coisas. Se olharmos para os sistemas de generative AI, de que o ChatGPT é o mais conhecido, esta tecnologia vai permitir colocar uma camada que vai ajudar o negócio a centralizar informação."

Considerou Nuno Sousa que a banca tem uma visão omnicanal, telefone, balcão, internet, mobile, e a informação tem de ser a mesma, o que permite que, até sob a forma de um chatbot, consiga conversar com o banco como se estivesse a falar com um interlocutor do próprio banco, o que permite ter um acesso direto para resolver os meus desafios. A parte generative AI vai ajudar na agregação de dados e a identificar padrões, numa ótica de negócio. Mas alertou Nuno Sousa que a banca ainda tem vários sistemas legacy, o que coloca alguns desafios.

Usar a generative AI

É esta a principal preocupação de Afonso Fuzeta Eça. Diz que "encontrar casos de uso na indústria financeira em que a IA, e em específico a generative AI, pode ajudar é fácil, desde o marketing, o apoio ao cliente, riscos, na ajuda na estruturação de bases de dados, há vários casos de uso que podemos encontrar". Mas tendo em conta o contexto tecnológico, "o desafio está em como se tira potencial com esta tecnologia, como é que em cima do parque tecnológico atual se utiliza, se está em condições de tirar o melhor partido deste género de informação", sublinhou Afonso Fuzeta Eça.

Como referiu, "a generative AI para funcionar bem deveria estar ligada a um sistema de informação real time, mas a maior parte dos sistemas bancários mais legacy não estão em real time, o que levanta logo um problema que limita as experiências que se pode dar a um utilizador".

O cerne da questão está na forma como se faz o casamento desta tecnologia com os parques tecnológicos, porque "arranjar os casos de uso é possível e não falta criatividade para se fazerem mais, contudo o problema é depois tirar o máximo potencial e não estar a ser mais um problema que estamos a pôr em cima da tecnologia", alerta Afonso Fuzeta Eça.
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