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A regulação e as tecnologias são os grandes desafios que a banca está viver, considera Paulo Cardoso do Amaral, professor auxiliar convidado da Católica-Lisbon desde 1996. O primeiro tem a ver com a alteração dos processos provocada pela legislação produzida pelos reguladores e os poderes legislativos e não por necessidades estratégicas.
"A regulação tem vindo a promover o aumento de concorrência e a internacionalização, o que por si só vai continuar a ter um impacto direto, e negativo, nas margens. Como os custos de estrutura tendem a aumentar devido à complexidade da compliance, para falar apenas numa das dimensões resultantes do impacto interno da regulação, é natural que se continue a assistir à continuada concentração no setor", assinalou Paulo Cardoso do Amaral.
Existem ainda outras forças que empurram para concentração pois nem todos os bancos vão ter músculo financeiro para os constantes investimentos. "Com margens a diminuir, a estratégia tem de vencer, e no setor financeiro, isso faz-se com inovação. Não serão provavelmente as fintechs a criar a disrupção, mas têm sido estas a explorar o caminho dessa inovação, que pode e deve ser também percorrido pelos bancos. Quer isto dizer que a pressão para a mudança interna, de forma a acompanhar os tempos, vai criar uma pressão adicional de investimento a todos os bancos."
Bigtechs e regulação
"As tecnologias que vão alterar o setor financeiro serão as que hoje estão a ser desenvolvidas, com a diferença de que os investimentos em curso são muito mais substanciais, chegando a atingir a casa dos milhares de milhões de dólares. São poucas as empresas com esse potencial, estando os EUA e a China a liderar esses investimentos", afirma Paulo Cardoso do Amaral.
A sua dúvida é "se as bigtechs estão prontas para entrar no jogo, e se a regulação o vai permitir dependendo das áreas do globo. Não obstante, demore o tempo que demorar, os investimentos vão continuar, as tecnologias vão aparecer e a regulação vai acompanhar."
Para Paulo Cardoso do Amaral, a grande disrupção atual está nas tecnologias distribuídas com capacidade para incorporar confiança nas transações, de que resulta uma maior eficiência, que pode levar a despedimentos, e eficácia, com menos entidades na cadeia de valor. Estas circunstâncias vão agudizar os fenómenos de concentração, mas desta vez à escala global, incluindo os vários segmentos de cadeia de valor.
"Entidades intermédias, cujo objetivo é criar confiança de acordo com a legislação atual, servindo ao mesmo tempo de tampão às falhas do sistema (e são tantas), podem ver os seus dias contados. Todas as entidades do setor sejam elas quais forem, já não podem contar só com as dimensões tradicionais para a sua estratégia de negócio. Já não chega inovar e proteger-se contra a inovação iniciada pelas fintechs e continuada pelos incumbentes. É preciso estudar a evolução da própria cadeia de valor para uma visão minimamente lúcida do que vem aí, porque vem."
"A regulação tem vindo a promover o aumento de concorrência e a internacionalização, o que por si só vai continuar a ter um impacto direto, e negativo, nas margens. Como os custos de estrutura tendem a aumentar devido à complexidade da compliance, para falar apenas numa das dimensões resultantes do impacto interno da regulação, é natural que se continue a assistir à continuada concentração no setor", assinalou Paulo Cardoso do Amaral.
Existem ainda outras forças que empurram para concentração pois nem todos os bancos vão ter músculo financeiro para os constantes investimentos. "Com margens a diminuir, a estratégia tem de vencer, e no setor financeiro, isso faz-se com inovação. Não serão provavelmente as fintechs a criar a disrupção, mas têm sido estas a explorar o caminho dessa inovação, que pode e deve ser também percorrido pelos bancos. Quer isto dizer que a pressão para a mudança interna, de forma a acompanhar os tempos, vai criar uma pressão adicional de investimento a todos os bancos."
Bigtechs e regulação
"As tecnologias que vão alterar o setor financeiro serão as que hoje estão a ser desenvolvidas, com a diferença de que os investimentos em curso são muito mais substanciais, chegando a atingir a casa dos milhares de milhões de dólares. São poucas as empresas com esse potencial, estando os EUA e a China a liderar esses investimentos", afirma Paulo Cardoso do Amaral.
A sua dúvida é "se as bigtechs estão prontas para entrar no jogo, e se a regulação o vai permitir dependendo das áreas do globo. Não obstante, demore o tempo que demorar, os investimentos vão continuar, as tecnologias vão aparecer e a regulação vai acompanhar."
Para Paulo Cardoso do Amaral, a grande disrupção atual está nas tecnologias distribuídas com capacidade para incorporar confiança nas transações, de que resulta uma maior eficiência, que pode levar a despedimentos, e eficácia, com menos entidades na cadeia de valor. Estas circunstâncias vão agudizar os fenómenos de concentração, mas desta vez à escala global, incluindo os vários segmentos de cadeia de valor.
"Entidades intermédias, cujo objetivo é criar confiança de acordo com a legislação atual, servindo ao mesmo tempo de tampão às falhas do sistema (e são tantas), podem ver os seus dias contados. Todas as entidades do setor sejam elas quais forem, já não podem contar só com as dimensões tradicionais para a sua estratégia de negócio. Já não chega inovar e proteger-se contra a inovação iniciada pelas fintechs e continuada pelos incumbentes. É preciso estudar a evolução da própria cadeia de valor para uma visão minimamente lúcida do que vem aí, porque vem."
A cimeira da banca portuguesa O Jornal de Negócios realiza mais uma edição do grande encontro "Banca do Futuro", o fórum de debate obrigatório para decisores e players do setor que se realiza a 27 de outubro de 2020 entre as 9:30 e as 12 horas no Hotel Sheraton em Lisboa. A abertura será feita por Mário Centeno, governador, do Banco de Portugal, seguindo-se o Keynote Speech, Sérgio Rebelo, economista e professor na Kellogg School of Management.
O debate sobre "O Futuro da Banca" vai ter a presença de António Ramalho, presidente da comissão executiva do Novo Banco, João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, Miguel Maya, presidente da comissão executiva do Millennium BCP, Paulo Macedo, presidente da comissão executiva da CGD, e Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander.
O segundo debate tem como tema "Mais Transformação Digital no Setor Bancário?", e conta com António Miguel Ferreira, managing director da Claranet Portugal, Mariana Jordão, vice-presidente de Operações da Feedzai, Nuno Cordeiro, partner da Deloitte, Paulo Costa Martins, sócio da Cuatrecasas, e Ricardo Chaves, CCO da SIBS. A moderação dos painéis é de André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios, e a conferência poderá ser acompanhada em direto no site do Jornal de Negócios.
O debate sobre "O Futuro da Banca" vai ter a presença de António Ramalho, presidente da comissão executiva do Novo Banco, João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, Miguel Maya, presidente da comissão executiva do Millennium BCP, Paulo Macedo, presidente da comissão executiva da CGD, e Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander.
O segundo debate tem como tema "Mais Transformação Digital no Setor Bancário?", e conta com António Miguel Ferreira, managing director da Claranet Portugal, Mariana Jordão, vice-presidente de Operações da Feedzai, Nuno Cordeiro, partner da Deloitte, Paulo Costa Martins, sócio da Cuatrecasas, e Ricardo Chaves, CCO da SIBS. A moderação dos painéis é de André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios, e a conferência poderá ser acompanhada em direto no site do Jornal de Negócios.